Capítulo 20-Nanda

Estou chegando em minha casa junto com a Carol quando meu celular toca:

"Alô."

"Nanda,minha filha estou mandando seu irmão te buscar. Preciso falar com você urgentemente."

"Como assim pai? O que o senhor precisa falar comigo?"

"Vem logo que você vai saber." Desliga o telefone.

Desço do carro e vou levando as sacolas pra dentro de casa até que meu celular toca novamente.

"Oi."

"Onde você está Nanda? Estou aqui no shopping te procurando igual se procura uma agulha."

"Estou entrando em casa."

"Se arruma que chego aí daqui a pouco. Papai quer falar com você."

"Ok."

Subo para meu quarto e guardo as sacolas. Eu e Carol tiramos os saltos e ficamos conversando.

"Hoje você vai ver seu pai?" Carol me pergunta.

"Vou. Ele está me chamando."

"Quero ir com você conhecer seu pai."

"Confiei em mim,você não quer ir."

"Deixa eu ir com você! Deixa eu conhecer o meu futuro sogro,por favor!"

"Eu até te levo mas você vai ter que prometer que não vai desistir de ser minha amiga e nem namorada do meu irmão."

"Eu prometo."

"Me perdoe Vitinho." Digo em voz alta sem querer.

"O Vitor não quer que eu conheça o pai dele? Por que?"

"Eu não posso te falar muito,mas até hoje todas as namoradas que ele teve que leva a vida que você leva desistiu do namoro assim que conheceu nosso pai."

"Nossa Nanda! O que seu pai tem de errado?"

"Logo,logo você vai descobrir."

Vitor buzina pra mim descer.

"Meu irmão chegou."

Calçamos umas sandálias baixinhas,pegamos nossas bolsas e fomos.

Entramos no carro e Vitor não quis dizer nada sobre o que deveria ser a conversa,apenas olhava com reprovação para Carol. Ele estava com muita raiva de mim por levar Carol comigo.

Eu até pensei em não levá-la comigo mas de acordo com o que conheço da minha amiga ela não é preconceituosa.

Chegamos na comunidade,os caras que ficam na entrada fazendo a segurança do Morro até nos parou mas quando descobriu que se tratava de ninguém mais ninguém que o príncipe e a princesa daqui liberou nossa entrada sem questionamentos.

Chegamos na boca e já fomos entrando para dentro da sala do meu pai.

Carol ficava olhando para todos os lados provavelmente sem entender nada.

Ao entrar na sala do meu pai logo vejo Carlos amarrado em uma cadeira com um pano em sua boca.

"Nossa pai! O que você fez com ele?"

"Não vai nem cumprimentar seu pai?"

"Pai por que você fez isso?"

"Você não acha que um moleque qualquer vai te engravidar e vai sair impune né?"

"Pai o senhor não esperou nem eu contar pra ele."

"Agora você conta. E ele aproveita e me diz quais são suas intenções com a minha filha."

"Não precisa disso tudo. Eu não quero ter um casamento forçado e muito menos que meu filho tenha um pai que só cuida dele por obrigação e não por amor. Agora eu vou pedir ao meu querido papai,minha amada cunhadinha e o fofoqueiro do meu irmão pra deixar nós dois conversarmos sozinhos."

Eles saem e nos deixam a sós. Vou até Carlos e retiro a mordaça em sua boca e ele já começa a dizer enquanto eu retiro as cordas que amarram seus pés e suas mãos:

"Você está grávida?"

"Estou."

"Desde quando você sabe?"

"Ontem a noite comecei a passar mal e hoje de manhã fiz o teste de farmácia e deu positivo."

"Você deveria ter me dito."

"Me perdoe Carlos eu estava tão surpresa com a notícia que não tive cabeça pra falar com você."

"Todo mundo queria me matar sem eu saber por que."

"Você tem razão Carlos,assim que eu soube eu deveria ter te contado. Por favor me desculpe!"

"Eu te desculpo. Mas você vai ter que ir morar comigo."

"Eu não vou Carlos."

"Mas por que?"

"As coisas não funcionam assim,se você assumir o bebê já está de bom tamanho. Não quero atrapalhar sua vida. Nós dois somos jovens e temos muito o que curtir."

"Eu não tenho nada que curtir,já encontrei a mulher da minha vida e ela está esperando um filho meu."

"Eu não sou a mulher da sua vida,você só está dizendo isso porque descobriu agora e do pior jeito possível a minha gravidez. Eu não quero um relacionamento assim. Um relacionamento de valor deve-se ir evoluindo pouco a pouco até ver se realmente é isso que os dois querem,não algo que chega assim e mal conhece a pessoa e diz que vai ficar com ela o resto da vida e pronto. Além disso estou indo morar em outra cidade no fim de semana e nada vai me fazer mudar de ideia."

"Por favor Nanda não vai!!!"

"Eu vou Carlos. Já está decidido. Agora deixa de drama."

Fui até a porta e chamo todos para comunicar minha decisão.

"Eu e Carlos não vamos viver juntos mas ele vai assumir todas as suas responsabilidades e vai me ajudar com a criação assim como o senhor fez comigo e com o Vitor."

"Espero que ele cumpra com sua palavra senão vamos ter que conversar novamente,né meu jovem."

"Mas eu vou assumir,o senhor não precisa se preocupar."

"Está bem. Agora vão para suas casas que tenho mais o que fazer."

Saímos dali e vamos para nossas casas no carro de Vitor.

Chegando em minha casa Carlos diz:

"Amanhã você tem consulta com meu pai. Se prepare que vou confirmar com ele o horário e venho te buscar."

"Tá."

Me despeço deles e entro em minha casa,espero que as dúvidas que pertubam minha cabeça se resolva com o tempo. Tudo é tão novo e tão complicado.

Tomo um banho,coloco uma roupa leve e vou dormir. Fico a pensar sobre a proposta de Carlos,mas depois que ele me magoou tanto não quero te-lo pelos metades,sei que se ele assumir um relacionamento comigo ele vai me trair pelas costas. Eu não aguentaria isso.

Te-lo pelas metades é melhor não te-lo de jeito nenhum.

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