capítulo 4

Capítulo 4

Quando entramos no refeitório, July evaporou do nosso lado e todos nos olharam. A menina quieta com o garoto novo descolado? Com certeza, ninguém mais lembrava de ontem.

- iiii... - ouvi alguém dizer.

- Que vaca - outra disse

- Vadia, pegando o namorado da Olga! - mais outra falou

- Não esquenta com isso! - Theo falou no meu ouvido e me deixou sem graça.

Nos sentamos na mesa com o time de futebol dele.

- Chegou o pegador galera! - um deles disse e bateu nas costas do Theo.

- Você não perde tempo, hein cara! - outro falou sorrindo maliciosamente.

- Calma galera! Maia é pra valer, dela eu gosto de verdade, a Olga era diversão, mas ela não! - ele disse e beijou o canto da minha boca, fiquei zonza com a sensação, mas logo vi Olga perto e entendi porque ele tinha feito isso.

- Isso aí cara, tem que saber diferenciar as piranhas das que são para namorar! - um deles falou quando viu Olga. Ela apontou o dedo do meio para todos nós.

- Vão se ferrar! - ela disse.

Onde estava July? Por que ela tinha sumido?

Fiquei ali naquela mesa, comendo meu almoço, os meninos falaram um monte de bobagens e tudo mais que eu nunca teria ouvido, se não estivesse fingindo namorar o Theo.

Voltamos para nossas salas e eu fiquei com a cabeça no mundo da lua.

Quando as aulas acabaram, encontrei o Theo no estacionamento da escola.

- Seu carro é legal! - falei me aproximando.

Ele estava um gato, usava calça jeans meio puída, uma camiseta cinza simples e um óculos escuro. Theo estava escorado no seu carro.

- Legal? Uma caminhonete 4x4 com teto solar, não é só legal! - ele disse se achando.

- Ok, é incrível! - falei rindo.

- Melhorou! - ele disse sorrindo e entramos.

Quando ele deu ré quase bateu em alguém, era o Jordan.

- Ele nos viu, que bom! - disse o Theo e me levou para casa.

Quando chegamos, ficamos naquele silêncio meio constrangedor.

- Bom, nos vemos amanhã né! - falei

- Aí, não esquece da festa amanhã à noite! - disse o Theo.

- Não sei...

- Nada de não sei, você concordou! Logo vai ta chovendo homem na sua, então me ajuda aí!

- Tá... - falei e abri a porta - não esquece de me buscar aqui amanhã de manhã e não gosto de atrasos.

- Fica de boa! - ele disse.

Assim que entrei em casa, me deparei com a minha mãe perto da janela, com uma taça de vinho na mão, como sempre.

- Quem era aquele? - ela perguntou maliciosamente.

- Só um colega! - falei, pois não quis dizer a ela que era o Theo, ela iria surtar.

- Sei...

- Você não devia estar no trabalho? - perguntei

- Ser sócia do dono, tem suas vantagens! Não tinha nenhuma consulta, então seu pai me liberou mais cedo! - disse minha mãe.

- Bom para você não é! - falei indo em direção às escadas.

- Que péssimo humor! O que aconteceu? - ela perguntou do pé da escada.

- Tenho uma festa para ir amanhã! - falei parando no meio da escada.

- Nossa, que terrível, deve ser o fim do mundo para você! - ela disse zombando.

- Para mãe! Sabe que não vejo motivos para fazer nada desde o Thomy!

- Já fazem quase três anos, filha... - disse minha mãe em tom baixo - precisa seguir!

- Como se você estivesse seguindo, está sempre por aí bebendo dia e noite! - falei e fui para o meu quarto.

Me senti péssima por ter falado isso a ela, sabia que estava sofrendo tanto quanto eu, ou talvez até mais.

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