ko-dara

O sol alcançava quase seu ápice no céu, horas haviam se desenrolado desde que Ghottic e Iwa se encontraram naquela manhã. A conexão entre eles era tão forte quanto a dança do dente de leão e da margarida, uma harmonia natural que se desdobrava rapidamente. Em pouco tempo, compartilharam mais sobre si mesmos do que muitos fazem em anos.

O calor do sol destacava os matizes da floresta ao redor, enquanto Ghottic se esforçava para ocultar sua identidade de bruxa. O medo da reação de Iwa misturava-se aos sentimentos positivos que floresciam entre eles. Cada folha e raio de sol pareciam testemunhas silenciosas desse encontro, enquanto os personagens exploravam a delicada dança entre revelar e preservar segredos.

— Ghottic, posso fazer uma pergunta?

Questionou Iwa, se aproximando da garota gentilmente

— ah, pode sim!

— eu...percebi que as suas orelhas são pontudas, tipo as orelhas do Peter pan, por quê?

Ghottic corou e engoliu seco, assim levando suas mãos até suas orelhas pontudas, querendo as esconder.

- ahm...

Os cálculos mentais que a bruxa fazia em sua mente, buscando uma mentira que pudesse satisfazer as perguntas do humano, foram interrompidos bruscamente pelo som dos passos de Aren. O tucano atravessava aquele teto dourado de folhas com uma agitação incomum, suas asas batiam freneticamente, criando uma brisa agitada ao seu redor.

Seus olhos estavam arregalados de raiva, as penas eriçadas como se estivessem prestes a voar em todas as direções. O bico cerrado denotava a intensidade de suas emoções, enquanto ele se aproximava rapidamente da bruxa e do humano, lançando um olhar acusatório na direção deles.

A bruxa ergueu uma sobrancelha, surpresa com a repentina aparição e o comportamento agressivo do tucano. Ela trocou um olhar rápido com o humano ao seu lado, compartilhando uma expressão de confusão e preocupação diante daquela situação inesperada.

- E káàró, minha Alase Ghottic! Por que a minha Alase não esteve no bosque de manhã?

O tucano virou-se com raiva, suas penas arrepiadas como espinhos de um porco-espinho, e encontrou os olhos do menino. No entanto, ao invés de expressar medo diante da fúria do pássaro, o humano olhava para ele com uma mistura de admiração e curiosidade, como se estivesse encantado com a exibição de bravura do pássaro.

Aren sentiu um leve desconforto diante do olhar do menino, um misto de surpresa e incerteza perpassando seus pensamentos agitados. Ele piscou rapidamente, tentando recuperar a compostura diante da presença inesperada do jovem naquele ambiente encantado.

— o ko-dara ainda está aqui? Minha alase ni were¹?

Ghottic ficou sem reação, nunca tinha visto Aren tão irritado, ela não sabia o que falar, nada saia de sua garganta, ela só conseguia ver aquele tucano quase se depenando em ódio. Já Iwa, olha para ele deslumbrado, tirando cautelosamente um pacote de clube antissocial do bolso.

— aí meu Deus! É um tucano de bico arco-íris?!? Pensei que eles só existissem na Venezuela, Colômbia e no México! Aí caramba ele é tão lindo!

Exclamou o ruivo, encantado com a beleza da ave, que o olhava com ódio.

— lindo? Lindo?! Você vai ver o lindo seu filho de uma-

Ghottic arregalou os olhos ao ouvir tais xingamentos direcionados ao rapaz, naquele momento ela agradecia a deusa mãe por Iwa não entender a língua dos animais. O garoto só sorria, alegre por ver um tucano tão perto dele, ele tirou um biscoito do pacote e ergueu a mão com um sorriso simpático, o que fez a ave ficar sem reação.

— pode pegar!

Iwa dirigiu-se a Aren com uma voz suave e calmante, como uma brisa acariciando as folhas de uma árvore. Seu tom gentil e firme teve um efeito imediato no tucano, que cessou seus gritos abruptamente. Tanto ele quanto Ghottic ficaram momentaneamente surpresos com a mudança de atitude do pássaro, percebendo que o humano diante deles não era maligno, nem tampouco monstruoso, como as antigas lendas celtianas insinuavam.

— pega amiguinho!

Aren, com movimentos animados, deu pequenos pulinhos até chegar ao joelho de Iwa, que estava sentado de pernas cruzadas. Uma de suas mãos repousava no chão enquanto a outra descansava sobre a coxa, onde o tucano decidiu pousar. Com cautela, o pássaro inclinou o bico em direção à mão do rapaz e, num gesto rápido, pegou o biscoito que ele oferecia. A expressão de surpresa nos olhos de Iwa se transformou em um sorriso caloroso, enquanto Aren desfrutava de seu lanche com entusiasmo.

- pela...pela deusa mãe! Que presente dos céus!

Exclamou Aren, enquanto bicava aquele biscoito de água e sal, iwa riu e cautelosamente levou sua mão até a cabeça de Aren, assim começou a fazer um carinho. A ave olhou para Ghottic com um brilho nos olhos e suplicou:

— podemos ficar com ele? Eu levo ele para passear, limpo a sujeira dele e vou alimentar!

Ghottic riu com a reação de Aren, nunca viu ele tão carinhoso com alguém.

— acho que ele gostou de mim haha!

O ruivo riu com alegria ao observar o comportamento do animal, enquanto Ghottic, com um gesto pensativo, mordeu levemente o lábio inferior, perdida em seus próprios pensamentos. O ambiente ao redor parecia repleto de uma serenidade momentânea, contrastando com a turbulência interna a bruxa enfrentava.

- Aren, o que você ia me dizer antes?

Com um tom de voz suave e intrigado, a bruxa direcionou sua pergunta ao pássaro, que estava momentaneamente em transe devido ao afago do rapaz. Iwa, observando a cena com interesse, ergueu uma das sobrancelhas, perplexo com a estranheza da situação. Enquanto isso, o pássaro lentamente saiu de seu transe, retornando à consciência plena.

— ah! Beni²! Os lobetes perguntaram sobre o ko-dara, eles querem caça-lo!

Gotthic arregalou o olho, sentindo seu coração congelar, enquanto a imagem do rapaz sendo rasgado pelos animais ecoava em sua mente, como um filme de terror. Um arrepio percorreu todo o seu corpo, deixando-a paralisada pelo medo. Seu estômago se contraiu em um frio gélido, enquanto uma sensação de imponência dominava. O silêncio da floresta parecia ainda mais assustador, amplificando a gravidade da situação.

- Ghottic, você está bem? Parece pálida?

Perguntou Iwa, preocupado com a súbita mudança na expressão dela. Enquanto seus olhos verdes como esmeraldas buscavam desesperadamente alguma pista sobre o que havia causado aquele arrepio repentino em Gotthic, o Tucano agitou-se inquieto, agora pousando no ombro do rapaz, como se ele também sentisse a tensão no ar. O ambiente ao redor parecia ganhar mais vida, só que de um jeito terrível. Era como se o universo havia acordado, com os sons da floresta tornando-se mais nítidos e agourentos, contribuindo para a atmosfera de tensão que se instalara.

Ela desviou o olhar para Iwa, seu olho marejado refletindo o impacto da terrível visão que sua imaginação lhe entregou. Levantou-se, dirigindo-se até ele e colocando as mãos em seus ombros, agachando-se para ficar na altura dos seus olhos. O vento sussurrava entre as folhas das árvores, como se compartilhasse o peso da preocupação que pairava sobre eles. O ambiente estava impregnado de uma energia densa e opressiva, enquanto os sons da natureza pareciam distantes e distorcidos, como se estivessem ecoando de um mundo paralelo. A bruxa hesitou por um momento, tentando encontrar as palavras certas para acalmar o rapaz, mas suas próprias emoções tumultuadas tornavam difícil formular qualquer consolo.

- Iwa... escute-me atentamente. Eu carrego estas orelhas pontudas como marca de minha linhagem celtiana, uma descendência de bruxas. E é crucial que você compreenda o perigo que nos cerca neste momento. Sua presença aqui coloca sua vida em risco, e eu temo pelas consequências que podem advir se permanecermos juntos.

O silêncio se instalou naquele ambiente, tornando cada segundo mais pesado do que o anterior. Iwa encarava Ghottic nos olhos, sua expressão uma mistura de curiosidade e incredulidade. Um momento de tensão pairava no ar, cada um aguardando a reação do outro, até que, inesperadamente, Iwa rompeu o silêncio com uma risada leve, desconcertando Ghottic e deixando-a confusa. O som da risada ecoou suavemente pela floresta, com as próprias árvores se juntando à estranha cena.

A profundidade da emoção de Ghottic era palpável, misturando medo, preocupação e a angústia de revelar sua verdadeira natureza. Já Iwa, em sua reação inesperada, adicionava uma camada de imprevisibilidade ao encontro, transformando o momento em uma dança delicada entre confissões e surpresas.

- hahaha! Bruxa? Ah conta outra!

Antes que Ghottic pudesse protestar, um uivo longínquo ecoou pela floresta, fazendo todos os cabelos da bruxa se arrepiarem instantaneamente. Um calafrio percorreu sua espinha, enquanto seu coração acelerava descontroladamente no peito. O som do uivo trazia consigo uma sensação de presságio, como se centenas de almas atormentadas por séculos gritassem em seus ouvidos, invadindo sua mente com uma melancolia ancestral. O sol, embora brilhasse forte no céu, não conseguiu dissipar o frio que se instalara em seu corpo, deixando-a paralisada pela intensidade do momento.

- isso foi um lobo?

Perguntou Iwa, com a voz trêmula, mas antes que a mesma fosse respondida, Ghottic o puxou com firmeza, fazendo-o descer do salgueiro em um movimento rápido e decisivo. O rapaz cambaleou por um momento, surpreso com a brusquidão do gesto, mas logo se recuperou, fixando seu olhar curioso na bruxa, aguardando uma explicação.

- ei! Isso doeu!

Ele virou-se para Ghottic e ficou impressionado ao ver seu olho brilhando em um magenta puro, junto ao seu colar adornado com estrelas de energia cintilante. Uma visão tão deslumbrante e única que nenhum ser humano jamais testemunhara antes. A energia emanada pelas mãos da bruxa criava um halo mágico ao seu redor, envolvendo-a em uma aura cósmica que deixou Iwa atordoado. A intensidade do momento fez sua cabeça formigar e seus pelos arrepiarem, enquanto uma mistura de encanto e medo se espalhava por seu corpo. Ele estava fascinado e assustado ao mesmo tempo, incapaz de compreender completamente a natureza extraordinária daquela presença. Era como se um ser angelical estivesse diante dele, algo tão incompreensível para sua mente humana que fez seu estômago embrulhar em um turbilhão de emoções.

- o que...que merda é essa?

Perguntou Iwa, sua voz trêmula denotando o medo que se espalhava por todo o seu ser. Ele observava as folhas do salgueiro balançando violentamente, mesmo sem vento para justificar o movimento. Aquele majestoso salgueiro parecia estar gritando, implorando por socorro aos deuses. As enormes cortinas douradas que envolviam o local impediam que vissem o que acontecia do lado de fora, mas uma sensação de iminente perigo pairava no ar. Parecia que algo colossal, maior e mais denso do que um buraco negro, estava tentando forçar sua entrada, como se desejasse devorar tudo que estivesse em seu caminho.

- se kini³, Aren

Perguntou Ghottic, seus cabelos estavam de pé, ela estava atenta a tudo, sempre se posicionando a frente do ruivo, suas orelhas não paravam de se mexer, naquele momento, O céu estava mais escuro e o vento mais frio, novamente, a floresta parecia quieta e o salgueiro aparentava estar gritando mais desesperadamente, com medo, os seus galhos tremiam e suas raízes se mexiam freneticamente, tentando fugir dali, querendo fugir daquele ser imponente.

- eu não sei! Mas a áurea é ko-dara. Nunca vi algo assim desde...

O pássaro engoliu seco, arrepiando com a sensação de se lembrar de sombras do passado.

-... desde a iku grẹy nla⁴

Quando Aren pronunciou essas palavras, o salgueiro cessou suas convulsões foliares violentas, mergulhando o ambiente em um silêncio quase tangível. O coração de Ghottic ecoava em seu peito, cada batida reverberando na quietude pesada do local. Seu sangue corria por suas veias com uma urgência perceptível. Iwa, por sua vez, exibia uma palidez evidente, esforçando-se para conter qualquer sinal de ansiedade iminente. O silêncio, agora ensurdecedor, instaurava uma atmosfera aterradora.

A cortina de folhas douradas foi abruptamente cortada por um único golpe, revelando uma visão aterrorizante. Ghottic agiu com uma velocidade surpreendente, transformando-se em um lobete e puxando Iwa para si. Tudo aconteceu em um piscar de olhos, deixando o rapaz atônito, agarrando-se aos pelos roxos da bruxa, tentando absorver a surrealidade do momento.

Diante deles, uma massa negra de dois metros se destacava, possuindo dois olhos amarelos imponentes. Iwa, por instinto puro, tentava processar toda a situação, sentindo seus ossos tremerem quando um uivo estrondoso ecoou pela floresta. Um grito involuntário escapou dos lábios do rapaz, enquanto ele se via envolvido por uma escuridão opressiva.

A floresta, outrora familiar, parecia transformar-se em um lugar sinistro. Os galhos que tocavam pareciam agulhas pontiagudas, o chão sob seus pés tornava-se estridente, e a constante sensação de olhos observando-os intensificava o clima de horror que pairava no ar.

- o que é isso, Ghottic?!

Iwa soltou um grito desesperado, caindo na armadilha fatal de olhar para trás. O ruivo se viu diante de um pesadelo vivo: uma colossal massa negra, moldada como um lobo gigante, os perseguia implacavelmente. Um símbolo enigmático adornava a testa da criatura, um círculo com dois traços abaixo e uma espiral no centro, emitindo um brilho sinistro que competia com os olhos amarelos repletos de ódio que fixavam o humano.

Aren, o tucano, temporariamente esqueceu-se de sua habilidade de voar, pousando desesperadamente no ombro de Iwa. Cada passo na tentativa frenética de fuga parecia atrair a fera ainda mais perto, transformando a floresta outrora acolhedora em um labirinto sombrio. Cada sombra oculta parecia esconder ameaças desconhecidas, enquanto a atmosfera ao redor vibrava com a tensão de um destino incerto.

- Asé!

Disse a bruxa desesperadamente, seu colar brilhou novamente, com o impacto de não ser mais um lobete correndo, Iwa caiu no chão, assim, ralando seu rosto e braços, mas logo foi puxado por Ghottic, que voava rapidamente para cima. Galhos e gravetos cortavam a pele dos jovens, ficavam presos em seus cabelos e rasgavam suas roupas. No céu, A bruxa olhou para baixo e apenas pode ouvir aquele uivo demoníaco ecoar pelas árvores.

- aquilo era um okan buburu

- o que é isso?!

Exclamou Ghottic, Iwa não entendia nada, só ouvia a ave piar.

- Um espírito ancestral protetor, invocado para salvaguardar a vida e a ordem. Sua presença é uma promessa de proteção inabalável, uma força imparável que não conhece limites. Ele não descansará até que sua missão seja cumprida, até que cada ameaça seja neutralizada e cada ser sob sua guarda esteja a salvo. Sua determinação é tão antiga quanto o próprio tempo, e sua ira é como o fogo de mil sóis, queimando qualquer adversário que ouse desafiar seu dever sagrado.

Por um instante, o coração de Ghottic pareceu parar, seu olhar desceu rapidamente até onde Iwa estava pendurado, agarrando-se desesperadamente à sua mão. Uma onda de náusea a atingiu com força, o estômago retorcendo-se diante do entendimento repentino do que aquela criatura implacável desejava tão ardentemente. A mente de Ghottic foi invadida por imagens sombrias, visões distorcidas de destruição e caos, enquanto ela lutava para manter a compostura diante da terrível ameaça que se erguia diante deles.

- precisamos sair daqui!

Os olhos de Iwa se arregalaram em desespero, fixando-se no horizonte tumultuado enquanto suas mãos tremiam agarradas à Ghottic. Com um impulso de coragem, ela começou a voar em direção ao desconhecido, seu corpo cortando o ar com determinação enquanto Aren a seguia de perto, as asas batendo com rapidez, mas os olhos cheios de temor. O rugido distante da criatura ancestral ecoava em seus ouvidos, impulsionando-os para frente em uma corrida frenética contra o perigo iminente.

- Ghottic! Devagar!

Gritou Aren, mas a bruxa o ignorou, ela estava tão perto de sair da floresta, ela já conseguia ver o mar, o vale de pequenos morros estava tão próximo, sua liberdade estava logo ali, ela precisava continuar.

- Ghottic! Para!

Aren parou de seguir Gotthic. O olhar da bruxa estava distante, mergulhada na sensação de liberdade que a envolvia. Desprevenida, colidiu violentamente com algo que parecia ser uma barreira invisível, como se o próprio ar tivesse se tornado sólido de repente. Em um piscar de olhos, raios azuis estalaram ao redor dela, igual a vinhas vivas emergindo daquela parede de ar sólido, envolvendo-a como dedos finos em uma dança caótica de eletricidade e dor. Seu corpo convulsionou diante dos múltiplos choques, enquanto suas asas se contorciam em agonia, os ossos e músculos sendo dobrados de volta às suas costas, com uma violência assustadora. Iwa, atônito, assistiu imponente a cena, seus olhos arregalados de rua enquanto testemunhava a transformação angustiante de Ghottic. Antes que a mesma pudesse reagir diante do ataque celestial, sua visão turvou, e ela caiu em torpor profundo, seu corpo perdendo as forças diante do colapso repentino. Iwa, ao perceber que a queda livre iminente, soltou um grito desesperado com toda a força de seus pulmões, o som ecoando na vastidão do céu, enquanto eles mergulhavam em direção do abismo.

...•Dicionário celtiano•

...

...Ni were?: está louca?

...

...Beni: sim

...

...Se kini: o que é?

...

...Iku grẹy nla: a grande morte cinzenta

...

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Comments

Luna006

Luna006

aí que tenso

2023-09-19

1

Ana pontel

Ana pontel

MANO a cena do aren com o iwa foi de 0 a 100 e de 100 a 1000 mto rápido KAJSKSJSKSJSJD primeiro ele discute, fica super calmo dps de comer o biscoito e receber um carinho e aí queria adotar o iwa, e aí começa a treta com os lobos KAJSKAKKA ENFIM, a última cena me tirou a minha dúvida do pq a ghottic tava vendo mar se ela tava numa caverna kkaksks tava com isso na cabeça, mas pensando bem acho q era bem obv q era uma parede Kkkakzj

2023-07-22

3

Safira Cahon

Safira Cahon

quero adotar um humano que nem o aren queria kaakkaak

2023-06-28

2

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