O rolê estava marcado, Ghottic, naquele shopping sentiu cheiros e ouviu sons que nunca sentira antes, elu ficou empolgade e confuse com tudo aquilo, mas estava amando. Ao passar das horas o bruxe se sentia cada vez mais incluído no grupo de amigos do Iwa, eles finalmente pareciam estar se entendendo melhor, principalmente com Lively e Yuri, elu se sentia ainda mais confortável perto deles, por algum motivo que seja, a sua cabeça ingênua ainda não entendia muito bem, mas Ghottic gostava de olhar para Lively, de como os seus longos cabelos loiros pareciam uma cachoeira amarela devido à luz do por do sol refletindo na sua água, ou como os seus olhos castanhos o lembrava das amêndoas que cresciam no outono; aquele sentimento de ansiedade e alegria era levemente sentido pelo corpo delu, mas Ghottic não conseguia compreender aquilo, só sabia que era ótimo.
Quando o sol se pôs no horizonte, os amigos se separaram e cada um foi para sua casa se arrumar, todos muito empolgados com o primeiro role do ano, Ghottic mal chegou em casa e foi para o banheiro se arrumar, com o coração a mil, ansiose para ir naquele lugar cheio de humanos, Iwa estranhou o seu comportamento, elu estava tão sorridente quanto no dia que se conheceram e mais entusiasmade também, enquanto o ruivo separava a sua roupa, que era uma regata preta com uma blusa arrastão por baixo, uma bermuda jeans rasgada, uma gargantilha de correntes e um chinelo preto, ele se perguntava de quem o bruxe estava gostando tanto para estar tão animade e aquilo o fazia rir a cada cenário que imaginava.
Já na casa das irmãs, Lively acabara de se arrumar, como sempre, fez uma maquiagem punk bem marcada, deixou o seu longo cabelo mais volumoso, botou um vestido preto cintado com luvas e meias arrastão, nos seus pés colocou os seus coturnos com salto e nas suas orelhas grandes argolas pretas com pentagramas dentro. A loira estava saindo do seu quarto quando viu que a porta do quarto de sua irmã ainda estava fechada, ela bufou, pensando que Shai não tinha se arrumado ainda, andou até o quarto de sua irmã e bateu na porta, mas não houve resposta.
- Shai??? Eu tô entrando
Disse a loira enquanto entrava no quarto rosado de sua irmã, que estava deitada na cama de pijama enquanto escutava uma música tão alta nos fones que dava para ouvir dali da entrada do quarto, ela se aproximou da irmã e tirou os seus fones.
- Shai? Ce não vai não??
Ela disse, um pouco irritada, sua voz carregada de desapontamento por ver o passeio planejado para ser compartilhado por todos interrompido pela explosão de raiva de Shai. Seus olhos expressavam uma mistura de frustração e tristeza, enquanto ela buscava entender a razão por trás do comportamento de sua irmã mais nova. Afinal, aquele momento deveria ser de união e diversão para todos.
Shai, por sua vez, permaneceu indiferente diante das emoções de sua irmã mais velha. Seu olhar vago e seus ombros encolhidos transmitiam uma apatia que contrastava com a intensidade das emoções ao seu redor. Ela não parecia se importar com as expectativas ou sentimentos dos outros, uma atitude que apenas intensificava a frustração de Lively.
Essa troca silenciosa de olhares e gestos revelava a lacuna que existia entre as duas irmãs, uma desconexão emocional que tornava difícil para elas encontrarem um terreno comum.
- ah não tô muito afim não
A loira não entendeu a atitude da irmã, Lively suspirou e cruzou os braços, tentando conter sua frustração
- certeza? Você não vai ficar assim devido às piadas idiotas do Yan né?
Shai bufou e abraçou as penas, enquanto sentava na sua cama
- aí não é pelo imbecil do Yan! Só me deixa quieta tá??
Shai elevou o tom de voz, deixando escapar palavras carregadas de frustração e amargura, um reflexo de sua angústia crescente diante da sensação de ser constantemente ignorada e subestimada. O som de sua voz ressoou pelo corredor, vibrando com uma intensidade que ecoava a turbulência de suas emoções internas.
Lively, por sua vez, sentiu-se incomodada com a explosão de raiva de sua irmã mais nova. Seus olhos castanhos faiscaram com um lampejo de irritação, cansada das constantes demonstrações de temperamento de Shai. A loira, que valorizava a harmonia e a tranquilidade em suas relações, rapidamente se viu esgotada pela energia negativa que emanava de sua irmã.
- aí tá! Tanto faz, fica aí
Ela bateu a porta do quarto da irmã com uma força desmedida, o som retumbante ecoando pelo corredor como um trovão em meio à tempestade. Shai, tomada pela raiva acumulada ao longo do tempo, lançou uma de suas pelúcias com fúria no chão, um gesto de frustração e desespero diante da sensação avassaladora de ser constantemente ignorada.
Seu coração batia descompassado no peito, as emoções borbulhando dentro dela como um vulcão prestes a entrar em erupção. Uma onda de calor percorreu seu corpo, transformando cada músculo em um nó de tensão e raiva reprimida. Dentro de seu quarto, as paredes testemunhavam seu desabafo silencioso, enquanto ela começava a gritar de raiva, deixando escapar toda a frustração e impotência que a consumiam por dentro.
Com cada soco desferido contra o travesseiro, Shai sentia-se libertando uma parte da angústia que a sufocava. Cada golpe era um grito de dor e indignação, uma tentativa desesperada de fazer-se ouvir em um mundo que parecia determinado a ignorar sua existência. Mesmo que suas lágrimas amargas molhassem o tecido do travesseiro, ela continuava a desabar em um choro solitário e desamparado, uma verdadeira garotinha mimada cujo coração se quebrava um pouco mais a cada momento de solidão e rejeição.
- lively, está tudo bem?
Perguntou um dos trabalhadores domésticos, que estava lustrando as molduras das fotografias que ficavam na escadaria principal do local. Lively suspirou e fechou os olhos para aliviar a sua irritação, pois ela preferia lamber a calçada de Copacabana do que ser mal-educada com alguém que não fez nada.
- tá tudo bem sim, Jorge, só a Shai que tá um pouco irritada, depois você pode pedir pros cozinheiros fazer um chocolate quente para ela, por favor?
A loira disse calmamente e o homem concordou com a cabeça, ela desceu as escadas pensando na sua irmã, ela sentia raiva dela, mas, ao mesmo tempo a compreendia, afinal, ela era mais nova, logo, mais imatura.
- aí deixa isso para lá, hoje é um dia de diversão
Disse Lively para si mesma, enquanto saia de casa.
A fila estava longa quando todos chegaram ao local, a lua estava minguante e brilhante no céu, como um enorme sorriso de pérolas num mar preto de uma imensidão vazia. Os amigos estavam animados, cada um elogiando a roupa um do outro, até mesmo Shori dizia algumas palavras aqui ou ali. Após 40 minutos esperando, finalmente chegou a vez deles e Yan foi quem conversou com o segurança para poderem entrar. Após pegarem as pulseiras, eles entraram e Ghottic estava abraçada, ou melhor, agarrada em Iwa, pois aquele lugar era bem escuro e cheio de pessoas, eles subiram até o camarote, que era levemente mais vazio, a música era extremamente alta e, ao mesmo tempo que lá era calor, também era frio pelos ar-condicionado que tinham.
- ué cadê a Shai?
Perguntou Yan, e Lively revirou os olhos antes de responder
- ah! Ficou de palhaçada lá em casa, numa próxima ela vem e o Yuri? Pensei que ele estava mais confortável em relação à sons
Yan deu uma leve risada
- ah! Isso ainda é de mais para ele, mas o prometi levar um lanche quando sair daqui haha
Todos ali dançavam, menos Ghottic, que estava parede, sem entender o que estava acontecendo, Iwa se aproximou, dançando de forma engraçada.
- Vem bruxinhe! Dança!
- O que é dançar? Eu não sei o que é isso
Iwa segurou nas mãos delu e fez ele se mexer de forma engraçada
- ninguém sabe! Só se mexe junto com a música!
Iwa soltou uma risada contagiante, seu sorriso irradiando uma energia contagiante que se espalhou pelo grupo. Ghottic, observando atentamente seus amigos, decidiu seguir o exemplo e tentar imitá-los, mas logo percebeu que dançar e sentir a música ao mesmo tempo era uma experiência totalmente nova e desafiadora para elu. No início, tudo parecia confuso e desajeitado, seus movimentos descoordenados revelando sua inexperiência com a música e a dança.
No entanto, à medida que elu se deixava levar pelo ritmo envolvente, uma sensação de liberdade começava a se infiltrar em seu ser. A música pulsante preenchia cada célula de seu corpo, impulsionando-o a se mover com mais confiança e ousadia. Mesmo que seus passos fossem desajeitados, Ghottic sentia uma espécie de euforia crescendo dentro de si, uma sensação de estar conectado ao momento e aos amigos ao seu redor.
Quando elu percebeu que seus amigos estavam olhando para elu com olhos brilhantes de admiração e diversão, a sensação de realização inundou seu coração.
Depois de alguns minutos a música parou e o DJ anunciou no microfone que o show de luzes ia começar, então a música que antes era uma batida sem letra, começou a ser músicas dos anos 2000 remixadas para combinar com as luzes que piscavam na batida da música, quando começou a tocar as músicas da Rahiana, as pessoas ali gritaram em alegria, Ghottic arrepiou ao ouvir a voz da cantora, ela tinha a voz de uma ninfa do fogo, elu fechou os olhos e começou a dançar como dançava lá no bosque, sentindo as vibrações do som tocando a sua alma.
Enquanto Lively se movia ao ritmo da música, seus olhos capturaram rapidamente a figura graciosa de Ghottic dançando ao seu lado. Um calor reconfortante se espalhou pelo seu peito ao testemunhar a elegância natural de elu, como flores dançando suavemente ao sopro de uma brisa fresca de verão. Ela não pôde deixar de achar adorável e engraçada aquela cena, um contraste divertido com a energia vibrante que Ghottic irradiava.
No entanto, sua atenção logo foi desviada para Shori, cujo olhar profundo e enigmático parecia penetrar na alma dela. Ela dançava com uma sensualidade bruta, uma tentativa óbvia de chamar sua atenção, mas o garoto albino permanecia impassível, debruçado no parapeito do camarote, como se estivesse em seu próprio mundo.
Enquanto Lively dançava com uma mistura de intensidade e inocência, Shori apenas observava, seu sorriso discreto revelando um vislumbre fugaz de reconhecimento. Embora ele apreciasse a energia contagiante ao seu redor, seu foco permanecia no seu drink de café, uma âncora de calma em meio ao tumulto da festa.
Já Iwa, estava hipnotizado da forma que Yan dançava, como sempre, ele tirou a camisa quando sentiu o mínimo de calor, seus dreads descoloridos estavam presos num lindo coque abacaxi, ele usava um juliete e calças jeans rasgadas, o seu colar de correntes brilhava lindamente no seu peitoral suado, ele parecia um Deus grego
- Mano! Para de viadagem, vai pra cima dele, porra!
Gritou Lively, quebrando a hipnose de Iwa, ela deu um empurrãozinho e começou a dançar com ele em direção do rapaz, que sorriu ao ver eles se aproximarem, mas assim que ficaram bem próximos de Yan, Lively deixou Iwa lá, sozinho com o garoto.
- todo arrumado hoje ruivinho! Amei a gargantilha!
Disse Yan e isso deixou o ruivo completamente vermelho e arrepiado, com a voz do rapaz ecoando por todo seu corpo, seus passos de dança já estavam desengonçados e lively percebeu isso, logo se aproximando de Ghottic
- ei Ghottic! Quer dançar?
A garota ficou perto do bruxe e estendeu a mão para elu, que por algum motivo ficou nervoso e hesitou em segurar sua mão, mas ela o puxou e começaram a dançar juntos, com Lively direcionando ela e Ghottic de forma indireta para os rapazes, ela se fez de distraída e “esbarrou” no ruivo, o empurrão fez ele se desequilibrar e cair em cima do peitoral do rapaz
- ooops! Desculpe
Lively deu uma leve risada, um som suave e contagiante que se misturou ao ritmo da música animada que preenchia o ambiente. Com um sorriso brincalhão nos lábios, ela começou a dançar junto com Ghottic, movendo-se com uma graça descontraída que refletia sua alegria de estar ali com seus amigos.
Enquanto isso, Yan percebeu que Iwa estava lutando contra o calor, seu rosto vermelho e os arrepios que percorriam seu corpo eram sinais evidentes de desconforto. Com um gesto de preocupação, Yan envolveu Iwa em um abraço reconfortante, oferecendo apoio e estabilidade para que ele não caísse. Seus olhos se encontraram, transmitindo uma comunicação silenciosa carregada de empatia e compreensão mútua.
- você tá bem?
O coração de Iwa acelerou e seu corpo explodiu em chamas, as palavras se embolaram em sua garganta e seus olhos tremulavam, Yan se fez de desentendido, ele sempre percebeu que mexia com o ruivo e isso o divertia, logo, o mais alto aproximou seus lábios só ouvido do menor e sussurrou com uma voz calorosa
- que foi ruivinho? Tá com medo?
Aquela foi a gota d’agua, um choque percorreu o corpo do ruivo, que num salto, se afastou de Yan e correu para o banheiro, como um cervo fugindo de uma pantera. Ghottic viu a cena e novamente estranhou a atitude de Iwa
- por que ele fica tão estranho perto do Yan? Ele tem medo dele?
Lively riu e se aproximou de Ghottic com um sorriso bobo no rosto
- você é meio bobo as vezes hahaha, Iwa gosta do Yan desde o 5° ano, mas é muito bundão para dar um simples selinho nele, sempre tento forçar algo, mas ele sempre foge hahaha
- ele deve ser muito especial pro Iwa né? Já que ele fica todo nervoso
- é normal ficarmos nervoso quando gostamos de alguém, mas sei lá, quanto mais rápido você passar por cima desse medo, mais rápido seu nervosismo passa
- e como sei que estou gostando de alguém?
Antes de responder Lively suspirou e olhou de canto para Shori, que estava quieto em seu lugar como sempre, um aperto tomou conta de seu peito, como um soco de um cupido frustrado
- você...sorri quando olha para essa pessoa, fica com o coração acelerado quando ouve a voz dela, fica fazendo metáforas comparativas esquisitas com a aparência dele e...ah você sabe, fica com vontade de beijar ele...
Lively suspirou, sentindo um nó angustiante se formando em sua garganta. Uma sensação de desconforto pairava no ar, como uma sombra silenciosa que envolvia seu coração, enquanto ela se debatia com emoções conflitantes. A dúvida e a incerteza dançavam em sua mente, como fantasmas indesejados que se recusavam a desaparecer.
Enquanto isso, Ghottic ficou pensativo por um momento, seus pensamentos girando em torno daquele sentimento estranho que parecia tomar conta de seu ser. Elu se perguntou se aquilo era o tal “gostar” que tanto ouvira falar nas novelas que Iwa costumava assistir à noite. Lembranças fragmentadas dançavam em sua mente, imagens de cenas românticas e gestos apaixonados que elu nunca experimentara pessoalmente.
Era como se elu estivesse tentando decifrar um código desconhecido, uma linguagem emocional que era ao mesmo tempo fascinante e assustadora. A ideia de gostar de alguém trazia consigo uma mistura de excitação e apreensão, uma jornada desconhecida em território emocionalmente desconhecido.
- ahm...Lively?
Ghottic sentiu sua voz falhar, uma sensação de pavor silencioso que bloqueava sua garganta, tornando difícil articular qualquer palavra. Suas mãos tremiam incontrolavelmente, uma manifestação física da torrente de emoções que inundava seu ser. O coração batia descontroladamente em seu peito, como se estivesse prestes a romper suas próprias fronteiras, cada batida ecoando como um tambor ensurdecedor em seus ouvidos.
Com passos hesitantes, Ghottic se aproximou lentamente da garota, cujo olhar estranho refletia a confusão diante da súbita mudança de comportamento do bruxe. Elu podia sentir o peso do silêncio que pairava entre eles, um vácuo de expectativa carregado de incerteza e possibilidade.
Cada movimento era um esforço consciente, como se elu estivesse se movendo através de uma densa névoa de ansiedade e antecipação. Seu coração parecia ecoar em seus ouvidos, uma batida constante que marcava o ritmo de sua jornada em direção ao desconhecido. E, mesmo com o medo pulsando em suas veias, Ghottic sabia que não poderia recuar agora, pois estava prestes a dar um passo corajoso em direção ao seu próprio destino.
- sim?
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Atualizado até capítulo 30
Comments
Natalia Alves
cheiro de romance no ar
2023-11-04
1
Luna006
afffeeeee isso tá sendo fofo
2023-09-20
1