15 - O Fê só Pode Ser Doido

POV Carol

Estava eu naquela situação embaraçosa com o Gabriel sem graça, eu cruzando os meus braços e prestes a mostrar a aquela patricinha como se resolve as coisas na quebrada e ela rindo simpáticamente enquanto destila o seu veneno:

– Nossa Carol, até que está bem vestida. Quem te emprestou essa roupa? Fez novas amizades? – disse tocando em meu vestido.

– Essa roupa é minha, fui eu que comprei. – respondi séria.

– Foi em Madureira? Não sabia que estavam vendendo roupas baratas com tanta qualidade.

– Olha aqui… – Gabriel puxou meu braço antes que eu voasse no pescoço daquela patricinha.

– Carol, ela está te provocando, não caia nessa. – sussurrou Gabriel em meu ouvido.

Respirei fundo e resolvi jogar o joguinho dela.

– Ah Nath, minha querida! Você destreinou o seus olhos? Esse vestido aqui é um Louis Vuitton original. Ah já sei, esse modelo é exclusivo, provavelmente você nunca viu.

Ela me olhou séria, provavelmente percebeu que eu estava falando a verdade.

– Como você conseguiu comprar isso? Vai me dizer que largou o trabalho de garçonete para… – pôs as mãos na boca e olhou para o Gabriel.

– Ué Nath? Você não se lembra? Eu me casei. Uma pena que não pode comparecer a cerimônia, foi lindo.

– Espera? Você se casou com o Fernando? Ele não escorraçou você da igreja? – perguntou perplexa.

– Era isso que você queria, mas como pode ver, – lhe mostrei minha aliança – ele caiu de amores por mim. Muito obrigada mesmo, amiga. Se não fosse por você não estaríamos juntos.

– Aaah… – disse rindo – Você só pode estar brincando. Fale a verdade. – olhou para Gabriel e ele acenou em positivo.

– Se você duvida, Nath. Por que não pergunta para ele? Ele está ali! – apontei para onde Fernando estava.

Ela viu o Fernando na mesa conversando com Rodrigo e os amigos e foi direto para lá. Eu e Gabriel fomos atrás a acompanhando. Eu olhei para ele e ele deu um sorriso de deboche.

Ela era tão oferecida que foi na mesa cumprimentou todo mundo e se sentou no meu lugar ao lado do Fernando. Provavelmente achou que ia me provocar fazendo isso, porém eu fiz pior, pedi licença e me sentei no colo do Fernando e encostei a cabeça em seu ombro.

Eu sei que estava correndo riscos ali, eu tinha acabado de provocar ele indo dançar com o Gabriel. A qualquer momento ele poderia me empurrar e me fazer passar vergonha, mas ainda assim eu arrisquei.

O Fê acabou não dizendo nada e até protegeu a minha perna com as mãos, já que meu vestido era curto e quando eu sentei em seu colo ele subiu.

Vocês tinham que ver a cara da Nath, a mulher não sabia nem disfarçar a inveja. Ele ia ser dela, ela que dispensou, não posso fazer nada.

– Ah Nath, tinha até me esquecido do seu namorado sueco. Ele não veio? – provoquei para ver se ela dava um fora.

– Eu não tenho mais namorado. – disse evitando contato visual. Pelo jeito deu tudo errado e ela ficou sozinha.

– Uma pena, estava tão apaixonada. Até abandonou o Fê por ele.

– Você deixa ela te chamar de Fê? – perguntou para o Fernando, com os olhos arregalados.

– Deixo. Por que não deixaria?! – respondeu Fernando.

Por dentro eu não estava me aguentando. O Fê estava me ajudando a colocar aquela cobra no lugar dela.

– Eu não estou entendendo mais nada… Eu acho que vou dar uma volta. – disse Nath se levantando e saindo. Ela estava desnorteada.

Depois que ela foi embora eu tentei sair do colo do Fernando e ele me prendeu lá. Olhei para ele sem entender o motivo e ele disse:

– Você acha que pode me usar e depois sair para ir dançar com o meu primo? Sinto te dizer, mas vai ficar presa aqui até irmos embora.

Tentei protestar, mas sem sucesso. Ele me prendeu no colo dele e eu tive que ficar lá até o final da noite.

Quando voltamos ele ficou em silêncio o caminho todo e quando chegamos em casa ele continuou. Ele foi andando e eu fui o acompanhando atrás, quando chegou na porta do quarto ele se virou para mim e disse:

– Pegue suas coisas e volte para o quarto de empregada.

– O quê?! – perguntei perplexa.

– Você reclama que não temos um casamento de verdade, mas eu sou a única pessoa que está se esforçando aqui.

– Espera? O quê? Eu cuido de você com todo carinho e a única coisa que você faz é dormir comigo. Agora é só você que se esforça?

– Eu não te pedi para cuidar de mim. Você faz porque quer. A única coisa que eu te pedi foi para não ficar sozinha com os meus primos e é exatamente isso que fez.

– Fê! Você nem está me dando um casamento de verdade.

– Se acha isso, então vai procurar um marido que te dê tudo que você quer. Eu não vou mais.

– Eu vou! Ainda vou atrás do seu primo, provavelmente vai ser um marido melhor que você!

– Vai Carol! Ele tem o sangue do meu tio e aquele ali já teve inúmeras amantes. Não duvido nada que os filhos não puxaram a ele. Quando você quebrar a cara, não vem me procurar não! Provavelmente já estarei com minha nova Carol.

– O quê?! Você vai me substituir!?

– Claro! Já até achei uma nova Carol.

– Eu duvido disso. – cruzei meus braços.

– Você viu ela hoje. Meu avô vai adorar se eu me casar com a Nath e ela é tão panaca quanto você.

– Você nem gosta de agradar o seu avô. E se quer ficar com ela, porque me deixou ficar a  provocando hoje?

– Talvez eu esteja cansado de ficar provocando meu avô. E sobre hoje, acho que você não conhece a fama da sua amiga. Ela gosta de homem casado. Foi por isso que eu deixei você ficar esfregando nosso casamento na cara dela. Logo ela vai estar correndo atrás de mim.

Fiquei boquiaberta. Eu não sabia dessa fama da Nath. "Meu Deus! Será que não existe um rico que presta?"

– Ainda assim ela não vai conseguir me substituir, eu sou mais gostosa.

– Isso aí que você tem, eu posso pedir para um cirurgião plástico fazer. Ela vai ficar até mais gostosa que você.

– Ridículo!

–Panaca!

– Tudo bem, Fê! – disse cruzando meus braços – Eu vou voltar para casa dos meus pais então.

– Pode ir!

– Se você aparecer lá, eu é que vou te dar umas vassouradas, Fê!

– Vai cansar de ficar esperando, porque dessa vez eu não vou aparecer.

Desci batendo o pé e fui para o quarto de empregada. Realmente o nosso relacionamento não está dando certo. Eu e o Gabriel não fizemos nada demais, só dançamos e rimos. Ele nem encostou em mim. O Fê é doido de pedra.

No dia seguinte eu voltei para casa dos meus pais, dessa vez eu não volto nem que ele implore de joelhos.

Pensei que ia ter a cara de pau de aparecer aqui, como da última vez, mas dessa vez ele sumiu mesmo, passou-se um mês e nada.

Como meu perfil no Instagram cresceu bastante eu recebi algumas propostas de fazer alguns trabalhos como modelo fotográfica e isso está me dando uma grana o suficiente para não ficar totalmente dependendo dos meus pais.

Em um dia eu estava fazendo uma sessão de fotos, quando apareceu um homem me procurando. Ele me disse que iria me levar para um lugar seguro enquanto o Fernando estava no hospital. "Espera? O Fernando está internado?" 

Meu coração bateu forte depois de ouvir aquilo, senti uma angústia grande no peito. Ele podia ser um idiota, mas é o meu idiota e eu queria muito ir cuidar dele.

Acabei entrando no carro e o motorista me levou até uma casa. Eu disse que queria ir para o hospital, mas ele me disse que ele estava em um de outro estado. Que eu iria ficar nessa casa por enquanto. Fiquei com uma pulga atrás da orelha, mas estava tão preocupada que resolvi entrar para recarregar meu celular e ligar para o Fernando.

Entrei na casa distraída, procurando o carregador na minha bolsa quando de repente bato em alguém. Olho para cima e era o Rodrigo com aquele sorriso nojento no rosto. Percebi que caí em uma armadilha. Corro de volta para a porta e ela estava trancada. Começo a bater pedindo socorro. " Meu Deus! O que vai ser de mim trancada aqui com esse tarado?"

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Pessoal, eu escrevi essa história com tanto carinho!

Por favor, me ajudem curtindo e comentando o capítulo!

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