capítulo 7

Capítulo 7

- Que bom que chegou - disse minha mãe - aliás, onde estava?

- Saí para tomar sorvete com o Theo! - falei largando meu casaco na entrada e vi minha mãe sorrir maliciosamente.

- Legal... - disse ela - bom, adivinha? Os Cooper ligaram e vamos almoçar na casa deles!

- Como eles tinham nosso número? - perguntei confusa.

- Ontem o Theo pediu, disse que falou para os pais dele, que ainda morávamos aqui e eles tinham pedido! Hoje ligaram nos convidando, não vai ser ótimo querida? - perguntou minha mãe.

- É... vai ser ótimo! - falei tentando sorrir.

- Tome um banho, coloque uma roupa bonita para impressionar seus... nossos amigos e vamos passar para comprar um vasinho de flores! Ah, e um vinho também! - disse ela.

Fui para meu quarto, coloquei um vestido rodadinho preto, no meio da coxa, meia calça, coturno e peguei meu casaco branco, prendi meu cabelo num rabo e desci as escadas.

- Você está linda filha! - falou meu pai, que vestia calça e camisa bege, com sapatos, minha mãe estava com um vestido florido e e sapato de bico fino e salto.

No caminho compramos as flores e o vinho e quando chegamos, minha mãe me fez carregar o vaso de flores roxas e entregar para a senhora Cooper.

- Querida - ela disse me abraçando - você está ainda mais linda! - a senhora Cooper falou e me abraçou novamente.

- Oi Stevens! - disse Theo sorrindo - quanto tempo não é?

- Muito tempo! - falei e nossos pais ficaram nos olhando.

- O que foi? - perguntou ele olhando para eles.

- Sempre falávamos que vocês iriam namorar, estamos realizados!

- Quem disse que estamos namorando? - perguntei

- Eu disse, na verdade... - Theo falou passando a mão nos cabelos. - desculpa, não era para contar? - ele perguntou e pareceu sincero.

- Não... não é isso! Tudo bem!

- Eu trouxe vinho! - disse minha mãe quebrando o clima, e até fiquei feliz com isso.

- Vamos abrir imediatamente! - disse o senhor Cooper e todos eles foram para a cozinha.

- Tudo bem mesmo? - perguntou ele se aproximando e tocou meu braço.

- Sim, só achei que não devíamos envolver nossa família  nessa farsa! - falei baixo.

- É... tem razão, eu não devia ter dito nada! - falou o Theo.

- Quando terminarmos, eles vão ficar decepcionados!

- É eles... vão! - olhei para ele, tentando entender o seu tom, mas ele logo continuou a falar - quer jogar vídeo game?

- Só se for de corrida, futebol não!

- E quando foi que jogamos futebol juntos Stevens? Sua condição de sempre “só se for corrida” - ele falou rindo e debochando de mim, tentando imitar minha voz.

- Eu não falo assim! - falei e dei um empurrão nele.

- Ah, você fala sim! - ele riu novamente! - vamos!

Theo me puxou para a sala e sentamos num sofá enorme, de cor cinza, quase branco. Os controles eram sem fio, então não sentamos muito perto da TV.

Ficamos uma hora jogando, Theo ficava empurrando meu braço o tempo todo, fazendo meu carro sair da pista de corrida.

- Você tá roubando! - falei quando ele ganhou mais uma partida.

- Estou usando as armas que tenho! - ele disse.

- Suas armas são ilegais! - falei brava.

- Bom, você usa as suas e eu as minhas! - ele disse sorrindo abertamente.

- E que armas estou usando Cooper? - perguntei.

- Sua beleza, fico me distraindo com ela! - ele falou me deixando vermelha na hora.

- É... - tentei falar, mas ele tocou no meu cabelo e puxou o elástico que o prendia e soltou meu cabelo.

- Você fica mais bonita assim! - Theo puxou meus cabelos para frente, me deixando sem graça.

- Obrigada! - falei baixo e Theo se aproximou e quando achei que ele iria me beijar, meu pai surgiu.

- Com licença! - ele falou e pigarreou - querem suco?

- Michael? - chamou minha mãe

- O que? - ele respondeu.

- Deixe eles a sós! Não vão fazer nada demais aí no meio da sala!

- Mãe! - falei brava.

- Estou sendo sincera e to ajudando vocês! Venha Michael! - ela falou pegando o braço do meu pai e o levou para a cozinha.

Assim que eles saíram, Theo perguntou:

- Onde estávamos?

- Indo para a próxima partida! - falei e apertei o play para a próxima partida. E saí na frente dele, ganhando posição.

- Aé, vai roubar? - perguntou ele pegando seu controle e o vi me olhar de esguelha de forma estranha

- Você não tem vergonha não? - falei rindo, visto que ele já tinha roubado muito de mim.

Depois de um bom tempo jogando, fomos chamados para o almoço e comemos em família, os Cooper foram muito gentis e  hospitaleiros. Theo ficou me olhando estranho por vários momentos, o que me deixou constrangida. Mas acho que ninguém notou.

No fim da tarde, quando estávamos indo embora, Theo me acompanhou até o carro. Meus pais já tinham entrado.

- Obrigado por ter vindo e desculpa mais uma vez ter falado para eles sobre nós, minha mãe deve ter contado tudo assim que sua mãe atendeu o celular!

- Tudo bem, vamos dar um jeito! - falei baixo, mas a verdade é que não entendi porque ele contou a sua mãe.

Theo se aproximou e meu pai buzinou alto bem na hora. Ele deu um beijo na minha bochecha e abriu a porta para eu entrar.

Fui para casa e fiquei deitada na minha cama pensando o que ele teria feito na sala ou ali do lado do carro? Não soube dizer se foi bom ou ruim não ter acontecido.

O que ele estava fazendo? Nós estávamos fingindo, não tinha ninguém ali que precisasse ver a gente junto daquela forma.

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