08- Próximas do Objetivo

Periferia de Buenos Aires - Argentina, 01:14 AM

Skadi chegou muito abalada em casa, depois do que aconteceu. Não foi por ver a sua irmã executando os bandidos e sim pelo que quase ocorreu a ela. Ela quase foi est*pr*da naquele beco escuro e se não fosse Vic, sua vida estaria acabada.

Nesse momento ela entendeu o que Vic disse antes, justiça existe para poucos e alguns acabam sendo obrigados a fazer sua própria justiça.

Ela gritou muito, pedindo ajuda, naquela rua e nenhum puto apareceu para ajudá-la. Imaginou as barbaridades que aqueles homens já deveriam ter feito e as pessoas fingiram que não sabiam de nada. Imagina quantas vítimas já fizeram? Vic foi misericordiosa com eles, pois mereciam ser t*rtur*dos antes da morte.

Ela percebeu que Vic era mais uma vítima de toda essa impunidade, e enquanto algumas vítimas reagem apenas lamentando, quando lhes acontecem alguma impunidade, outras como Vic, resolvem as coisas do jeito delas.

Skadi tinha apenas dezoito anos e nunca experimentou o mundo como agora. Sempre foi superprotegida por Vic e por sua mãe. Sempre viveu a vida através da tela de seu computador e essa era a primeira vez que estava enfrentando a realidade de frente.

Vic chegou em casa e foi para o quarto da irmã ver se estava bem. Skadi a abraçou a agradecendo por tê-la salvado.

– Me desculpa por ter brigado com você, irmã. Agora eu entendo o que queria dizer. – disse Skadi chorando.

– Não irmãzinha, eu é que sinto muito por ter te trazido comigo. Você é uma menina doce e inocente e estou te expondo a um monte de coisas ruins. – Vic fez uma pausa e respirou fundo – Entenda, estou desesperada. Não sei o que fizeram com o meu bebê, estou lutando aqui, mas se eu descobrir que aconteceu algo ruim com ele eu… 

– Não aconteceu! O Arthur Jr está bem e eu sinto isso, não vamos pensar o pior. Irmã, eu vou estar sempre ao seu lado, tudo bem? 

Vic acariciou os cabelos da sua amada irmã.

– Eu prometo que vou tentar te envolver o mínimo possível nisso tudo, ok? Eu só preciso de você para encontrar aquele argentino por enquanto. Você não precisa ficar sabendo o que vou fazer com ele.

Nesse momento o celular de Skadi recebe uma notificação. Ela olha a mensagem e corre para abrir o notebook.

– O que houve?! – pergunta Vic, nervosa.

Skadi ignora a sua pergunta e se concentra na tela do notebook. Vic se põe ao seu lado, olhando o que ela estava fazendo, então lentamente Skadi se vira para Vic e diz:

– Encontramos ele! Encontramos o maldito argentino.

…

Vic se põe em sua missão sozinha. Ela compra um carro usado, com a placa adulterada e vai para o local onde o argentino foi visto pela última vez.

As contas bancárias de Vic estão bloqueadas e ela nem poderia usar seus cartões, pois seria rastreada pela polícia e por esse motivo, permitiu que Skadi cometesse pequenos roubos cibernéticos. A garota roubava valores pequenos de contas bancárias diferentes, não chamando muita atenção. Por esse motivo, as irmãs não estavam sem recursos.

Voltando a missão de Vic, ela vai até um lugar que parece um cemitério de carros. Lá elas descobriram que funcionava a central do traficante de crianças, dali ele comandava todo o esquema e Vic esperava encontrar as documentações e recibos sobre para onde o seu filho foi mandado.

Ela estava vestida com sua habitual roupa preta e conseguiu invadir o local. Tinham alguns cachorros guardando, mas a mulher foi preparada com alguns pedaços de carne contendo tranquilizantes, aos quais ela lançou por cima do muro, antes de entrar.

Foi se escondendo atrás dos carros enferrujados e amassados, até chegar ao tal escritório.

Observou por alguns momentos se havia alguma movimentação e percebendo que não havia, usou um grampo para destrancar a fechadura e invadiu o local. Porém, para sua surpresa o tal argentino estava lá, ela só não viu a movimentação porque ele estava dormindo.

– ¡¿Quién eres tu?! O que está fazendo aqui? – disse ele acordando e disfarçadamente apertou um botão escondido embaixo da mesa.

Vic sorriu, pois pensou que ele estando ali, lhe pouparia o trabalho de procurá-lo depois. 

– Já ouviu alguém dizer que a vida é como um boomerang? O que vai sempre volta, meu "hermano"! – disse fazendo aspas com as mãos – E eu sou o boomerang voltando bem na sua cara! – nesse momento ela armou um soco e socou o nariz do sequestrador, o fazendo cair para trás com a mão no nariz.

Após, ela pulou em cima dele, o prendendo no chão e socando o seu nariz.

– Me diz maldito! Para onde mandou o meu filho?

– Que filho? Moça, eu só sou o gerente de um ferro velho!

– Desgraçado! Diz logo ou eu vou desfigurar essa sua cara que já é feia por si só! Não se lembra? Arthur Jr, Brasil, quinze de agosto às dezesseis e uma da tarde. Você raptou o meu bebê a mando daquela desgraçada da Denise! 

– Eu nunca saí da Argentina, está me confundindo com alguém…

Nesse momento apareceram dois brutamontes que puxaram Vic de cima dele, e ele ficou rindo e debochando.

– Sua p*ta, burra! Acha mesmo que eu estaria sozin…

Antes que ele terminasse, viu Vic derrubando os brutamontes ao chão, ela chutou a cabeça de um e depois pegou uma estátua decorativa de Buda, que estava na mesa, e quebrou na cabeça do outro.

– O que você estava dizendo mesmo? – perguntou com um olhar ameaçador.

– Q… q… Quien eres tu?! – perguntou com os olhos arregalados.

– Victoria Albuquerque, ex agente Federal e mãe de uma de suas vítimas! Tem certeza que não se lembra da Denise? Anda vendo jornais ultimamente? Se anda, vai ver exatamente o que eu fiz a ela!

A cor do rosto do homem sumiu. A notícia do incêndio criminoso já estava percorrendo o mundo e Vic já tinha sido identificada como a autora do crime. A única coisa que não noticiaram, foi sobre o Arthur ser uma das vítimas, disseram apenas que a outra vítima não foi identificada.

Vic sabia o porquê disso. É óbvio que não sujariam a imagem do Arthur, mesmo morto. Seria um escândalo descobrirem que ele estava no motel com a secretária, traindo a esposa enquanto ela sofre por um filho sequestrado recentemente. As pessoas idolatrariam Vic, como uma esposa traída em busca de vingança. Mas escondendo a identidade de Arthur, Vic era vista como uma mulher que enlouqueceu. E pelo seu alto nível de habilidades, foi considerada uma fugitiva de alta periculosidade.

– Vo… vo… você! – nesse momento o homem sentiu o perigo na sua frente – Itália! Ele foi mandado para a Itália! – gritou colocando o braço a frente do rosto se protegendo.

– Onde na Itália?! Para quem vocês mandaram o meu filho!? – Vic gritou lhe apontando a sua arma.

– Eu não sei! Aaaaaaaa! – nesse momento ele gritou com o tiro que recebeu em uma de suas pernas.

– Onde?! Eu tenho um cartucho inteiro aqui para descarregar em você!

– Eu não sei! Aaaaaa! Hija de p*ta! Desgraciada! – gritou recebendo um novo tiro em sua outra perna.

– Eu sou uma mulher de poucas idéias. Se não me disser, eu vou continuar atirando até você parecer uma peneira!

– Eu juro que estou dizendo a verdade! Olhe os papéis, na segunda gaveta da minha mesa! Quem me contratou foi uma empresa de transporte representando um cliente anônimo. Eu não faço ideia de quem está com o seu filho. Isto se ele ainda está vivo.

Quando ele disse isso, viu a fúria no olhar da mulher. Nesse momento os olhos dela se tornaram negros, como se ela fosse o próprio anjo da morte indo lhe buscar. Em um segundo a sua cabeça pendia para o lado e o seu olhar estava vidrado e apagado. Em sua testa, um rombo, causado pelo tiro que Vic disparou.

Após, ela foi até a gaveta e pegou todos os documentos referentes a venda do Arthur Jr e saiu imediatamente do local. Os sons de tiros, já poderiam ter chamado a atenção e alguém poderia chegar a qualquer momento para lhe dar mais trabalho.

Chegando na casa em que as irmãs estavam escondidas, Vic pediu a Skadi que investigasse a tal empresa de transporte. A única coisa que a garota descobriu é que o navio que transportou a criança, aportou em um porto clandestino no sul da Itália.

– Sul da Itália? Então apronte as nossas documentações e passagens, pois é para lá que vamos agora! – disse Vic, decidida.

…

Aeroporto de Roma - Italia, 15:10 PM

Com as habilidades impressionantes de Skadi, três dias depois, as irmãs desembarcaram em Roma.

Após, elas pegaram um transporte, indo em direção ao sul do país e chegando lá, já se instalaram em uma casa em um bairro no subúrbio.

Apesar dos esforços e dos contatos de Skadi, ela ainda não descobriu quem comprou o bebê, mas acredita que está muito perto.

...

A noite, as irmãs pedem uma pizza e comem enquanto assistem TV. 

– Que deprimente, passar a noite de sábado comendo pizza e assistindo a filmes antigos. – diz Skadi, desanimada.

– Até parece que você é uma garota que costuma passar todos os sábados em festas. – responde Vic.

– Ah, mas nós estamos na Itália! Acredita? Eu sempre sonhei em conhecer esse país. Aqui a comida é boa, a bebida também e os italianos são uns gatos!

– Gatos e mulherengos! Não se esqueça da fama deles.

– Ah, qual o problema? Vic, você ficou presa em um casamento de m*rda por mais de cinco anos, deveria sair para se divertir!

– Você sabe que eu não vim aqui para me divertir!

– Mas não faz mal! Olha, nós estamos muito perto de encontrar o Arthur Jr, relaxa um pouco. 

– Está tentando me convencer a te levar para sair?

– Por favor?? – diz fazendo uma expressão apelativa, que fazia Vic ficar derretida.

– Tudo bem, mas olha, tome cuidado com os italianos! Você ainda é virgem e merece perder a virgindade com um cara legal… Quer dizer, ele não precisa ser tão legal, mas precisar ser muito legal na sua primeira noite, então não caia na lábia deles.

– Eu prometo que não vou cair! – disse pulando de felicidade.

As irmãs se arrumaram e resolveram curtir a noite. Skadi foi com um conjunto off-white com croped e um short e Vic foi com um vestido de noite que destacava seus atributos.

...

...

A ex agente Federal, tinha um corpo de dar inveja, isso não só pela prática de esportes, mas também pela genética. Ela sabia ser uma mulher fatal não só com armas, mas também quando se arrumava para algum evento especial.

Skadi, era uma garota de apenas dezoito e apesar de ser uma nerd, ela possuía um corpo voluptuoso, com uma cintura fina, um quadril largo e um bumbum de dar inveja. 

As duas irmãs foram andando pelas ruas e o tempo todo eram abordadas e ouviam galanteios. Vic já sabia que isso iria acontecer, pela fama dos homens italianos, mas ela pensou que já fazia tempo que não se sentia desejada, então resolveu caprichar no visual. Achou que Skadi também deveria se vestir de uma forma sensual, ela ainda é nova e deveria desde cedo, aprender que é uma mulher bonita e desejada.

Resolveram parar em um bar, que estava muito agitado. Tinha pista de dança e as pessoas estavam muito animadas.

Elas foram para o bar, pedir bebidas porém nem precisaram pagar, sempre aparecia um se oferecendo para pagar suas bebidas, em troca de suas atenções.

Quando o primeiro apareceu, Skadi queria recusar e Vic olhou para ela e disse:

– Minha irmã, você tem que aprender o poder que tem uma mulher. Os homens que ficam bobos ao lado de uma mulher bonita, são os piores! São os menos confiáveis. Você tem que fazer eles gastarem com você e depois ir embora, deixando eles com cara de panacas! Eles merecem receber essa lição!

A partir desse momento elas aceitavam as bebidas e depois que eles pagavam, desconversavam e abandonavam o homem deixando ele com cara de bobo.

As duas estavam se divertindo e beberam bastante, algo que há muito tempo não faziam.

Então Vic, achou que era melhor ficarem em uma mesa e pararem de enganar os bobos que apareciam, pois já estavam alteradas pelo álcool.

Mal elas sentaram e apareceu um homem loiro e muito charmoso, chamando Vic para dançar. Ela iria recusar, mas Skadi insistiu que ela aceitasse. 

Por causa da insistência da irmã, Vic foi para a pista de dança com o homem.

Passou-se um tempo e Vic não voltou, Skadi começou a se sentir sozinha e deslocada. Ela se divertia mais com a presença da irmã e sem ela, se sentia tímida no meio daquelas pessoas.

E foi aí, que um jovem rapaz se sentou em sua mesa. Ele tinha olhos intensos azuis e uma aura nobre. Seus cabelos eram de um loiro escuro e tinha um sorriso sedutor no rosto. Nem preciso dizer que a inocente menina se sentiu derretida por sua aparência.

– Posso saber o nome da bela ragazza?

A garota deu um sorriso tímido, desviando o olhar. Depois olhou para ele e disse:

– Skadi, Skadi Albuquerque.

– O meu é Fillipo, Fillipo Montanari. 

.........

Essa noite promete, hein?

Não se esqueçam de curtir o capítulo! ;)

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