Palácio

Passaram a manhã juntos desfrutando da companhia um do outro. Assim que almoçaram, Ângelo deu-lhe arquivo com as informações confidenciais sobre o primeiro-ministro, ela lia as informações assustadas, compreendeu a ligação do homem com Dimitri e com o crime organizado. Fitou o marido assustada e antes que ela terminasse, ele a beijou nos lábios e disse:

_ Não importa o que ele diga. Cairá antes que saía da sua sala.

_ O que fez?

Perguntou ela preocupada.

_ Somente defendi a minha mulher.

Disse ele feroz.

_ Não consigo entender como consegue essas coisas. Isso assusta-me!

Exclamou ela.

_ Tenho certas habilidades que me dão certas vantagens. A cada dia recobro o domínio sobre elas.

_ Ângelo isso ratifica que tem treino em espionagem e rastreamento de informações.

Disse ela sacudindo o pequeno tablet com as mãos.

Ele fitou-a sério e falou:

_ Não importa. Cada habilidade nova que descubra faz me torna capaz de proteger-lhe e ter meios para sustentar a nossa família e os filhos que teremos.

_ Filhos.

Disse ela assustada fitando o marido.

_ Querida, estamos sempre juntos, não consigo deixar as minhas mãos longe de você. Não temos usado preservativo ou anticoncepcionais. A equação e exata em breve teremos um bebê se não estiver a caminho.

Disse ele tocando o ventre reto dela que pela primeira vez demonstrou compreensão do que ele dizia

Fitou o rosto dele apavorado com a ideia de estar grávida.

Ângelo riu do pavor dela. Já desconfiava que a semente do seu amor germinar no ventre dela. Riu ao imaginar um bebê de olhos castanhos.

_ Não é hora de pensar em bebês agora. Quando estiver na presença dele, fale o mínimo que puder. Não diga nada do que fez para conseguir a confissão de Alexander. Não aceite nada dele e não beba nenhuma coisa ofertada. Está a ir para uma armadilha e tentaram contra a sua vida. O homem perderá o cargo as 15:30 pelos meus cálculos. Dará entrada no prédio às 15:25.

_ Ângelo nunca cheguei atrasada num compromisso.

_ Querida sempre tem a primeira vez.

Disse ele abraçando a esposa com carinho.

Ela fez o que ele havia orientado. Era três e meia em ponto, a força policial entrou no prédio prendendo o primeiro-ministro. Themis observava o homem que se debatia contra os policiais que o algemaram.

_ Pagará vadia.

Gritava o homem sendo levado pela polícia.

_ Desculpe senhorita mais a sua audiência com o ministro foi suspenda por motivos óbvios.

Themis saiu do prédio sendo interceptada pelo marido que a puxou para um beco próximo do Palácio, cobrindo o corpo dela com o seu de modo a esconder a mulher de olhares.

Alguns homens corriam pela rua em busca de algo. Themis tentou se mover mais Ângelo sussurrou no seu ouvido:

_ Estão a sua procura para lhe matar.

Themis ficou dura contra o corpo másculo que a manteve ali por cerca de uma hora. Assim que se sentiu segurou a puxou pelas mãos para longe do Palácio de mármore, indo para o pequeno cais que havia deixado a lancha ancorada.

Seguindo para o barco a tirando de Atenas indo para o alto mar.

_ Como sabe das táticas usadas para me matar?

Disse ela cruzando os braços sobre os seios fitando o mar.

_ Só sei.

Disse ele calmo.

_ Tenho medo.

_ Do quê?

Perguntou ele acionando o piloto automático indo até ela abraçando com amor.

_ De morrer antes de viver.

Disse ela com tristeza.

_ Vivi toda a minha vida para vingar a morte do meu pai. A vingança era o que me movia. Mais hoje ao saber da caçada a minha vida, entendi poderia estar morta. Constatei haver jogado a minha vida fora por um motivo mesquinho. A vingança não irá trazer o meu pai de volta. Sei que ele iria querer que tivesse uma vida feliz.  Quero ter com você!

As palavras dela caíram como um bálsamo sobre o coração dele.

_ Teremos uma vida longa e feliz amor. Mais temos que destruir Dimitri que independente do que faça continuará a caçar-lhe. Os danos feitos por você a ele são grandes demais. A sua morte tornou-se prioridade na Bratva quem entregar sua cabeça ganhará prestígio e projeção.

_ Como sabe disso?

Perguntou ela fitando os olhos verdes.

_ Não sei. Só sei que sei.

Themis ficou calada contra o peito do marido.

_ Mulher.

_ Sim.

_ Diga o que passa nessa linda cabecinha!

Disse ele beijando o topo da cabeça dela.

_ Penso que foi um espião ou agende especial de alguma força armada.

Aquelas palavras despertaram o riso nele.

Themis indignada, bateu de leve contra o seu peito.

_ Qual o motivo do riso?

Perguntou ela brava.

_ Amor, não importa quem fui. Mais quem sou hoje.

Disse ele pegando-a no colo com carinho.

_ Amo-lhe e sou muito grato pelo dia que tomei aquele tiro por você. Nada no meu passado fará diferença, o que importa e o futuro que teremos juntos.

Disse ele beijando os lábios da mulher amada a levando para dentro da cabine a despindo a fazer o mesmo a tomando novamente para si.

Já Dimitri jogava os móveis pela sala devido à nova notícia que chegava pela mídia internacional que noticia da prisão do primeiro-ministro grego por compactuar com o crime organizado no tráfico de pessoas. A notícia trazia informações sobre a ligação dele com Dimitri, um oligarca russo investigado por esquemas fraudulentos de lavagem de dinheiro através de moedas digitais.

_ Quem estaria a trabalhar contra ele?

As ações eram bem coordenadas com táticas russas de guerra cibernética e uso de dados confidências. Somente um dos renegados estava vivo e o pensamento do homem foi para Alec. O ódio aumentou ao pensar na figura fria e arrogante do mercenário cruel que usou da sua sombrinha para galgar posições de comando na Bratva. Tudo que sofria era culpa do bastardo que havia deixado o grupo W de mercenários antes da guerra na Ucrânia. Ele não tinha interesse de pôr a sua vida em risco por uma guerra idiota motivada pelo desejo expansionista do presidente, que sonha em criar uma mãe Rússia poderosa. Sabia que a luta contra o modo de vida do Ocidente era uma bravata para manter o controle sobre a população.

Dimitri sentiu medo ao pensar em enfrentar Alec, pois, o rapaz era cruel e sádico. Conhecido por ser sagaz na sua sede de poder e dinheiro.

Era uma máquina de matar e perseguir.

Natacha estava ansiosa para ter notícia se Alec. A mais de um mês ele não respondia os seus telefonemas e e-mails. Algo estava errado com ele. Ambos estavam apaixonados antes da sua partida para a Grécia. Ele jurou que traria a cabeça de Themis como troféu de modo a ganhar maior poder dentro da

Bratva a libertando da firmeza do padrinho. Queria viver livre das regras idiotas do velho. Sonhava em desfrutar uma vida longe da Rússia e do seu frio invernal. O seu coração estava apegado a promessa feita por ele de se casarem assim que voltasse. Sabia que uma promessa feita não podia ser quebrada pelos membros da organização. Não o amava plenamente, sentia desejo e uma paixão que com o tempo se transformaria em amor.

Pensava ela ansiosa para que os seus planos se concretizasse em breve.

A cada dia Ângelo revia cenas de seu passado. O homem lutava para esquecer suas memórias que traziam sofrimento e solidão. Somente pensava no futuro com a mulher em seus braços, a sua luz na escuridão.

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