Capítulo 17

Beatrice 

Desde de que Albert acusou meu pai de ser o traidor, eu ainda não consigo pensar direito, é como se eu tivesse sido enganado a minha vida toda. 

Meu pai sempre pregou a sua lealdade a Famiglia, porque ele está à traindo agora, eu fui treinada para ser fiel e leal ao Capo. Eu queria confrontá-lo para saber o porquê dele está fazendo isso, desde que minha mãe se foi muita coisa mudou, principalmente meu pai, mas ele nunca foi um traidor. 

Eu pedi ao Elliot me levasse para a minha casa, eu preciso de um tempo, enquanto tudo isso martela na minha cabeça, meu pai está no seu horário de treinamento com o Zac e depois vai fazer uma pequena missão que o Elliot deu a ele, assim eu tenho tempo de pegar minhas coisas e da Gigi sem que ele veja, na verdade eu pedi isso ao Elliot porque eu não sei como encará-lo. Está tudo tão confuso e complicado. Até mesmo Elliot está me tratando diferente, provavelmente ele também deve me achar culpada nisso, e em partes eu me sinto culpada, já que o meu sangue é o traidor.

Eu deixo o Elliot na sala e subo para o quarto da Gigi, eu peço para que ela tome banho, enquanto eu arrumo uma pequena mala, ela quase não sai de casa, apenas da escola, para casa, então ela está adorando, esses dias fora de casa,Amara decidiu que seria melhor ficarmos na do Alejandro, já que eu solteira na idade de arrumar um casamento, não seria prudente e nem bem visto eu ficar na casa do Elliot, Alejandro concordou, ele não tinha pensado nisso, eu até entendo, com tantas coisas acontecendo, o meu “futuro casamento” não é uma de suas preocupações, Amara mesmo que tivesse com as suas desconfianças pensou nisso, eu sou muito grata pela tanto que ela me protege, eu realmente poderia ser mal vista, sendo solteira e ficando na casa do Elliot que é solteiro e mora sozinho, eu não me importo com a opinião dos outros, mas ficar com o Elliot sozinha ainda me causa sentimentos que não estou preparada para sentir, e agora menos ainda.

Depois de arrumar uma pequena mala para Gigi, eu vou até meu quarto para tomar uma banho, eu abro o chuveiro e deixo a água quente cair pelo meu corpo, sinto o peso de tantas mentiras  nas minhas costas, sem nunca ter dito nenhuma então eu deixo minhas lágrimas apenas caírem livres. Eu acabo demorando mais que o esperado no banho e alguém bate na porta do banheiro. Eu imagino ser a Gigi, então me enrolo na toalha, e abro a porta. Sem nem mesmo olhar eu falo. 

-Já está pronta pequena… - Eu paro de falar quando meus olhos encontram os de Elliot, que estão em um tom verde escuro, mas lindos como sempre… - Oh! imaginei que fosse a Gigi.

-De… des… desculpa, eu… eu não queria te apressar, mas… - Ele faz uma pausa, me olhando. - Eu percebi que estava demorando, então eu vim ver se está tudo bem. - Eu nunca tinha visto o Elliot gaguejar na vida. 

Com um brilho escuro no olhar ele encarou meu corpo, me olhando de baixo para cima lentamente. Eu sinto meu rosto esquentar, eu sinto vergonha ao me lembrar que estou apenas de toalha.

-Só um minuto eu já estou descendo. Me desculpe por te fazer esperar tanto. - Eu falo e ele me olha. 

Em dois passos ele se aproxima de mim e me abraça. Foi um abraço reconfortante, eu me senti bem melhor depois dessa demonstração de afeto, mesmo ele sem saber se eu sou culpada ou não, ele ainda se preocupa que eu esteja bem. E nos braços dele, eu sinto as lágrimas caírem sem minha permissão e Elliot beija minha testa e enxuga minha lágrima com o polegar. 

-Não chore pequena, às vezes nossos familiares são um monte de mer’da. Mas deixe que isso te afete tanto, tudo vai ser esclarecido quando o Boss voltar e nãovamos deixar que nada de ruim aconteça com você ou com a Gigi. - Ele fala e cheira meus cabelos… pera ele está cheirando meu cabelo. Eu me afasto.

-Desculpa, eu só preciso me trocar, logo estarei lá embaixo. - Ele me olha, e eu seguro firme na toalha, tenho medo de que ela caia, ou que ele venha e a tire de mim? Não sei bem. 

-Estarei lá… - Fomos interrompidos por meu pai abrindo a porta.

-Cazzo! que mer’da é essa Beatrice? Como você traz um homem para dentro do seu quarto, enquanto você está nua. E a sua irmã está aqui a poucos metros de distância. Você não tem vergonha, você não respeita nossa casa e nem nossa família - Ele grita e vem para cima de mim.

Elliot para na minha frente e o encara. 

- O que está fazendo aqui Jackie? Que eu me lembre eu te dei uma missão? - Ele fala sério.

-Seu filho de uma pu’ta, safado você me manda para uma missão para vir comer minha filha, você devia se enverghonar e sabe bem disso, você nem deveria entrar no quarto da minha filha. - Meu pai esbraveja. - Eu contarei tudo isso ao Alejandro. E para piorar você nem pode se casar com a minha menina. - Meu pai fala e dá um murro na parede do meu quarto.

-Pai não é nada do que você… - Ele não me deixa falar.

-Cala boca Beatrice, você não acha que ja fez demais, você está cada vez mais parecida com a sua mãe, uma vagabun’da. - Ele fala ainda nervoso, mas eu saio de mim quando ele fala dela.

-Talvez eu esteja cada vez mais parecida a você, que vive nos bordéis da vila. - Meu pai se aproxima para me dar um tapa mas Elliot segura o braço dele.

-Vamos conversar na sala Jackie. - Elliot fala e solta o braço do meu pai. - Bea termine de se arrumar e pegue a Gigi, esperarei por vocês lá embaixo. - Ele puxa meu pai para fora, que vai a contra gosto.

Eu entro no banheiro e termino de me arrumar o mais rápido possível. Precisamos sair daqui o quanto antes, mas a minha curiosidade de saber o que estão falando foi maior, e antes de pegar a Gigi em sei quarto, eu desço até a metade da escada para ouvir a conversa entre os dois.

-Você pode se divertir com qualquer vagabun’da Elliot, porque minha filha? Porque manchar a honra da minha família? - Meu pai esbraveja, passando as mãos nos cabelos.

-Você está fedendo a cerveja barata Jackie, eu te dei uma missão e você foi beber. - Elliot fala mais calmo do que deveria.

-Eu só tomei uma cerveja, minha missão era buscar a mer'da de um pacote, eu sou um soldado do alto escalão e você me manda buscar um pacote, cazzo. EU DEVIA TER DESCONFIADO, você só queria comer minha filha enquanto eu estava fora. - Meu pai fala e se senta no sofá com a cabeça entre as mãos.

-Você não sabe do que está falando. - Então meu pai dá uma gargalhada histérica. 

-Eu te entendo, eu te entendo muito bem Elliot, eu fiz o mesmo na sua idade, vivia atrás da mãe dela, e minha filha está cada vez mais linda, ela é a cara da mãe. Olhar para ela é um lembrete vivo de tudo que perdi diariamente. Você quer se divertir antes de ir para a Alemanha. Assim como eu fiz com a mãe dela. Mas eu não tinha para onde fugir fui obrigado a me casar. - Meu pai fala com rancor.

-Você realmente não sabe o que está falando. Eu sou um homem de verdade e nunca magoaria uma pessoa tão maravilhosa quanto a sua filha. Mas eu já expliquei o que aconteceu. - Elliot fala sério segurando o braço do meu pai.

-Acho bom mesmo. Porque você nunca vai ser homem para ela. E ela não vai ser uma de suas amantes. - Elliot dá um soco na parede ao lado de onde estava. - Você nunca vai poder ter ela. - Meu pai fala, antes que as coisas fiquem piores eu subo. 

Vou até meu quarto pego minha mochila de missão que já tem algumas roupas separadas dentro, coloco algumas peças íntimas e vou até o quarto da Gigi a chamo e pego a mochila da Gigi e junto com ela eu desço. Os dois estão sentados no sofá. 

-Estamos indo papai. - Eu falo sem olhar para ele.

-Aonde você vai com a sua irmã? - Ele me pergunta.

-A Sra. Amara, pediu que eu ficasse na casa dela, já que ela precisava viajar com urgência e tem visita dos EUA chegando. Estou levando a Gigi porque é mais fácil, já que sou eu que levo ela pra lá  todas as manhãs. - Meu pai me olha esquisito. Depois suspira. 

-Tudo bem! Fique bem e dê preferência bem longe do Elliot. Ele não é homem para você. - Eu pretendo replicar mas não falo nada. Apenas fecho a porta assim que o Elliot sai.

Começa a passar tantas coisas pela minha cabeça, a traição do meu, o porquê do Elliot não poder ficar comigo, são tantas coisas que eu me sento no banco de carro e encaro a minha casa. Quando eu respiro fundo, Elliot segura minha mão. Ele não diz nada, mas seus olhos dizem tudo. E sem soltar minha mão nós vamos para casa da Amara.

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Gente tem muitas emoções vindo por aí, preparem os coraçõeszinhos.

Aproveitem para dar opiniões, eu adoro as ideias de vocês.

Beijos.

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