Capítulo 3

...Alejandro Barletta ...

Depois da conversa com a Beatrice, eu tinha que tomar uma decisão, a última coisa que eu quero é que a Amara faça a iniciação, minha mulher é doce, sensível, eu não sei o que ela se tornaria, depois de matar alguém. A culpa, a dor, o medo, isso pode quebrá-la de tantas maneiras que talvez eu nunca seja capaz de colar seus pedaços novamente, depois da primeira morte, o sangue em suas mãos, é quase impossível voltar a ser o que era antes, eu me lembro até hoje da minha primeira tortura, eu tinha apenas 13anos, e me lembro de cada detalhe de como o matei. 

Eu venho procurando uma maneira de que ela seja aceita sem ter que fazer a Iniciação, mas não há nada que eu possa fazer, eu sei que muitas mulheres da Famiglia nunca mataram ou torturaram alguém, mas a Amara não nasceu aqui, o fato de ela ser uma mundana, faz com que ela tenha que provar que merece estar aqui, por mais que eu saiba que ela merece mais que muitas que estão em seus cargos, mas com todo o poder que a minha Rainha tem ela causa inveja nas outras mulheres da Famiglia, e elas pressionam a Ordem dos Anciãos para eu tomar uma decisão. 

Eu estou no meu escritório, sentado na mesa procurando algo sobre o tal traidor, quando ela entra linda, ela está com um vestido azul, que mesmo não ficando colado em seu corpo, destaca seu busto avantajado, que aumentou depois da gravidez, e ela também ganhou mais curvas, o que se destaca bem no vestido, ela com um vestido simples, consegue ser mais perfeita que a maioria das mulheres. 

-Amor eu vou até a empresa, tenho uns papéis para assinar. - Depois que nos mudamos para cá, ela vem cuidando das empresas que fez com que nossos lucros aumentassem significativamente, e enchendo os olhos dos Anciãos sua perspicácia e exatidão para os negócios, muitos ficaram impressionados com a habilidade de persuasão da minha amada esposa, e isso me inclui, o tino dela para os negócios e inigualável. Eu me levanto e vou até ela.

-Tudo bem minha Rainha. - Eu falo e a puxa para mim e dou um longo beijo nos seus lábios. - Amara… - Eu falo e ela me encara. - Amor, eu gostaria de falar algo importante com você. 

-É urgente, se quiser pode falar agora ou prefere quando eu voltar? - Ela fala e eu me sento no sofá que fica no escritório e puxo ela para meu colo.

-Amor, eu não quero mudar quem você é, eu te amo exatamente como você é, mas eu estou a algum tempo… pedindo ao meu tio… que não te coloque para fazer a Iniciação… - Ela continua me olhando atentamente. Mas franze o cenho- Não me olhe assim, eu tenho medo meu amor… medo que você tenha que matar alguém… e que isso acabe com você de uma maneira que eu não consiga te ajudar… - Eu falo essa parte final pausadamente e ela me olhou fixamente. 

-Então você não quer que eu faça a iniciação, porque eu vou mudar. Eu achei que você confiasse mais em mim, é claro que eu vou mudar, mas eu preciso tentar, eu preciso provar que eu mereço estar aqui, que eu mereço estar ao seu lado. - Ela faz uma pausa. - Nós nunca falamos sobre isso, mas quando eu aceitei ser sua esposa e ser a sua Rainha, eu já sabia onde eu estava me metendo. Eu não sei como eu vou ficar quando isso acontecer, mas eu sei que quando eu chegar em casa, eu vou ter você para me proteger, me amparar e cuidar de mim de todas as formas que eu precisar. - Ela fala convicta.

-Eu não quero que você deixe de ser o que você é. Para ser o que a Famiglia quer que você seja, eu queria que você pudesse fazer suas próprias escolhas… - Ela me interrompe. 

-Eu fiz minha escolha, quando decidi deixar tudo para ficar com você. Eu estou pronta para isso amor, confie em mim. - Ela fala. E eu a beijo.

Eu nunca tive dúvidas sobre ter escolhido a mulher certa, eu a amo com todo meu coração, ela é perfeita, ela é a minha Rainha, minha mulher. Ela é  perfeita e extremamente boa em tudo que faz. Ela vai conseguir.

-Eu te amo. - Eu falo assim que encerro o beijo.

-Eu também te amo. - Ela fala. - Mas agora eu tenho que ir. E confie em mim meu amor. Me dê a chance de te mostrar do que eu sou capaz.

Eu aceno com a cabeça concordando, por mais que eu não queira, eu devo a ela esse voto de confiança. Depois de tudo que passamos para ficar juntos, eu sempre a vi como minha mulher, como uma flor delicada, talvez eu não tenha visto, a mulher que ela se tornou. Depois que ela saiu, continuei sentado no sofá, massageando as têmporas, eu já estava com o problema do traidor na Famiglia, agora eu vou ter que me preocupar com a iniciação da Amara. Deus sabe o quanto eu não queria isso para ela, ela não deveria ser obrigada a isso, eu sou um grande de um mer'da por fazer ela passar isso. Eu quero pegar aquela mer'da de livro de regras e enfiar onde não bate sol em quem o criou. Eu sou tirado dos meus pensamentos com meu tio entra no meu escritório, sem cerimônias.

-Alejandro. - Ele fala se sentando na cadeira em frente a grande mesa. 

-Giovanni. - Eu falo abrindo os olhos lentamente. Assim que meu tio me mostrou um pen-drive, entre os dedos, eu me levantei num estalo e fui para o outro lado da mesa. 

-O grupo do Elliot acabou de voltar da missão com isso. - Ele fala.

Se Albert é meu braço direito, o Elliot é o esquerdo, Ele é o filho bastardo do Capo da Alemanha, que é um grande amigo do tio Giovanni,  e depois que a mulher do Capo, tentou matar o pequeno Elliot, que na época  tinha apenas 4 anos, o pai dele pediu ao meu tio para cuidar dele e o treinar ele, pois a mulher do Capo não o aceitava, o motivo o tio sabe, mas nunca disse, depois de alguns anos nós ficamos sabendo que a esposa do Capo da Alemanha não podia ter mais filhos pois, depois que a filha mais nova nasceu, ela teve complicações e quase veio a óbito, e mesmo depois de quase morrer ela não o aceitou, mas mesmo assim um dia ele assumirá o trono de Capo da Alemanha. Mas por enquanto ele está aqui conosco, e ele é  o melhor atirador que há. 

-E cadê o Elliot? Porque eu não fui avisado que ele estava voltando. - Olho para o meu celular e o mesmo estava desligado sem bateria. - Cazzo.

-O Elliot está no hospital da Famiglia. - Ele fala, e eu pego minhas chaves, sem deixar ele terminar de falar.

-Vamos para lá imediatamente. - Eu falo já indo em direção ao carro. E o Tio Giovanni atrás de mim.

-Porque você nunca escuta Alejandro. - Ele fala entrando no carro e começa a falar o que aconteceu com o grupo do Elliot. 

Eu pego meu celular reserva e mando mensagem para o Albert me encontrar no hospital. 

Eu entro no carro e dirijo direto para o hospital, eu chego e vou direto para onde está o Elliot, nós temos quartos exclusivos, por isso não é preciso parar na recepção, fora que todos sabem quem eu sou, eu chego e ele me olha, pelo o que meu tio falou no caminho, ele levou um tiro no braço de raspão nada grave, eu entro no quarto e ele está consciente e não drogado de remédios, graças a Deus. 

-Como você está amigo? - Eu pergunto e ele me olha preocupado procurando mais alguém no quarto. 

-Eu estou bem e a Amara? - Ele pergunta nervoso e nesse momento o Albert entra na sala.

-Ela está bem, mas porque está perguntando dela? - Eu pergunto, já  preocupado. 

-Você não viu o pen-drive? Eles vão atrás dela. Onde ela está agora? - Ele pergunta nervoso. 

-Na empresa… Cazzo, vamos e você se recupere bem. - Eu falo já saindo.

-Nem fodendo que eu vou ficar aqui. - Ele fala já tirando os fios e vindo atrás de nós.

Eu entro no meu carro e vou rápido para empresa, eu levaria no mínimo 30 minutos para chegar. Eu tento ligar para Amara caixa postal direto. Eu seguro forte no volante do carro, meu coração está acelerado, cada músculo do meu corpo está tensionado. "Não pode acontecer nada com ela, ela está bem". Eu vou repetindo essas palavras tentando focar nelas, eu estou em alta velocidade e parece que não chego na por'ra da empresa. Estamos eu, Albert e Elliot no carro. Albert está tentando entrar em contato com a empresa e nada até agora. Se cuida meu amor, eu estou chegando. 

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Aí meu coração, como a nossa Rainha está?

...Elliot Hoffman - 23 anos...

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