Capitulo 8

Mirima a tira mais uma vez de seus pensamentos:

— Mas quem lhe indicou, para vir a mim? Todos me evitam, eu não sou nada, sou apenas um elfo com uma aparência horrível que luta muito por sobreviver... Não sei se poderei te ajudar.

— Você é muito importante, para mim, sei que conhece bem este mundo inteiro, inclusive todos seus segredos, e como elfo deveria sabe curar, e como um ser livre, entende bem da construção de armas, e conhece todo o tipo de luta.

— Eu não posso curar, como disse fui corrompido e não tenho esse poder, ao contrário do que pensa, tenho o poder somente de destruir tudo que toco usando meu poder, faço um ser secar como folhas, sugando sua essência.

Nesse momento Luna imagina, Mirima sugando a essência, de alguém e esta pessoa secando como uma folha e se desmanchando ao vento, isso a faz estremecer de medo, mas respira fundo e continua:

— Sim, mas se conseguirmos fazer você de alguma forma voltar ao normal, será o maior elfo de cura desse mundo.

— Eu... não..., não existe forma de voltar ao normal, nenhum elfo infectado conseguiu voltar até hoje... não sei, como sabe tudo isso, mas vou tentar ensiná-la o que sei para poder se defender — diz Mirima sinceramente, enquanto mexe a sopa, que estava quase pronta.

— Não quero ocupar seu tempo, mas realmente vou precisar da sua ajuda, você tem certeza que pode me proteger?

— Claro que tenho, e como disse pretendo te ensinar a controlar sua magia, pois com ela poderá se defender, e te ensinarei a fabricar suas próprias armas e ferramentas, já que vai precisar.

— Quando podemos começar?

— Assim que seu tornozelo estiver curado, pois não poderá forçar, porque pode piorar sua situação, mas agora vá se limpar, pois a sopa está quase pronta, e precisará estar forte até lá. — diz ele servindo uma sopa em uma tigela de barro e colocando-a sobre a mesa.

Logo em seguida ele pega algo, para que Luna se apoiasse e pudesse se banhar, em um lago que tinha no fundo da gruta.

— Venha, irei lhe ajudar a se levantar. — diz entregando a Luna algo que parecia uma muleta improvisada.

— Não precisa, posso me banhar sozinha.

— Tudo bem, deixarei a sopa sobre a mesa, e selarei a Caverna, pois tenho de sair para pegar mais lenha, a noite promete ser fria, e não quero que o fogo se apague, Círdan lhe fará companhia aqui você estará segura, quando terminar de comer, pode dormir sossegada.

— Quem é Círdan?! — pergunta, confusa.

— Círdan venha aqui.

Círdan aparece ao escutar seu nome, este era um gato elfo, não tinha pelos, e tinha as orelhas pontudas, ele sobe na cama e deita-se ao lado dela, que não lembrava de ter posto este tipo de ser no jogo, e isso não era coisa de Augusto, pois ele gostava sim de jogos medievais, com todos os tipos de seres místicos, mas não teria ideia de colocar um serzinho tão diferente, e curioso assim no jogo, sem que tivesse alguma utilidade, aquilo a estava deixando cada vez mais confusa.

— Círdan cuide de nossa convidada, pois ela é muito especial.

Quando ele sai, ela se levanta e vai até o lago existente dentro da caverna, com o pequeno gato a acompanhando:

— Que merda Augusto, você corrompeu meu jogo, havia lhe dito para não mexer nessas terras, juro que me pagará caro por isso.

Enquanto se banhava pensa:

"Agora mais do que nunca preciso descobrir como sair de dentro deste jogo"

Mas sabia que era a única resposta que Mirima, não conseguiria lhe dar. Ao terminar de se limpar, põe uma roupa que Mirima havia deixado sobre a cama antes de sair, e come a sopa que Mirima havia deixado, sem nem notar as sensações, se tinha ou não gosto, ao acabar deixa a tigela sobre a mesa, e vai se deitar na cama, o gatinho se aconchega próximo a ela, e ambos acabam adormecendo, no meio daquelas peles de animais.

Mirima ao chegar e vê-la adormecida fica admirando-a dormir, não entende até agora o que sentia por aquela bela donzela, só sabe que algumas horas atrás, sentiu algo diferente, uma urgência em encontrá-la, e sentiu que estava em perigo, mas se perguntava se sentiu aquilo no mesmo momento que ela entrará no jogo? E o que era que estava sentindo? Pois nunca sentiria algo como aquilo.

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