17- Mamã

Hotel Abandonado - Domínio dos Ferreti - 1:15 AM

Vic vê Fabrizio rindo e fica mais possessa de raiva. Agora que o tesão passou, ela não entende o que acabara de acontecer nesse lugar.

Aquele idiota acabou de levar uma facada e ainda está sangrando, mas mesmo assim eles fizeram um sexo selvagem há alguns minutos atrás. E pior, ela gostou e correspondeu a sua investida. Portanto, ela acabou de transar com um homem desconhecido e que foi brutalmente esfaqueado para portegê-la.

Olhou para ele e viu as marcas de arranhão em seu peito e se lembrou dos momentos de loucura enquanto estavam transando, e então, desviou o olhar ainda possessa de raiva.

Ela vestiu a sua roupa e decidiu ficar longe dele. Foi para o outro lado do salão, para ficar o mais longe possível. Não sabia se ele iria tentar novamente e também, não sabia se ela conseguiria resistir na próxima vez.

Fabrizio ainda sorria orgulhoso do que fez, aquele seu jeito de brava o fazia querê-la mais e a sua entrega durante o sexo que fizeram, o fez pensar que poderia acontecer mais vezes. Pensava que era só uma questão de tempo.

De repente, ele recebe uma notificação no celular, lê e se levanta, se dirigindo em direção a Vic.

– Vamos! – ele chega perto dela e a pega pela mão, dessa vez foi ele quem segurou em sua mão.

Ela tenta puxar a mão, mas não consegue, pois seu aperto estava forte.

– Para onde vai me levar?! – grita.

– Para onde mais? Vou te levar para minha casa. Ou quer ficar aqui nesse lugar fedido correndo risco de te esfaquearem novamente?

Ela pensou e ele tinha razão, ela não podia mais ficar neste lugar. Naquele dia ela foi vista ao lado dele pelos Ferretis e ficar bem no meio do território deles, fazia a sua vida correr riscos.

– E um homem como você acha que pode me proteger? – ela diz desdenhando e ele lhe dá um sorriso presunçoso de volta.

– Eu acho que um homem como eu pode te dar mais do que só proteção. – ele lhe respondeu com um olhar malicioso, o que a fez se lembrar novamente do que acabara de acontecer.

– Não precisa me levar para a sua casa, só me leve até um lugar seguro.

– Não existe lugar mais seguro em toda a Itália, do que a minha casa, ragazza!

Estranhamente ele lhe passou uma certa segurança, quando lhe disse isso. Vic tinha uma visão de homens fortes, como os soldados que ela convivia outrora, e não como um homem igual a Fabrizio, quem vestia roupas de grife e tinha um rosto de modelo. Ela também estava ficando surpreendida com ele, a cada vez que ele lhe demonstrava força.

Quando chegaram na rua, um Mercedes Benz, preto os aguardava. Fabrizio abriu a porta traseira, ela entrou e ele entrou em seguida.

O motorista olhou pelo espelho retrovisor e viu os arranhões no peito de Fabrizio, depois olhou para a mulher que estava com ele e ficou assustado. Ela não parecia uma puta, então quem poderia ser? Se perguntou o que deveria ter acontecido ao seu chefe.

– O que está olhando, bastardo?! Nos tire logo daqui! – gritou Fabrízio.

– Me desculpe Signore Fabrízio! Partiremos agora!

Vic olhou para Fabrizio e pela primeira vez percebeu que ele era algo a mais do que ela estava pensando. Antes achava que ele era algum integrante de uma gangue, alguma espécie de soldado. Não tinha a visão de que um chefe da máfia poderia estar em combate com os seus soldados. Pensava que chefes só ficavam seguros em suas casas, apenas dando ordens.

A maioria dos chefes das famílias eram assim, mas Fabrizio e Fillipo, lutavam junto com os seus companheiros e isso fazia com que se tornassem muito leais a eles e tivessem uma admiração sem tamanho pelos seus chefes.

Eles conseguiram sair do território dos Ferretis, sem muitos problemas, e logo chegaram ao porto dos Montanaris.

Vic desceu do carro e ficou impressionada com a quantidade de barcos de vários tamanhos. Tinham desde pequenas lanchas a iates enormes.

– Algum deles é seu? – perguntou Vic.

– Todos eles são meus. – respondeu Fabrizio, como se isso não fosse nada.

Ele puxou novamente a sua mão e ela conseguiu se soltar dessa vez, o que o fez parar e olhar para ela.

– Quem é você?! – ela perguntou, pois provavelmente ele não era qualquer pessoa.

– Fabrizio, Don Fabrizio Montanari. – ele respondeu.

– Ajudou muito, eu não faço a menor ideia de quem é você.

Ele riu.

– Já percebi que você é estrangeira. Logo vai descobrir quem sou eu. – ele se virou e foi em direção a lancha que os aguardava.

Vic hesitou um pouco, mas depois decidiu segui-lo, pois pensou que se ele for uma pessoa com poder, irá se tornar um importante aliado contra os Ferretis, ajudando-a assim, a encontrar o filho mais facilmente. Mal sabe que ela está indo exatamente em direção ao seu amado bebê.

Logo eles chegaram na ilha Montanari. Era um lugar paradisíaco, cercado pelas lindas águas do mar mediterrâneo. Tinham várias propriedades em volta e no meio a mansão principal. Nas praias existiam vários postos de vigia, com armas capazes de derrubar um navio cargueiro. Também haviam muitos homens protegendo o local e por onde passavam, estes homens demonstravam respeito a Fabrizio.

A cada vez que Vic adentrava ao local, sentia a imponência do homem que estava ao seu lado. O poder dele crescia aos seus olhos a cada vez que via mais e mais homens muito bem armados o cumprimentando com grande respeito. Percebeu que ele tinha um exército no local, muito bem equipado.

Eles chegaram a mansão principal e era duas vezes o tamanho da mansão Oliveira, a qual morava com seu ex marido.

Na entrada, mais funcionários aguardavam a chegada de Fabrizio.

– Signore Fabrízio! Está sangrando, vou já chamar o médico! – gritou Bruno, o mordomo, aparecendo desesperado.

– Eu estou bem, Bruno! Não precisa chamar ninguém. Onde está Fillipo?

– Fillipo ainda não chegou, ele passou o dia todo fora.

– Maledetto! Eu não disse que deveria mantê-lo descansando em casa? – ralhou Fabrizio com o mordomo.

– Eu tentei mantê-lo em casa, Signore Fabrízio! Mas ele ameaçou me metralhar se eu o impedisse.

– Cazzo! Você é um imprestável!

– Signore Fabrízio, quem é a ragazza? – disse o mordomo se referindo a Vic.

– Ela está comigo. Arrume o quarto ao lado do meu para ela. Arrume com tudo de melhor que tiver nessa casa.

O mordomo ficou impressionado. Fabrízio nunca lhe solicitou cuidados de alto nível a uma mulher antes.

– O que está esperando?! – gritou Fabrízio.

– Sim Signore Fabrízio, já vou providenciar.

O mordomo saiu correndo e Fabrizio se virou para Vic.

– Enquanto ele não arruma as suas acomodações, venha comigo.

– Eu acho melhor ficar aqui. – ela diz se recusando.

– Se, se recusar, vou pedir aos homens para te levarem à força. Você pode até derrubar alguns, mas duvido que vai derrubar a todos ao mesmo tempo.

Ela bufou e foi o seguindo. Sabia que ele tinha razão. Pensou também, que se ele tentasse alguma coisa, com certeza ela o derrubaria, o que seria mais fácil do que derrubar vários de seus soldados ao mesmo tempo.

Eles foram subindo as escadas e entraram no quarto de Fabrizio. Chegando lá ele fechou a porta as suas costas a deixando assustada. Ela armou os punhos e lhe ameaçou.

– Olha, aquilo que nós fizemos não vai se repetir. Se você se aproximar eu vou quebrar o seu nariz.

– Olhe bem para você e para mim? – ele disse a olhando de cima a baixo– Nós estamos sujos de poeira e sangue. Acha que sou alguma espécie de selvagem? Depois que tomarmos um banho conversamos sobre isso.

Então ele tirou os sapatos e começou a tirar a calça e foi nesse momento que Vic ouviu um gritinho. Ela se assustou com a familiaridade daquele gritinho. Seu coração parou de bater no mesmo instante e seu corpo congelou no lugar. Se perguntou se era coisa da sua cabeça o que acabara de ouvir.

Foi nesse momento que saiu de trás da poltrona um bebê engatinhando. Quando ele viu a mulher, se sentou no chão e bateu palmas comemorando e então ele fez o impensado, se apoiou na poltrona e se levantou. Foi andando dando passos desengonçados indo em direção a ela e balbuciando:

– Mamã, mamã, mamã…

.........

Aaaaa! Os corações de vocês estão preparados para o emocionante encontro?

Nos vemos no próximo capítulo!

Não se esqueçam de curtir, por favorzinho! ;)

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