20 - Perseguida

Subúrbio no Sul da Itália- 10:15AM

Enquanto Vic está confusa com Fabrizio, a outra irmã está passando por algo que nunca imaginou na vida.

Agora sem Vic, ela está tendo que se virar sozinha, e para piorar, está desconfiada que anda sendo perseguida. 

Na noite passada, um homem ficou o dia todo do outro lado da rua. A janela do seu quarto dava para rua e todas as vezes que olhou disfarçadamente, ele estava lá.

No dia seguinte não o viu mais, porém estava com aquela sensação esquisita de que estava sendo observada.

Ela foi fazer as suas rotinas diárias e estava com muito receio, mas precisava pegar dinheiro, pois o pouco que pegou da última vez, já tinha acabado.

A jovem conseguiu montar um esquema de roubos, que era quase imperceptível. Roubava pequenos valores de várias contas diferentes e transferia para uma conta que abrira recentemente com uma identidade falsa. Após isso, ia até o banco e sacava o dinheiro e Imediatamente excluía a conta que tinha aberto. Ela fazia isso tão bem que não havia nenhum rastro de que aquelas contas existiram.

Por esse motivo, ela tinha que sair para sacar o dinheiro, nos dias em que fazia os roubos.

Naquele dia em específico, ela saiu para ir ao banco. Entrou na fila normal, para conseguir sacar o dinheiro e aquela sensação de ser observada a estava incomodando. Ela ficava olhando o tempo todo para os lados e para trás tentando ver se não era coisa de sua cabeça.

Em um momento, ela olhou para trás e tinha certeza que viu o mesmo homem que estava a observando do outro lado da rua. Ela saiu do banco, pois iria tirar satisfações, porém olhou para todos os lados e não o viu mais.

Após conseguir sacar os valores, ela foi até um pequeno supermercado que ficava no bairro e aquela sensação continuava a atormentar. Tentava dizer a si mesma que era coisa de sua cabeça, mas ainda assim sua mente continuava a lhe alertar que ela estava sendo perseguida. 

Começou a achar que tinha que comprar algo para se defender. Não poderia pedir ajuda da irmã nesse momento.

Ela foi na sessão de vinhos e pegou algumas garrafas, ela não costuma beber, mas já viu em filmes as mocinhas se defendendo quebrando uma garrafa na cabeça de seus algozes, então pensou que por enquanto aquilo lhe ajudaria, caso seu perseguidor tentasse invadir a sua casa.

Enquanto estava pegando o vinho, olhou para o lado e achou que viu novamente o seu perseguidor. Ela bufou e foi até o fim do corredor, mas não encontrou ninguém.

Naquele mesmo dia, a tarde, foi até um café que tinha na esquina de sua rua, usar o Wi-fi de lá. Ela preferia usar redes de internet de lugares públicos para invadir alguns sistemas, dessa forma se tornava mais difícil para alguém encontrar o seu endereço, caso fosse identificada.

Estava lá concentrada na tela do seu notebook, quando olhou para o fundo e viu um homem de lado, conversando com um atendente do local. Ela tinha certeza que era ele, o mesmo homem que estava a perseguindo o dia todo e o mesmo que ficou em frente a sua casa no dia de ontem.

Ela fechou a tela de seu note e foi em sua direção. Dessa vez ele não tinha como fugir e ela iria confronta-lo. Já chegou sentando em sua mesa, de frente para ele, o que o fez olhá-la um pouco curioso. Não sabia que ela teria a audácia de ir até ele.

– Eu quero que você pare agora de me seg… Espera!? – agora o olhando de perto, ela conseguiu o reconhecer – Eu te conheço! Você é o playboyzinbo que tentou me comprar naquele dia! Eu já disse que não vou transar com você, seu merda! Pare de me seguir ou chamo a polícia!

Ela gritou e as pessoas a sua volta olharam assustadas e Fillipo começou a sorrir, achou especialmente fofo como ela reagiu ao reconhecê-lo.

– Está me achando com cara de idiota? Eu vou chamar mesmo, ok?

– Vai lá! Chame! Olha, tem um posto da polícia bem aqui do lado, pode ir, eu te espero.

A garota bufou olhando para o lado, ela não podia chamar a polícia, já que era procurada por ser cúmplice da irmã. Já Fillipo, pediu que ela chamasse, pois nem a polícia se mete com os Montanaris.

– O que você quer, hein? É alguma espécie de doido?

– Só quero o seu número, por enquanto.

– Aaaaa, agora veio a confirmação. Você é doido! Acha mesmo que vou te dar meu número?

– Se não me der, eu descubro. Só estou te dando a chance de me dar por boa vontade.

– Olha aqui, seu maluco! Sabe por que eu não vou chamar a polícia? Não vou chamar porque eu sou muito perigosa. Sou uma assassina procurada, sabia? Se mete comigo e você vai virar uma das minhas vítimas. – ela achou que poderia colocar medo nele, dizendo que era perigosa, mas deu errado, porque ele começou a sorrir novamente.

– Assassina perigosa? Você? Eu conheço assassinos perigosos e posso dizer que você não é um deles.

– Não está acreditando? Teste para ver!

– Isso é um convite?

– Não, seu maluco! Só fique longe, ok? – ela disse se levantando.

– Skadi! – ele lhe chamou pelo nome.

– Como sabe o meu nome?!

– Você mesma me disse. Acho que estava tão bêbada naquele dia, que não se lembra. Sente-se e tome um café comigo.

– Nem fodendo! Está louco?!

– Pelo jeito vai ter que me convidar para tomarmos um pouco daquele vinho barato que você comprou, para ficar mais educadinha. Você bêbada fica mais sorridente.

– Você estava lá no mercado mesmo?! Você é muito doido! Olha, eu posso não ser uma assassina, mas eu tenho alguém que me protege que pode dar um jeito em você em um piscar de olhos. Fique longe! 

Após dizer, ela foi embora batendo o pé.

– Da próxima vez compre um vinho mais caro, aqueles que comprou são muito ruins! Vamos ficar com uma ressaca terrível! – ele grita, fazendo a garota rosnar de raiva.

Skadi volta para casa e a noite resolve assistir a um filme. Por curiosidade, ela olha a rua pela fresta da janela e lá está Fillipo parado do outro lado da rua. Ele a vê e faz um gesto com as mãos a cumprimentando, deixando a enteder que não vai deixar a garota em paz tão cedo.

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Coitada da garota, meu Deus! rsrs

Parece que chamar a atenção de um mafioso não é tão vantajoso, assim!

Se a Vic descobrir, não vai dar em boa coisa!

Não se esqueçam de curtir o capítulo! ;)

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