Capítulo 19-Carlos

Um tempo depois que cheguei do aeroporto a Carol entra no meu quarto fazendo o maior escândalo.

"Você é tão burro que nem usa camisinha!Idiota!!!"

Ela me dá uns tapas e logo sai.

Minha mãe aparece em seguida:

"O que você fez de errado Carlos?"

"Eu não sei mãe. É só a Carol que enlouqueceu."

"Ela não ficaria assim atoa vou perguntar pra ela e se você tiver feito algo de errado vai se ver comigo."

Minha mãe sai do meu quarto e retorna minutos depois soltando fogo pelas narinas:

"Eu concordo plenamente com a Carol. Você é um idiota,burro e irresponsável. Você não sabe que se deve usar proteção? E se você tivesse pegado uma doença?"

"O que está acontecendo aqui?" Meu pai entra igual a mim ou até mais perdido.

"Samuel você não ensinou para seu filho que tem que usar camisinha?"

"Ensinei por que?"

"Esse abestalhado não usa e ainda fica distribuindo filhos por aí. A partir de hoje estou cortando sua mesada,se quiser alguma coisa vai ter que trabalhar meio horário para comprar. Você vai ter que suar pra saber que nem tudo é tão fácil quanto você pensa."

Minha mãe sai do meu quarto novamente e eu continuo sem nem ter ideia do que está acontecendo. Como diz o ditado:Estou mais cego do que cego em tiroteio.

"Carlos meu filho,você pode ter a decência de me explicar o que está acontecendo?"

"Se eu soubesse,adoraria te explicar paizinho. Pra mim tanto a Carol quanto minha mãe estão é doidas."

"Pelo que eu entendi,você engravidou alguma garota."

"É impossível pai. Eu sempre me protejo."

"Tem certeza? Você sempre usou preservativo? Nenhum nunca estourou?"

"Não estou lembrado."

"Então trate-se de descobrir quem é a possível mãe do meu neto. Quero saber logo,e você vai levá-la no hospital que faço questão de examina-la."

"Está bem pai. Vou esperar a Carol se acalmar ou a futura mamãe vir me procurar que logo vamos descobrir."

Meu pai se retira do meu quarto me deixando sozinho.

O resto da noite foi tranquilo,nenhum surto de ninguém na casa. Nada.

Conferi meu celular pela última vez e nenhuma nova mensagem.

Ainda me lembro daquele avião decolando com o grande amor da minha vida dentro e fico a me perguntar quando ela souber que eu vou ser pai. Eu acho que se antes ela não queria me ver nem pintado de ouro é bem capaz de até se esquecer que um dia me conheceu.

Reviro as redes sociais dela e a única coisa que encontro são fotos dela com as amigas e fotos dela com aquele palhaço.

Em muitas publicações aquele fdp a marcou.

Resolvo largar o celular no carregador já que ele está acabando de descarregar e ir dormir,afinal não vai adiantar nada eu ficar pensando em meus problemas.

Acordo no outro dia lá pelas dez da manhã com uma notificação em meu telefone.

Acabo de me acordar,espero meu cérebro se acostumar,me espreguiço e vou olhar de que se trata.

Ao abrir a notificação percebo que é de compra no meu cartão de crédito. Vejo que é uma loja de bebê,não entendo o porquê. Será que fui roubado enquanto dormia? Estranho não quiseram meu celular.

Vou atrás da minha carteira,abro e o dinheiro está exatamente como eu deixei. Começo a procurar pelo meu cartão de crédito e ele não se encontra.

Pensei que não fosse possível mas fui roubado dentro da minha própria casa. E o mais incrível é que só quiseram meu cartão de crédito.

Resolvo ir até o banco e bloquear meu cartão de crédito.

Saindo da minha casa escuto um tiro e logo percebo que um dos meus pneus foi furado.

Fico quieto dentro do carro e continuo a dirigir.

Ouço outro tiro e o outro pneu é furado.

Sou obrigado a parar.

Fico quieto até que um motoqueiro pára perto da janela do meu carro. Ele tira o capacete e eu logo o reconheço,é o Vitor,irmão da Nanda e peguete da Carol. Fico pensando o que será que ele quer comigo,abaixo o vidro para saber de que se trata.

"Olá cunhadinho. Preciso falar com você."

"Pode falar."

"Desce do carro que vamos a um lugar tomar um café."

"Pode falar aqui mesmo."

Ele retira uma arma da cintura e aponta pra mim:

"Desce logo cara,eu tô mandando."

Abro a porta do carro e desço. Logo sou atingido por um soco no rosto. Sou chutado várias vezes até que ele pára e fala:

"Eu deveria te matar,mas não quero que meu sobrinho cresça sem o pai."

"Quê? A Nanda tá grávida?"

"Agora você se faz de inocente? Até parece que não sabe."

"Não cara,eu não sei que ela está grávida. E esse bebê é meu."

"Claro que é seu palhaço. Minha irmã não é qualquer uma e se ela diz que o filho é teu é porque é."

"Onde ela está? Preciso vê-la rápido."

"Fazendo compras com a sua irmã no shopping e no seu cartão de crédito."

Agora tudo faz sentido,quem roubou meu cartão foi a minha irmã e quem tá comprando aquelas coisas são as duas.

"Valeu cara. Eu vou ir atrás delas."

Deixo meu carro encostado na calçada perto da minha casa,vou até a garagem pego minha moto e peço pra um dos seguranças ligar para um guincho,vigiar até que o guincho chegue e levá-lo a uma oficina para trocar os pneus.

Pego minha moto e vou em direção ao shopping.

Chegando lá procuro pelas lojas que chegaram notificação da compra pelo cartão de crédito e nada de encontra-las,vou até a praça de alimentação e não consigo encontrá-las.

Ligo para as duas e nenhuma me atende,deve ter sido combinado.

Faço a primeira coisa que me vem a mente,volto para o estacionamento e pego minha moto para ir à casa de Nanda.

Assim que começo a pilotar percebo um carro me seguindo,até tento desvia-lo,mas sou surpreendido por outros dois carros que me fecham. Quatro caras descem dos carros apontando uma arma pra mim.

Eles me fazem descer da moto e me arrastam até um dos carros que assim que sou jogado lá dentro dois dos caras entram e motorista sai acelerando com tudo.

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