Terra de sepultura.”

Em dar a você tanto tempo quanto você precisa para ajustar suas ideias sobre isso,

e sobre mim. Mas eu não tenho tanto tempo, Simon. Enquanto eu permanecer

nesta cidade, eu estou em perigo por Raphael e seu bando.”

“Bando?” Apesar de tudo, Simon sorriu levemente.

Camille pareceu perplexa. ”Sim?“

“Bem, é só que... ’bando’. É como dizer ‘malfeitores’ ou ‘lacaios’.” Ela

olhou para ele inexpressivamente. Simon suspirou. “Desculpe. Provavelmente

você não tem assistido a tantos filmes ruins quanto eu tenho.”

Camille franziu a testa levemente, uma linha fina aparecendo entre suas

sobrancelhas. “Eu diria que você é ligeiramente peculiar. Talvez isso seja por que

eu não conheço muitos vampiros de sua geração. Mas será bom para mim. Eu

sinto ao estar com alguém tão... jovem.”

“Sangue novo”. Simon disse.

Com aquilo ela sorriu. “Você está pronto, então? Para aceitar minha oferta?

Para começarmos a trabalhar juntos?”

Simon olhou para o céu. Os fios das luzes brancas pareciam apagar as

estrelas. “Olhe”, ele disse. “Eu aprecio a sua oferta. Eu realmente aprecio.”

Merda, ele pensou. Tinha que haver algum jeito de dizer isso sem ele soasse

como se ele estivesse recusando um encontro para o baile. Eu estou realmente,

realmente lisonjeado de você me pedir, mas... Camille, como Raphael, sempre

falava rigidamente, formalmente, como se ela estivesse em um conto de fadas.

Talvez ele pudesse tentar aquilo. Ele disse. ”Eu necessito de algum tempo para

dar minha decisão. Eu estou certo que você pode entender.”

Muito delicadamente, ela sorriu, mostrando só as pontas de suas presas.

“Cinco dias”, ela disse. ”E não mais.” Ele estendeu sua mão enluvada para ele.

Algo brilhou em sua palma. Era um pequeno frasco de vidro, do tamanho que

podia manter uma amostra de perfume, só que ele parecia estar cheio de pó

amarronzado. “Terra de sepultura.” Ela explicou. ”Esmague isso, e eu saberei que

você está me chamando. Se você não me chamar em cinco dias, eu enviarei

Walker para sua resposta.”

Simon tomou o frasco e o deslizou para dentro de seu bolso. ”E se a

resposta for não?”

“Então eu ficarei desapontada. Mas nos separaremos amigos.” Ela afastousua taça. ”Adeus, Simon.”

Simon se levantou. A cadeira fez um esguicho metálico enquanto ela se

arrastava no chão, muito alto. Ele sentiu que devia dizer algo mais, mas ele não

tinha ideia do que. No momento, entretanto, ele pareceu estar dispensado.

Ele decidiu que preferia parecer como um daqueles estranhos vampiros

modernos com péssimas maneiras do que arriscar ser arrastado de volta a

conversa. Ele saiu sem dizer nada mais.

Em seu caminho através do restaurante, ele passou por Walker e Archer,

que estavam em pé no grande bar, seus ombros encurvados embaixo de seus

longos casacos cinza. Ele sentiu a força de seus olhares sobre ele enquanto

caminhava e acenou seus dedos para eles — um gesto em algum lugar entre um

aceno amistoso e um despachar. Archer mostrou seus dentes — dentes humanos

planos – e saiu a passos largos em direção ao jardim, Walker em seus

calcanhares. Simon observou enquanto eles tomavam seus lugares nas cadeiras do

outro lado de Camille; ela não olhou acima enquanto eles se sentavam, mas as

luzes brancas que tinham iluminado o jardim se apagaram de repente — não

uma por uma, mas todas ao mesmo tempo — deixando Simon olhando para uma

desorientadora área de escuridão, como se alguém tivesse apagado as estrelas. No

momento que os garçons notaram e se apressaram afora, para corrigir o

problema, inundando o jardim com a pálida luz mais uma vez, Camille e seus

subjugados tinham desaparecido.

●●●●

Simon destrancou a porta da frente de sua casa — uma de uma longa

fileira de idênticas casas de tijolos que se alinhavam em seu quarteirão no

Brooklyn — e a empurrou levemente, ouvindo cuidadosamente.

Ele tinha dito para sua mãe que ele estava indo ensaiar com Erik e seus

outros colegas de banda para uma apresentação no Sábado. Havia sido há muito

tempo quando ela simplesmente teria acreditado nele, e que teria sido assim;

Elaine Lewis sempre tinha sido uma mãe tranquila, nunca impondo um toque de

recolher nem a Simon ou em sua irmã ou insistisse que eles estivessem cedo em

casa em dias de escola. Simon estava acostumado a ficar fora até altas horas com

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