Capítulo 15
No dia seguinte, esperei Theo na frente de casa. O dia estava lindo, o sol brilhava e já estava bem alto, embora fossem só sete e quinze da manhã.
Eu tinha colocado uma saia jeans curta, com meia calça e bota de cano alto. Um blusão de tricô de gola alta preto e um casaco branco por cima. Meu cabelo estava solto.
Theo chegou logo em seguida.
- Uau! - ele disse e sorriu abertamente - eu tenho a namorada mais gata da escola! - Theo me deu um beijo e puxou meu lábio com seus dentes.
- E eu - falei me afastando - tenho o namorado mais gato da cidade!
Ele estava usando um moletom cinza, um jeans escuro e tênis preto da adidas.
- Só da cidade? - ele disse fazendo beiço e andou com o carro - porque não do estado? Ou quem sabe do mundo?
- Você tem muita autoestima! - falei rindo e colocando meu cinto.
- Nossa, isso doeu! - ele disse e nós dois rimos - sabe Stevens, eu fiquei pensando em você quando fui dormir essa madrugada e pensei que você precisa perder o medo de dirigir! Hoje no fim da tarde, você vai nos levar para casa!
- O QUE? - falei arregalando os olhos - não! Eu não... não consigo!
- Consegue sim, eu vou estar com você e vou ajudar você!
- Não - falei e abaixei a cabeça.
- Stevens! Qual é? Quer passar o resto da vida sem perder o medo de dirigir? - ele perguntou olhando a estrada.
- Não... - falei olhando minhas unhas.
- Então está decidido! Na volta, você dirige!
Meu dia pareceu passar voando, tudo porque eu não queria que o fim da tarde chegasse. Eu não queria dirigir, meu medo tinha nome e motivo. Não era frescura.
- Que cara é essa Maia? E por que está aqui neste canto sozinha? - perguntou July se aproximando de mim, na sala de biologia.
- Nada amiga, só pensando - falei.
- O que foi que o babaca do seu namorado fez agora?
- Ele não fez nada... aliás, fez!
- Eu sabia, manda! O que ele fez?
- Ele quer que eu dirija na volta para casa! - falei.
- Nossa, que namorado mau! Meu Deus, que eu nunca tenha um namorado tão ruim assim! - ele falou zombando e sentou na minha frente.
- Você sabe porquê não quero dirigir! - falei a ela.
- E ele sabe?
- Não! Ele acha que é porque bati na garagem de casa...
- E por que ele acha isso amiga? - ela perguntou franzindo as sobrancelhas.
- Porque achei melhor dizer isso do que falar o motivo real!
- Seu irmão... - ela disse e passou um dos seus braços por cima do meu ombro.
- É... - falei
O fim do dia passou e quando cheguei no estacionamento, Theo estava sentado no capô do carro com um colega seu de time, me esperando. Quando ele me viu, os dois desceram.
- Minha motorista chegou Spencer! - ele falou e os dois fizeram um cumprimento estranho e o menino se foi.
- Oi - falei quando o alcancei. Theo pegou minha mochila e me deu um beijo leve nos lábios.
- Oi namorada mais linda do mundo! - ele disse se referindo ao que falamos mais cedo.
- Vamos? - falei indo para o banco do carona.
- Ah ah ah ah! - ele disse vindo até mim. Theo me pegou pelos ombros com suas duas mãos e me guiou até a porta do motorista, abriu a porta e me ajudou a entrar. Minha mochila ele jogou para o banco de trás e sentou ao meu lado.
- Tem certeza? - perguntei baixo e mal respirando.
- Claro que sim! Hoje a minha namorada vai perder o medo! - ele disse sorrindo. - vai! Liga aí e vamos, eu vou ajudar você no que quiser!
Eu liguei o carro e quando fui dar ré, Jordan passou voando com seu skate e deixei o carro morrer.
- Não dá, não dá, não dá! - falei fechando os olhos com força e senti minhas mãos tremerem contra o couro do volante.
- Ei - ele disse segurando meu rosto para olhar para ele - calma, eu to aqui e nada de ruim vai acontecer! Vamos tentar de novo! - Theo disse com calma e passou sua mão no meu cabelo.
Liguei o carro de novo e dei ré, saí do estacionamento da escola e fui andando pela estrada.
- Olha, eu não quero me meter, mas já tem uns vinte carros atrás de nós e você tá andando a trinta quilômetros por hora! Podemos levar uma multa, sendo que a via é a cem por hora!
- Não consigo! - falei quase sem som.
- Maia? - ele chamou meu nome - tenta ir um pouco mais rápido, só mais um pouco! - ele pediu com gentileza e tocou minha perna.
Eu acelerei um pouco e demoramos mais que o normal para chegar em casa, eu parei puxando o freio de mão e desci do carro correndo. Theo veio atrás de mim.
- Ei Maia! - ele falou segurando meu braço na entrada da minha casa - você foi ótima!
- Nunca mais me peça para fazer isso! - falei e puxando meu braço e corri para dentro de casa.
- Maia? - ele chamou alto meu nome e não deve ter entendido nada, mas eu precisava ficar sozinha.
--
Priscilla
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 61
Comments
Valeria Grossi de Almeida
Ela tem medo, por causa do acidente com o irmão
2025-03-02
1
Isabel Esteves Lima
Ela precisa falar que tem medo por causa do acidente do irmão.
2025-03-05
0
Ana Lúcia De Oliveira
será que foi ela que atropelou o irmão? ou ficou com trauma do irmão ter perdido a vida ao ser atropelado, estranho,e o carro batido?
2024-11-13
1