Capítulo 12-Carlos

Ficar com a Nanda foi incrível,foi a realização de um grande desejo.

A Carol chegou umas duas horas depois de mim em casa e veio com uma desculpa muito suspeita de que o Vitor não conhecia o caminho de volta e o GPS os jogou num caminho totalmente diferente.

Naquela noite eu não consegui pregar o olho de tão feliz que eu me encontrava. Porém uma coisa perturbava meu cérebro,eu não achava que era o momento exato para assumir um relacionamento.

Na minha idade o que é moda e descolado é pegar e não se apegar,e até então esse era meu lema.

Passei o dia todo pensando naquela questão,pedir a Nanda em namoro e acabar com essa bagunça no meu peito,mas ser careta ou continuar minha vida normalmente como se nada tivesse acontecido e ser o popular,o descolado.

Três dias se passaram e eu não saí de casa e muito menos liguei para Nanda.

Diversas vezes,nesses dias, minhas mãos coçaram pra ligar ou mandar uma mensagem,mas era hora de agir com a cabeça e não com o coração.

Agir com o coração é para os fracos ou então para as mulheres,homens inteligentes agem com a cabeça e não se ferra com essa história de sentimento.

Fui para o Colégio e meus fantasmas internos me assombravam.

Cheguei na escola e avistei Nanda na porta da sala em que ela estuda. Não era a hora certa de falar com ela,eu precisava de um tempo pra mim,minha cabeça precisava voltar ao eixo.

Passei as aulas que antecede o intervalo sem prestar nada de atenção,depois eu teria que procurar sobre as matérias no Google e assistir umas explicações no YouTube.

No intervalo foi inevitável evitar Nanda,ele me pôs contra a parede e a única saída que avistei naquele momento foi dizer que tinha sido um erro e que eu estava namorando. 

Vi a mágoa em seus olhos,mas o que eu podia fazer? Não estava preparado para receber tantos olhares e comentários de críticas. Queria curtir meu último ano antes da faculdade.

Segui meu dia e no fim das aulas a minha irmã e a Bárbara,amiga dela e da Nanda,vieram conversar comigo e eu afirmei o mesmo que falei pra Nanda para as duas.

Elas ficaram revoltadas e a Carol até pegou o livro que estava em suas mãos e bateu em mim.

Fomos pra casa e ela não falou comigo o caminho todo.

Ao chegar em casa ela se trancou no quarto e só apareceu horas depois toda arrumada. Passou por mim como se eu nem estivesse ali.

Perguntei:

"Você vai sair Carolzinha?"

"Não. Imagina? Me arrumei toda pra ir nadar na piscina do quintal."

"Ignorante."

Ela saiu e eu não perdi tempo e a segui.

Ela entrou em um táxi e eu peguei minha moto que estava parada perto da minha casa e a segui.

Ela foi direto para a casa da Nanda e o táxi seguiu seu caminho.

Fiquei observando a saída da casa.

Depois de dez minutos a minha irmã sai acompanhada do irmão da Nanda e entram no carro dele.

Eu os sigo. Eles vão até uma sorveteria e eu entro atrás,os dois conversam e riem animadamente. Dá pra ver a quilômetros de distância o clima que está entre eles.

Quando eles começam a se beijar,eu vou até lá e surpreendo os dois.

Brigo com a minha irmã e com o Vitor e saio puxando a Carol pela mão.

Ela chora e fica brava comigo dizendo que eu a fiz passar vergonha,como se a vergonha não fosse o que estava acontecendo lá dentro.

Eu não quero minha irmã com o nome na boca de todo mundo do bairro.

Chego em casa e ela fez o mesmo que costuma fazer,sobe para o quarto e se tranca.

Uma meia hora depois a campainha toca,vou atender e encontro Bárbara na porta ela nem olha pra mim direito e sobe para o quarto da Carol.

Se passa uma,duas,três horas e as meninas continuam no quarto. Fico pensando o que será que elas conversam mas é inútil tentar ouvir.

Quando a Bárbara sai,a Nanda também sai com uma bolsa de roupa.

"Onde você pensa que vai Carol?"

"Não te interessa. Você não manda em mim."

"Vou ligar para o nossos pais e falar o que você tá fazendo e vou dizer que você estava no maior amasso com um cara,e pior,em público."

"Quer saber Carlos? Vai cuidar da sua vida."

As duas saem e eu ligo para meu pai:

"Alô Carlos,tudo bem?"

"Não pai. A Carol saiu e não quis me dizer pra onde estava indo. E mais cedo ela estava no maior amasso com um cara na sorveteria. Na sorveteria pai."

"Calma Carlos,ela só vai dormir na casa da Bárbara hoje."

"Duvido. Ela vai é se encontrar com aquele vira lata."

"Vai procurar uma namorada pra você e deixa sua irmã ser feliz."

"Quer saber pai,ela só faz isso porque o senhor a apoia demais."

"Me respeita moleque."

Eu desligo o celular e vou para meu quarto. Peço umas bebidas e tomo um banho,enquanto não chega.

Saio do banheiro e ouço a campainha.

Vou até lá recebo a mercadoria e faço o pagamento.

Começo a beber uma atrás da outra,meu dia estava péssimo.

Minha irmã e a garota dona do meu coração me odeiam.

Minha vida não tem sentido sou apenas um ser que vaga por aí.

Não sou um cara que chora mas com a bebida na cabeça eu chorei como uma criança de colo.

No fim da noite eu estava agarrado com uma boneca antiga da Carol,a beijando,a abraçando e a chamando de Nanda. Aquela garota realmente mexeu com a minha cabeça.

Acordo no outro dia,com a cozinheira me chamando. Sua voz que sempre foi doce e suave,parecia que era bem alta e insuportável. Igual a voz da Ana Beatriz que apesar de ser muito g*stosa tem uma voz horrível.

  

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Comments

Andreia Oliver

Andreia Oliver

ta apaixonado e não quer admitir

2022-11-22

3

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