Um depósito nós domínios dos Ferretis - Sul da Itália, 20:03 PM
Ela segurou em sua mão… A todo momento Vic fazia coisas que deixava Fabrizio sem reação. Ele nunca tinha andado de mãos dadas com nenhuma mulher na vida e esperava que isso nunca lhe acontecesse, porém, nesse momento está acontecendo.
Tudo bem que ela estava mais o puxando pela mão do que andando tranquilamente de mãos dadas com ele, como em um encontro romântico, mas ainda assim isso era totalmente inesperado.
Ele sentiu o calor das suas mãos e a maciez da sua pele, ela tinha uma mão pequena e a dele a cobria por inteiro. Era quase inacreditável que aquela mão foi capaz de desferir um soco forte em um homem e derrubá-lo como ela fez na sua frente, no primeiro dia em que a viu. Mas tamanho, quase sempre não define habilidades.
"Será que foi a mesma mulher?"– se perguntou.
Sim, era a mesma mulher, pois essa mulher que está segurando a sua mão e o puxando por entre os cômodos, evitando as balas que estavam sendo atiradas contra eles, há pouco executou três homens na sua frente, com tiros limpos e precisos. Ele conhecia poucos homens que podiam fazer isso, nem Fillipo conseguia, mas isso era porque ele gostava de fazer uma bagunça, ficaria triste se uma de suas vítimas morresse com o primeiro tiro.
Curiosamente, ele acariciou a sua mão com o polegar, sentindo se realmente era macia e não tinha calos. Isso fez Vic emputecer e puxar a mão bruscamente.
– Se fizer isso novamente eu juro que soco a sua cara! – ameaçou Vic.
Essa mulher só poderia ser louca. Ela anda ameaçando o Don Fabrizio Montanari. Tenho certeza que se visse a sua ficha criminal, tremeria de medo. Estou brincando, poucas coisas fariam Vic tremer.
Logo eles saíram do depósito. Vic já tinha planejado uma rota de fuga antes de entrar no local. Eles se sentaram no chão, escondidos atrás de um carro que estava estacionado do outro lado da rua.
As ruas próximas estavam cheias de homens dos Ferretis vigiando, fazendo assim com que aquele fosse o único local que pudessem se esconder por enquanto.
Fabrízio olhou a movimentação e riu. Ele podia chamar os seus homens para tirá-los dali, mas queria ver o que ela tinha em mente.
– Você disse que iria me proteger. Parece que não vai ser muito fácil. – disse apontando para as ruas próximas cheias de Ferretis os procurando.
Vic sorriu para ele e Fabrizio ficou hipnotizado com o seu sorriso. Não foi um sorriso sedutor cheio de malícia, foi um sorriso de vitória e segurança em si mesma. Um sorriso que só viu em homens que tinham no sangue, o gosto pela violência.
– Ei machão, eu já pensei em uma solução, antes de entrar aqui!
Nisso, ela tirou do bolso um pequeno objeto com um botão vermelho. Ela sorriu para ele novamente e apertou o botão. E foi nesse momento que se ouviu várias explosões vindo do depósito e Fabrizio acabou sorrindo de volta, ele sem perceber, começou a admirar aquela mulher.
Os homens que estavam nas ruas os procurando, correram para o depósito e assim, eles tiveram o caminho livre para sair dali.
Vic o levou para o hotel abandonado que ficava há algumas ruas afastado do depósito. Era ali onde ela se escondeu enquanto estava planejando o seu ataque e vigiando a movimentação.
O lugar estava todo trancado, porém, ela tinha encontrado uma passagem por uma pequena janela quebrada pelos fundos e foi por lá que eles entraram e ficaram por lá.
Vic entrou e já foi se dirigindo a recepção do lugar, onde havia um sofá velho enorme. Ela não achou seguro ir para os quartos que ficavam nos andares acima, já que o chão estava esburacado, podendo assim causar algum acidente.
Ela tirou sua mochila, suas armas e colocou em um canto. Depois foi seguindo para os fundos do local e Fabrizio foi atrás. Ela estava prestes a tirar a blusa e o homem arregalou os olhos, porém, ela desistiu quando percebeu que ele estava atrás dela e se virou abruptamente em sua direção, franzindo a testa.
– O que pensa que está fazendo?
– Nós estamos juntos nessa, não?
– Estamos, mas isso não significa que pode me olhar tomando banho!
Só nesse momento ele percebeu que ela estava se dirigindo aos antigos vestiários dos funcionários. Ele levantou as mãos e se virou de costas voltando para a recepção.
Lá, ficou olhando os vestígios da mulher. Em um canto tinha uma bolsa preta, ao qual abriu e viu que tinham roupas e alguns itens, como cremes, escova de dentes… coisas assim. No outro tinha a sua mochila, que continha armas, bombas de fumaça e um canivete tático, que foi algo que lhe agradou bastante. Ele analisou a arma branca e viu que tinha uma lâmina de boa qualidade.
Tinha garrafas de água mineral e latas de comida enlatada na lixeira, percebeu que ela já estava escondida ali há alguns dias.
Viu o notebook e já ia abri-lo para olhar, quando foi abordado por ela.
– O que pensa que está fazendo mexendo em minhas coisas?!
– Preciso saber com quem estou lidando, não posso?
– Acredite, não vai querer saber… – ela disse se sentando em uma das pontas do sofá e ele se sentou em outra.
Ela ficou em silêncio pensativa e Fabrizio olhou o local. Era sujo e velho, um homem como ele nunca se hospedaria em um lugar assim. Achou que a brincadeira já não tinha mais graça, então pegou o celular e fez uma ligação.
– Aqui é Fabrízio, preciso de um carro para a localização que enviei.
A pessoa do outro lado disse que iriam providenciar, porém o melhor piloto da família, era o próprio Fillipo que estava machucado, portanto, iriam demorar.
– Cazzo! Como está Vicenzo? Diga para Pamela não sair de perto dele e coloque um homem para não sair de perto dela!
Ele ouviu que o bebê estava bem e que as ordens seriam acatadas e então desligou.
Quando olhou para Vic, ela estava comendo alguma coisa em uma lata.
– Quer? – lhe ofereceu.
– Nunca que eu comeria uma coisa como essa! – ele respondeu.
– Fresco!
Vic era uma agente que já participou de muitas missões arriscadas, e ficou por dias escondida em lugares inusitados. Com certeza já comeu coisas piores, não tinha essa coisa de nojinho. Já Fabrizio, foi criado como um príncipe, cheio de regalias, comendo os pratos dos melhores cozinheiros e bebendo os melhores vinhos, é óbvio que nunca comeria uma comida enlatada.
Enquanto ela comia, sentada com os pés em cima do sofá, em uma pose relaxada e descontraída, ele a observava.
Ela era uma mulher de uma sensualidade que ele nunca experimentara. Não estava vestida com roupas que mostravam o seu corpo, seu rosto estava limpo, sem nenhuma maquiagem, seus cabelos molhados e soltos casualmente. Estava muito diferente das mulheres que se atiravam aos pés dele. Mas ainda assim, ela estava em um nível acima dessas mulheres e deixando o seu corpo fervendo.
Ele não sabia o porquê, o porquê ela lhe deixava assim. Talvez fosse pela adrenalina? Ele não sabe. Talvez fosse porque ela não fazia a menor ideia de quem era ele e em nenhum momento reparou nas suas roupas de grife. Em nenhum momento ela se atirou nele.
Cada vez mais não conseguia tirar os olhos dela e ela já estava incomodada com isso.
– Pare de me olhar assim! – reclamou Vic.
– Assim? – ele ainda não percebeu a forma como estava a olhando.
– Com essa cara de garoto que nunca viu uma mulher na vida.
– Eu nunca vi uma mulher como você. Por acaso você é um homem que mudou de sexo?
Vic não aguentou e começou a rir.
– Não, eu sou uma mulher. Quer conferir?
Ele não percebeu a ironia e levou a sério o seu convite, foi se aproximando e ela o empurrou com o pé.
– Ei! Eu estou brincando!
Ele pegou o seu pé e a puxou abruptamente para perto dele. Então puxou a gola da sua blusa fazendo o seu rosto ficar próximo ao dele.
– Acha que pode brincar comigo e sair ilesa? – disse, lhe encarando com os seus olhos azuis intensos e pela primeira vez Vic reparou em Fabrízio. Nesse momento ela sentiu a intensidade dele e isso a fez ficar quente instantâneamente.
Por um segundo ela se perdeu, e foi só por um segundo, pois logo voltou a si.
– Se eu acabar te socando, não vai ser sem motivo. – disse arrancando a sua mão de sua gola.
Ela voltou para o seu lado do sofá e se encolheu lá, evitando ficar próxima a Fabrizio. Nesse momento percebeu que existia uma química forte rolando ali, mas ela não queria desvios, queria estar totalmente focada em sua missão.
A partir daquele momento, ela se pegava sempre o olhando e ficou com raiva de si mesma por isso, então resolveu fazer algo para se distrair. Pegou o celular e ligou para Skadi:
– Vic! – disse Skadi do outro lado da linha.
– Sou eu, como está?
– Eu estou bem. E as coisas? Como andam?
– Estou muito perto do objetivo. Por isso acho que vou ficar fora por mais alguns dias. Olha, eu sei que você gosta do seu computador, compre um outro por enquanto.
– Eu já fiz isso. – disse Skadi revirando os olhos.
– Ótimo! Vou desligar, então fique bem e lembre-se, fique longe desses italianos. Eles não valem nada. – essa última frase foi um aviso para Fabrizio, mas esse não se importou, na verdade achou divertido vê-la tentando o provocar.
– Ok, irmã! Prometo que vou ficar longe.
Skadi desligou e olhou pela janela e lá do outro lado da rua estava um rapaz com a perna engessada olhando em direção a sua casa.
.........
Que química forte, hein?
Nos vemos nos próximos capítulos!
Não se esqueçam de curtir! ;)
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Atualizado até capítulo 80
Comments
Vilma Teixeira Roquete
So pensando a hora que ela descobrir que ele está com seu filho.🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭
2024-05-06
2
Vanessa Costa
els é demais
2024-05-12
0
Vanessa Costa
🤣🤣🤣🤣🤣
2024-05-12
0