Capítulo 14
- O que tá fazendo aqui? - perguntei abrindo a porta da minha casa.
- Como assim Stevens? - ele perguntou - hoje é quarta-feira à noite, dia mundial de namorar!
- Desde quando? - perguntei a ele.
- Desde sempre! - ele disse e me deu flores e eu o deixei entrar.
- Obrigada pelas flores - falei e fui até a cozinha, ele veio logo atrás.
- O que quer fazer? - perguntou ele.
- Não tinha pensado em nada! - admiti.
- Bom, então vai ser filme e hambúrguer!
- Perfeito - falei colocando as flores num vaso.
- Onde estão seus pais? - ele perguntou.
- Saíram para jantar! Ainda bem que não fui, ou você ia dar com a cara na porta.
- E eles convidaram você?
- Não, mas sou filha deles e posso ir sem convite!
- Eu acho que se eles quisessem que você fosse, teriam convidado! - Theo disse me pegando pela cintura.
- Está insinuando que meus pais não querem a minha companhia?
- Com certeza estou! - disse ele e eu dei um tapinha no seu peito.
- Ei! - falei
- Não estou dizendo que sua companhia não é boa, mas que eles são velhos e querem um tempo a sós, o que nos rendeu um tempo a sós agora! - ele falou rindo e me abraçou
- É... isso é bom! - falei e dei um beijinho nos seus lábios.
- Vamos ver um filme então?
- Eu escolho! - falei indo para a sala.
- Você sempre escolheu!
- Verdade! - falei rindo.
Escolhemos um filme e assistimos, porém dormimos em algum momento. Acordamos no susto quando meus pais chegaram.
- Não acham que já está bem tarde? - perguntou meu pai parado perto do sofá, com minha mãe ao lado, os dois estavam bem elegantes. Meu pai estava todo de preto, com uma roupa social. Minha mãe com um vestido bege, até o meio da perna, ela usava um sapato de bico fino preto e uma bolsinha em sua mão.
- Sinto muito senhor Stevens! - falou o Theo se ajeitando no sofá e eu levantei minha cabeça do colo dele - dormimos e eu perdi a hora!
- Tudo bem querido! - disse minha mãe sorrindo e meu pai olhou sério para ela.
- Acompanho você até a porta Theo! - disse meu pai e foi a deixa para ele ficar de pé.
- Eu levo ele até a porta pai! - falei e fiquei de pé também.
- Sim, vamos deixar eles se despedirem Michael! - falou minha mãe puxando a mão dele, para que subissem as escadas.
- Cinco minutos e vou cuidar vocês pela minha janela! - meu pai disse indo com minha mãe.
- Não, não vai! Não se preocupem! Podem se beijar! - ela falou já no meio da escada e eu fiquei louca de vergonha.
Fomos até a rua caminhando e Theo segurava minha mão, quando chegamos ao carro dele, na beira da calçada, eu disse:
- Sinto muito, meus pais são bem diretos!
- Eu sei - ele falou sorrindo me puxou para seus braços - mas eles estão certos, nos passamos no horário!
- Mas só porque dormimos! Não fizemos nada demais! - falei segurando seus ombros.
- Eu sei disso, mas eles são seus pais e essa é a casa deles! - ele disse e fez uma pausa olhando para a minha casa - acha que seu pai está nos olhando?
- Com certeza ele deu um jeito de achar alguma janela, para nos espionar! - falei rindo - Você é tão compreensivo assim com seus pais, como está sendo com os meus? - perguntei.
- Não! Nem pensar, se meu pai faz uma coisa dessa, ainda íamos estar discutindo! - ele falou e eu acabei gargalhando e encostei meu peito no peito dele.
- Só você para me fazer rir, sendo que to morrendo de sono, você deve lembrar bem do quanto eu sou ranzinza quando estou com sono! - falei
- Sim, eu lembro bem! - ele falou se aproximando e disse no meu ouvido - espero que continue sendo apenas eu a fazer você sorrir uma hora dessa!
- Sim! - eu disse suspirando e ele me beijou, um beijo mais intenso, suas mãos apertaram minha cintura e quando sua língua encostou na minha, senti um formigamento em todo o meu corpo. Theo se afastou e beijou meu pescoço, o que me deixou de pernas bambas.
- Nos vemos daqui a pouco Stevens! - ele disse baixo e se afastou levando minha mão junto, mas logo a soltou e piscou para mim.
Se eu não estivesse apaixonada por ele, teria ficado neste exato momento.
Quando entrei em casa, minha mãe estava na cozinha, sentada na bancada, com uma garrafa de vinho e uma taça cheia. Me aproximei e sentei de frente para ela.
- Mãe, acho que anda bebendo mais que o normal! - falei baixo e olhei a garrafa de vinho.
- Eu sei filha - ela disse igualmente baixo - é a única coisa que preenche a dor e a saudade do seu irmão! - ela falou e limpou uma lágrima que correu pela sua bochecha.
- Mãe... - eu disse e toquei sua mão por cima da bancada. - acho que está assim porque está se aproximando o aniversário de morte dele!
- Sim! - ela falou e agora me olhou - não posso acreditar que já faz três anos que estamos sem ele! Ele era a alegria e a luz dessa casa!
- É, ele era! - falei sorrindo com as lembranças que me vieram à mente - Mas pensa que ele está num lugar melhor e que se está nos vendo, quer o nosso melhor mãe!
- Eu espero que ele não esteja me assistindo ficar bêbada e chorar pelos cantos! - minha mãe disse e sorriu de forma amarga.
- Por isso precisa se reerguer! Por que não frequenta algum grupo de apoio ou uma psicóloga? - perguntei.
- Obriga filha, sei que está preocupada comigo, mas assim que essa data passar, eu vou melhorar! - ela disse e claramente queria encerrar o assunto.
Fiquei de pé, fiz a volta e dei um beijo no seu rosto e abracei pelo lado. Ela suspirou e fechou seus olhos, uma lágrima rolou de cada lado da sua bochecha.
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Deixem suas florzinhas, lembrem, se entrarmos no top 10, posto cinco capítulos de uma vez para vcs ❤️❤️
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Atualizado até capítulo 61
Comments
Rut Arving
O luto é uma fase muito dolorosa na vida do homem.É uma ferida que não sara, está sempre reabrindo. Mas infelizmente faz parte do ciclo da vida.
2025-03-28
0
Valeria Grossi de Almeida
O Luto é realmente muito difícil 🥲🥲🥲
2025-03-02
1
Isabel Esteves Lima
A mãe dela precisa de ajuda, para superar o luto. 😞😞😞😔😔😔😢
2025-03-05
0