14 - Se Queria Me Provocar, Conseguiu!

POV - Fernando

Depois que a Carol fez aquilo na sala, minha cabeça virou uma bagunça. Toda hora me pegava relembrando. Quando a via passando por mim, era pior ainda. Isso estava me deixando irritado.

Eu sei que nós somos casados e não teria nada demais se f*dessemos, mas eu só casei com a Carol para perturbar o meu avô, não tive nenhuma intenção além disso. Quando a vi na igreja, nem percebi que era bonita, só fui perceber quando já estava aqui na minha casa me fazendo perder a paciência o tempo todo.

Acho que estava arrependida pelo que fez, pois todas as vezes que me via, corria, literalmente. Isso me irritava e ao mesmo tempo me frustrava, parece que ao mesmo tempo que eu não queria vê-la eu queria vê-la… Confuso, não? Pois é, eu também estou bem confuso nesse momento.

Ela resolveu passar uns dias na casa dos pais, provavelmente foi para me evitar. Eu não liguei, meu lado que não queria vê-la comemorou, porém, Valéria a minha madrasta acabou me ligando e pedindo para ir visitar minha avó por parte de pai. Perece que as notícias andam correndo e minha avó descobriu que eu me casei.

Bem, essa é a minha outra parte da família. E é só por essa parte que ainda me considero um homem ligado a minha família. Digamos que só pela minha avó mesmo, nunca gostei da Valéria. Assim, ela nunca fez nada para me prejudicar, mas sempre fui contra meu pai se casar novamente. Isto porque ele sempre me falava da minha mãe e eu achava que ele a amava, mas acabei descobrindo com esse casamento, que não era bem assim, ele só se importava com as ações e a cadeira que ela deixou.

A minha avó está muito idosa, ela está com 95 anos, já não tem muita força para andar ou falar e infelizmente acho que logo nos deixará. Quando isso acontecer ficarei sozinho no mundo, pois ela é a única pessoa que considero próxima.

Bem, como minha avó quer conhecer a Carol, eu tive que chamá-la de volta.

Ela se arrumou para irmos para o jantar e quando apareceu eu fiquei sem palavras. Não sabia que aquela pateta podia me deixar assim.

Ela estava com um vestido vermelho que simplesmente ficou perfeito nela. Não era decotado, mas como era de um tecido maleável destacou cada atributo do seu corpo. Ela tem um belo par de seios, a cintura fina e um bumbum redondinho. Essa garota é realmente bonita e se fosse mais esperta teria usado isso para conseguir que um velho rico ou um pervertido como o Rodrigo lambesse os seus pés.

Fiquei sem reação por um tempo e acho que acabei de descobrir que vermelho é minha cor favorita.

Fomos para o carro e escolhi a Porsche novamente. Entramos e eu tentei ligar e dar a partida, mas um nó estava em minha garganta, eu tinha que dizer alguma coisa:

– Você ficou bem com esse vestido. Fica bem de vermelho. – foi o melhor que eu consegui dizer, sem parecer um Rodrigo da vida.

No jantar, correu tudo bem, minha avó conheceu a Carol e gostou dela. Mesmo que não seja um casamento de verdade, eu fico feliz por agradar a minha avó. Carol acabou ficando amiguinha da Valéria. As duas ficaram cochichando e rindo o tempo todo. Sinceramente eu não me importo, meus problemas com a Valéria não tem a ver com ela em si.

Voltamos e eu saí do carro com a intenção de ir direto para o meu quarto, sem olhar para "quem" estava atrás. Porém ela falou comigo, antes que eu sumisse:

– Fê, me desculpa pelo que eu fiz com você lá na sala? Olha eu não sabia da sua condição.

– Condição? – respondi me virando para ela, sem entender do que estava falando.

– É… Talvez eu esteja sendo preconceituosa falando assim. Fê eu… Eu sei que você é gay.

Eu tentei. Eu juro que tentei, mas essa garota ultimamente não para de me provocar. Fui andando em sua direção e eu juro que ia mostrar a ela o quanto eu era gay. Talvez só assim ela pararia com as provocações.

Cheguei perto e a empurrei contra a parede, ela me olhou assustada e eu não me importei. Fui aproximando o meu rosto do seu e juro que minha mente estava um cabo de guerra, um lado dizia para fazer e o outro para não fazer.

– Me diz Carol? Me diz como você consegue falar tanta merda assim? – esse era o lado do contra falando.

O lado a favor estava empurrando o meu rosto até alcançar seus lábios e foi aí que ela me empurrou e saiu correndo. Me diz? Me diz vocês? Tem como entender isso? É algum plano para me enlouquecer? Porque só pode ser!

…

Precisei fazer uma viagem de negócios e isso foi bom. Eu não precisaria ficar cruzando com a Carol, poderia me encher de trabalho, sair para jantar com gente chata e isso ocuparia a minha cabeça.

Eu iria voltar na segunda mas acabou que tive que adiar a volta para resolver um problema que surgiu na sede da empresa.

Cheguei na sexta à noite e fui direto resolver, só conseguindo chegar em casa de madrugada.

Pela manhã acordei e estava indo tomar meu café da manhã quando ouvi uma música vindo da cozinha. Fui acompanhando e quando cheguei lá, era a Carol. Me sentei na mesa e fiquei observando. Ela estava de calcinha e camiseta, dançando enquanto cozinhava.

Óbvio que me senti provocado novamente. Dessa vez sei que não foi por querer, já que não me viu chegando de viagem, mas foi um acúmulo de coisas. Primeiro ela se esfregou em mim, depois se tocou no chão da minha sala, colocou aquele vestido que ficou espetacular e por fim veio me chamando gay. O que eu posso fazer? O lado a favor estava ganhando.

Bem, vou pular partes e ir para a mais interessante. Eu lhe coloquei em cima do balcão e a fiz sentir o quanto eu era gay. A comi com calda de chocolate e foi uma das sobremesas mais deliciosas que já provei. Mais uma vez a vi tendo org*smos e comprovei que isso era realmente uma coisa linda de se ver.

Após isso ela começou a agir estranho, qualquer coisa que eu dizia a deixava triste. "A burra está apaixonada depois de uma única tr*nsa?" Pensei revirando meus olhos.

Comecei a pensar que isso não estava dando certo mais. Talvez eu devesse arranjar outra maneira de perturbar o meu avô. Carol é muito bobinha e sensível e eu não tenho paciência para gente assim.

…

Ela passou a noite fora e só voltou pela manhã. Passou por mim como se eu fosse invisível. É óbvio que me incomodei. Onde ela pensa que está? Ela está na minha casa.

– Não tem mais educação? – perguntei.

– Você nunca me cumprimenta, porque eu devo te cumprimentar?

– Onde passou a noite?

– Com o seu primo. Claro que foi na casa dos meus pais, né Fernando!

– Vindo de você, eu não duvido nada.

Ela me olhou perplexa e já percebi que entendeu tudo errado, novamente. Eu não disse que achava que estava com meu primo. Quis dizer que não duvidava que poderia estar em algum lugar seguro, já que é fácil para ela se meter em confusão.

– Joana, será que pode nos deixar a sós? – pediu a empregada e já percebi que já iria vir falando merda.

A empregada saiu, ela se virou para mim e disse:

– Fernando, eu não sou esse tipo que você acha. Talvez seja melhor não continuarmos. Olha, você é rico e vai ser fácil achar outra garota para perturbar o seu avô.

Como eu pensei, ela entendeu tudo errado. Eu também acho que é melhor não continuarmos, então concordei:

– Tudo bem, pode ir!

Ela arregalou os olhos. Talvez pensou que eu ia implorar para ela ficar. "Meu Deus Carol!"

– Você vai me deixar ir assim, fácil? Não vai nem me ameaçar e gritar? – exatamente como pensei. Ela achava que eu iria implorar.

– Quer a ajuda do motorista para te levar?

– Eu acho que eu quero. – depois que disse, fez bico e saiu correndo. "Ela não se cansa de fazer drama?" Tenho certeza que foi para o quarto chorar.

Passaram dois dias e ela não voltou. Achei que era somente um drama e logo voltaria, mas não foi o que aconteceu. A casa estava silenciosa e chata sem ela. Acho que me acostumei com suas idiotices. No terceiro dia ela também não apareceu, então não me contive e fui buscá-la. Nós ainda temos um contrato de casamento e o lugar dela é aqui.

Cheguei na casa e olhei em volta. Eu dei a Carol a chance de comprar uma casa boa e ela comprou uma casa simples no subúrbio. Por isso gastou tão pouco.

– Então foi essa casa que você comprou?

– O que você está fazendo aqui?

– Não é óbvio? Eu vim te buscar.

– Você não disse que eu podia ir embora?

– Sim, mas não disse que podia ficar. Acabou suas férias, vamos embora. – a puxei pelo braço.

– Me solta Fernando!

– Que gritaria é essa, Carol?! – disse uma mulher aparecendo e me olhando com arrogância – Quem é esse te puxando?

– Esse é o Fernando, mãe.

Pelo jeito acabei de conhecer a minha sogra.

– Larga minha filha, seu merdinha!

Aconteceu o que eu não esperava, a velha lançou uma almofada contra mim. "Que gente sem educação, isso lá é jeito de receber a visita do genro?!"

– Que audácia é essa, sua velha!

Depois que eu disse isso, Carol arregalou os olhos me olhando, eu não tinha entendido o que isso significava, mas logo descobri.

– Aaaa seu merdinha! Agora você vai ver! – disse a velha.

Ela saiu e voltou com uma vassoura na mão e começou a me bater. Eu tentei desviar e me proteger, mas apesar de velha e gorda ela era muito ágil. Apanhei sem poder revidar. "Que situação! Quem imaginaria que o CEO da Bittencourt S.A. teria apanhado de vassoura algum dia."

No fim, Carol tentou me proteger e acabou levando umas vassouradas também. A velha só parou quando o pai da Carol chegou. Parece que só ele conseguia acalmá-la.

Ele me pareceu ter uma personalidade muito serena e me chamou para almoçar. Carol ficou toda preocupada cuidando do galo que a mãe fez em mim e aceitei o convite só para aproveitar os cuidados dela.

Carol me serviu e olhei aquela comida e parecia estranha. Eu sei que pobre come coisas estranhas, então eu estava com receio de experimentar. Ainda bem que não experimentei porque acabei descobrindo que era estômago bovino. "Que nojo! Isso deveria ter sido descartado e não consumido."

Não aguentei e peguei a Carol e levei embora dali. Eu posso levar ela para comer nos melhores restaurantes do mundo e ela querendo comer dobradinha. "Será que eu vou ter que vigiar até o que ela come?"

Fomos para casa e no caminho me disse que queria ir embora porque estava perdendo tempo comigo, que nós não tínhamos um casamento de verdade.

Só a Carol mesmo para dizer essas coisas. Eu dou uma vida de luxo para ela em troca de ficar aguentando as suas idiotices. O que ela quer mais? Quer f*der? Porque se for isso, ok!

Chegamos em casa e a levei direto para o meu quarto, ela não queria um casamento de verdade? Pois é o que vamos ter.

Dizendo assim parece que é um sacrifício lhe dar isso, mas a verdade é que não tem nada de sacrificante. Carol tem um corpo espetacular, um cheiro inebriante e um sabor melhor que os melhores chocolates suíços que já comi.

Tenho que admitir que foram as melhores fodas que já tive. Geralmente as garotas que fiquei só queriam me agradar, mas Carol deixava que eu a agradasse. Me deixava beijar seu corpo, acariciar sua pele macia, sentir seu corpo estremecendo enquanto g*za com minha língua.

Talvez não seja tão ruim assim ter um casamento de verdade. Ela até podia ter um jeito que me irritava, mas a noite ela me deixava totalmente ao seu dispor.

…

Cheguei do trabalho e fui procurar algo para comer, percebi que não tinha nada e fui perguntar a empregada. Depois de interroga-la acabou me confessando que Carol tinha escondido todos os doces da casa. Fiquei me perguntando o que ela estava aprontando, então fingi que não sabia.

Antes do jantar ela me pediu para jantarmos fora e eu recusei é óbvio. Queria ver como ela iria me explicar porque escondeu os doces. Mas aí, ela resolveu apelar vestindo aquele vestido vermelho que fica espetacular nela. Disse que se eu não quisesse ir, ela iria sozinha. Fiquei imaginando que algum pervertido iria acabar aparecendo e a sequestrando se estivesse sozinha, então acabei aceitando ir. "Acho que acabei de ser manipulado."

Pela manhã, acordei e ela não estava na cama. Tomei um banho e me arrumei. Resolvi olhar o celular para olhar os meus e-mails quando vi que tinha uma notificação do Instagram. Eu mal uso esse aplicativo, portanto fiquei curioso para saber o que poderia ser. Bem, acabou sendo a Carol me marcando em uma publicação me chamando de "mozinho". Meus sócios, meus diretores e cia estão vendo isso… Sem palavras, eu estou tentando não brigar, mas ela me provoca.

Foi aí que acabamos brigando novamente. Ela me fez um café da manhã, eu disse que não iria comer e pedi para apagar a foto… No fim, ela ficou chateada e eu me senti culpado. Não entendo porque essa pateta me faz sentir assim.

Por culpa, acabei aceitando que fizesse o meu café da manhã e meu almoço. Eu até cheguei a pegar a marmita que joguei no lixo e levei para o trabalho. "Onde que eu estou com a cabeça?! Estou cedendo?" Acho que estou, pois aceitei assistir uma novela com ela e isso é uma coisa que pensei que nunca faria na vida.

…

Acho que as coisas andam melhorando. Depois que comecei a ceder, ela não está me irritando tanto e estamos brigando cada vez menos. Talvez estejamos tendo uma vida de casados mesmo.

Em um certo dia combinei com os amigos de sairmos a noite e é claro que levaria a Carol, o Rodrigo estaria lá. Porém, para minha surpresa o irmão dele também estava. Não sei porque, mas desconfio dele. Ele está sempre sorridente demonstrando ser gentil e Carol está caindo nessa. Se ela conhecesse de verdade o meu tio e o Rodrigo, se manteria longe dele.

Bem, não foi isso que ela fez porque do nada se levantou e foi para a pista de dança com ele. Não sei qual foi a sua intenção, mas se foi me provocar, conseguiu.

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Pessoal, eu escrevi essa história com tanto carinho!

Por favor, me ajudem curtindo e comentando o capítulo!

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