Capítulo 13-Carol

Eu não sei se meu irmão é bobo ou só finge mesmo,ele é louco pela Nanda(isso está escrito em sua testa,de tão óbvio que ele deixa quando olha pra ela) e disse pra garota que foi um erro ter ficado com ela. Até parece que amar e ser correspondido agora virou um erro. Só o palhaço do meu irmão mesmo pra pensar nisso.

Pra piorar a situação,além dele não ser feliz ele pensa que tem que atrapalhar a felicidade dos outros.

Eu tava bem de boa com o Vitor na sorveteria e ele tinha que aparecer e agir como um animal. Me fez pagar o maior mico e ainda deixar o boy lá. O Carlos pode ter certeza que isso vai ter volta,ainda mais que eu sei do calcanhar de Aquiles dele e pretendo usar ao meu favor.

Hoje eu não vou dormir nessa casa de jeito nenhum por isso liguei para meu pai e contei o que Carlos tinha feito e por último que eu queria dormir na casa da Bárbara. Se fosse minha mãe era possível que ela não me deixaria ir,mas com meu pai é diferente,ele sempre deixa. Eu não sei o que seria da minha vida sem o meu pai,ele parece que é o único que me entende nessa vida.

Depois que desliguei a ligação com meu pai,liguei para Bárbara que logo disse que viria me buscar.

Não demora muito e a Bárbara chega e eu conto tudo que aconteceu comigo a ela,desabafei.

Depois de chorar bastante de raiva,eu me levanto e vou tomar um banho.

Bárbara olha meu closet e quando saio levo um belo susto,com a quantidade de looks que ela montou. Essa garota é bem louca as vezes mas eu gosto muito dela.

Escolho um dos looks e visto. Bárbara vibra de felicidade.

Depois ela escova meu cabelo e passamos maquiagem.

Ela me ajuda a arrumar as coisas que tenho que levar pra casa dela. Colocamos tudo em uma mochila,chamamos um táxi e saímos do quarto.

Encontramos meu irmão na sala e ele enche minha paciência como de costume,discutimos e mesmo assim eu saio.

Entramos no táxi,Bárbara me ajudou com as coisas e fomos em direção a casa dela.

Chegamos na casa dela e resolvemos assistir um filme,eu fiquei escolhendo enquanto Babi tomava um banho.

Meu celular toca,vejo o número de Vitor na tela,meu coração dispara e milhões de dúvidas assombram meu cérebro. Dou um respiro prolongado e atendo.

"Alô."

"Oi gatinha! O cunhadinho já está mais calmo? Pensei em passar aí na sua casa e te pegar pra nós assistir um filme no meu ape."

"O chato do meu irmão continua pegando no meu pé,mas eu não estou em casa,eu estou na casa da Bárbara."

"Eu posso passar aí e te pegar."

"Eu adoraria,mas eu já combinei com ela que hoje passaríamos uma noite de garotas."

"Tá bom então. Amanhã você tem compromisso?"

"Tenho. Me pega as sete?"

"Claro. Até amanhã meu docinho de coco."

"Até amanhã Vitinho."

Desligo o celular e fico sorrindo olhando para o teto como uma boba alegre.

"Carolzinha,escutei você falando com alguém no celular. Está tudo bem?"

"Que susto Babi! Era o Vitor,irmão da Nanda,me chamando pra sair."

"E o que você disse?"

"Que não iria."

"Você ficou louca? O cara é o maior gato e você o rejeitou?"

"Claro que não. Só disse que hoje eu não podia porque já tinha combinado com você. Mas que amanhã a gente poderia sair."

"Eu não me importaria de você me dá o bolo hoje,se fosse pra sair com aquele gato. Eu super shipo vocês dois."

"Eu não quero que ele pense que é minha prioridade por isso disse que só podia amanhã. Agora vamos assistir o filme."

"Espero que amanhã você vá senão vou no seu lugar."

Pego uma escova em cima da penteadeira dela e a acerto,meu alvo foi tão perfeito que até parece que já sou mãe. Babi gargalha alto e logo me contagia,quando assusto que não a nossa risada está tão alta que o bairro inteiro deve ter ouvido.

Ao longo do filme,meu olhar vai pesando e só acordo no outro dia com meu despertador tocando indicando que já é hora de arrumar pra ir para a escola.

Eu e Bárbara arrumamos juntas e o motorista da família dela levou a gente.

Entramos e fomos direto para a sala de aula. Depois de alguns minutos Nanda chega e apesar dela tentar ao máximo esconder sua tristeza atrás de um sorriso falso,seus olhos entregam e dá pra perceber que ela só compareceu no colégio porque ela pode ser baladeira mas nunca falta. Ao contrário do Carlos que arruma qualquer desculpinha pra faltar,não sei como ele consegue passar de ano sendo que ele nem se esforça.

Nanda nos cumprimenta e senta na cadeira a minha frente como sempre.

Nós três começamos a fofocar como sempre, evitando o assunto chato da vez,meu irmão Carlos,crush da Nanda.

Ela se anima um pouco e sem muita demora o professor entra na sala iniciando mais um dia de aula.

No intervalo não avisto Carlos,ele deve ter faltado de novo. Em compensação vimos um cara bem gato que provavelmente é novo na escola,ele não tira os olhos da Nanda.

Eu e a Bárbara começamos a zoar ela que logo está toda vermelha. Nós até ameaçamos de ir falar com o tal garoto,Nanda só foi salva pelo sinal indicando o fim do intervalo.

O resto do dia foi normal,Bárbara me deu uma carona,já que meu irmão não compareceu hoje.

Fui para casa. Assim que entrei a Cozinheira da minha casa me chamou e me entregou um embrulho.

"Deixaram pra você tem uma meia hora."

"Sério? De quem seria?"

"Eu não sei. Abre pra gente descobrir,deve ter algum papel indicando."

Abri e era uma caixinha muito fofa com alguns docinhos de mamão,que geralmente vende na padaria do centro. São meus prediletos!

Veio um papelzinho escrito "Morrendo de saudades. Te pego as sete." Não estava assinado mas eu claramente sabia de quem se tratava. 

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