Tem sido minha rotina a dias, cuido dele e lhe ajudo com os movimentos. Mexo suas pernas e braços para não atrofiar e seu corpo para não sentir frio. Às vezes deito ao seu lado a noite , cobrindo seu corpo com o meu para aquecê-lo.
Agora o virei de lado, sempre com ajuda do enfermeiro ou do segurança. Passo minhas mãos por suas costas nuas e sinto seu corpo arrepiando.
__ Ele está sentindo meu toque ou é uma reação involuntária?
Faço-me essa pergunta e não tenho resposta.
Continuo passando minhas mãos por toda sua coluna, quando chego em seu pescoço o meu corpo reage de uma forma inesperada, sinto um desejo enorme de beija-lo.
Não posso fazer isso, ele está inconsciente e seria um abuso da minha parte.
O viro novamente para a posição anterior e o fico observando. Algo nele mexe comigo e eu não sei o que é.
Passo minhas mãos por seus cabelos os colocando para trás, passo minhas mãos pelo seu rosto contornando toda sua face e seus olhos. Toco seus lábios com os dedos e meu corpo arrepia.
Levo meus lábios aos seus e os toco levemente com um selinho
e sussurro em seu rosto:
__ Acorda! Preciso de você acordado.
__ O que está acontecendo?
Assusto-me com Patrick novamente.
__ Eu quem te pergunto, o que você faz aqui?
__ Eu vim ver meu primo e te propor algo muito interessante para nós dois.
__ Não me interessa suas propostas, eu não quero você aqui.
__ Eu te proponho que você tenha um filho com ele, podemos arrumar uma maneira para isso.
__ Você está louco, ele não tem condições para isso.
__ Ou você pode engravidar de mim e dizer que é do seu marido.
__ Eu quero que você saia daqui e vou proibir a sua entrada nessa casa. Sua madrinha saberá das suas maldades e eu vou te destruir com minhas próprias mãos.
__ Você vai se arrepender por não me ouvir, fica aí brincando com esse boneco gigante, mas ele não vai durar muito tempo e se você não engravidar vai perder tudo.
__ Eu não me importo com riquezas, eu posso trabalhar. Estou aqui por ele e por dona Madalena e quando isso tudo acabar eu vou embora para bem longe daqui e não quero mais saber de você e de suas armações.
__ Você não sabe quem ele é!
É um tirano sem coração. A primeira coisa que fará se um dia acordar é te expulsar dessa casa. Ele não consegue amar ninguém a não ser ele mesmo. É pior do que meu tio e não é atoa que está nesse estado vegetativo, fez por merecer cada osso quebrado e esse sono profundo. Morrer seria pouco por tudo de ruim que ele já fez os outros passarem.
__ Não diga isso, ele está em cima de uma cama e ninguém por pior que seja merece ficar nesse estado.
Ele se aproxima de mim e me puxa para um beijo e não consigo me desvencilhar com facilidade, mordo seus lábios e ele me solta. Grito os seguranças e ordeno que não o deixe entrar novamente.
Dona Madalena está no boticário, ela hoje está administrando as empresas e os negócios da família. Eu estou cuidando de Alonso porque ela confia em mim.
Depois de algum tempo estamos sozinhos novamente, fico olhando seu rosto e penso em tudo que Patrick me contou a seu respeito, fico pensando se será verdade de que ele é um tirano e poderia ser pior ele acordado do que dormindo, sinto medo e um mau presságio.
Um arrepio percorre meu corpo, sinto medo e ao mesmo tempo tenho dúvidas.
Ele parece tão inofensivo, frágil e carente. Só posso estar ficando louca, eu não o conheço e talvez nunca o venha conhecer.
No final da tarde deixo Alonso com os seguranças e o enfermeiro, peço que não deixe ninguém entrar no quarto dele sem minha autorização e de dona Madalena. Vou ao hospital ver meu pai, preciso saber o que está acontecendo com ele.
Entro no quarto do hospital e ele está dormindo ligado a vários aparelhos. Peço para conversar com o médico para saber a gravidade de sua saúde.
Ele me fala que meu pai precisa fazer uma cirurgia e que se não fizer ele pode morrer em poucos dias.
Sei que ele não agiu de maneira limpa comigo e que me vendeu para pagar uma dívida, mas não posso deixá-lo morrer.
__ O senhor pode preparar a cirurgia, até amanhã eu trarei o dinheiro para cobrir as despesas.
Chego em casa e vejo dona Madalena na sala conversando com os empregados, os cumprimento e passo direto para o quarto de Alonso.
__ E aí príncipe, sentiu minha falta?
Ainda está nesse sono profundo, preciso que você acorde.
Falo e não percebo que dona Madalena está atrás de mim, afago seus cabelos e beijo seu rosto lindo.
Me assusto quando ela diz:
__ Você está bem? Aconteceu alguma coisa com seu pai?
Conto-lhe a respeito da cirurgia e ela aceita me emprestar o dinheiro, não sei como farei para lhe pagar o valor mas não posso deixá-lo morrer.
Ligo para o médico e ele confirma a cirurgia para o outro dia cedo, passo a noite em claro orando para que tudo dê certo, não perco a fé e a esperança de que tudo dará certo.
Levanto mais cedo que de costume e faço os cuidados matinais com Alonso, preciso que ele se recupere e levante dessa cama para ajudar sua mãe e me dar carta de liberdade.
Deixo ele de banho tomado e bem agasalhado para não pegar friagem. Seu metabolismo está baixo e não pode ter febre. Converso com o enfermeiro e peço que me ligue caso precise de mim. Vou para o hospital aguardar o resultado da cirurgia.
Entro no quarto vazio e fico ali esperando o médico me trazer notícias.
A porta se abre, minha madrasta e Cármen entram com petulância:
__ Onde você conseguiu o dinheiro para a cirurgia? Já está explorando o moribundo?
Não digo nada, pois não suporto sua voz e muito menos sua presença.
__ Você não deveria desperdiçar dinheiro com seu velho pai, ele vai morrer mais cedo ou mais tarde e ele te vendeu como um trapo velho para essa família.
__ Raquel, não sei como meu pai foi se casar com você. É ambiciosa e não tem sentimento algum por ele. Está sempre destilando seu veneno.
__ Dei a ele muito prazer, momentos inesquecíveis e ajudei ele a criar vocês duas. E agora o que eu recebo em troca?
Uma empresa falida, duas enteadas sem futuro e um velho moribundo.
__ A empresa do meu pai ainda pode ser recuperada, me deixe administrá-la e você verá que pode dar muito lucro. E o meu pai vai ficar bom e vai voltar a cuidar dos negócios como sempre fez.
__ Não diga besteira, Laura!
Nosso pai mesmo saindo dessa com vida não poderá administrar mais nada. Eu estou a frente das empresas, sou a mais velha e tenho esse direito.
Você fica longe da tecelagem, eu e Raquel cuidaremos de tudo e não queremos você por perto.
Estou em lágrimas por tanta injustiça comigo, fico reclusa nos meus pensamentos e não discuto mais nada com elas, não vou perder meu tempo com quem não merece.
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Atualizado até capítulo 49
Comments
Mariza Bandeira
verdade Laura vc é muito sábia
2025-02-17
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Cecilia geralda Geralda ramos
quanta maldade e ganância.
2024-11-29
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Deuselene Maria
Que horror ninguém merece uma madrasta dessas
2024-12-11
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