Tessa

Leonidas me ofereceu um comprimido para dormir e minha mente feminina logo pensou o pior. Não é culpa minha, todas nós mulheres temos pavor de sermos abusadas por um homem seja ele conhecido ou não, é algo natural.

Mas ele ficou visivelmente irritado e chateado com isso, comecei a me questionar se me equivoquei em acusá-lo. De novo eu repito: não é culpa minha pensar o que pensei e reagir como reagi, ele continua sendo um estranho me arrastando para a Grécia.

Eu não quero mesmo ficar horas ao lado dele acordada, acho que terei que dar um voto de confiança para ele e rezar para estar certa nessa decisão. Juro que se eu acordar e notar qualquer coisa mínima que seja diferente no meu corpo corto o pau dele fora na primeira oportunidade que eu tiver.

Depois de poucos minutos após tomar o remédio minha visão começa a pesar, luto um pouco para me manter acordada quando o arrependimento de tomar o remédio bate… tarde demais, mergulhei fundo na escuridão profunda.

Quando desperto sinto minhas pálpebras pesadas, minha cabeça também está assim. Para alguém que nunca recorreu a remédios para dormir deve ser essa a sensação depois de acordar de um sono induzido.

Só um minuto, passo minhas mãos e sinto maciez embaixo de mim. Onde está o couro do assento do avião? Eu não estou mais sentada. Forço meus olhos a se abrirem, o ambiente está escuro e algo está me cobrindo.

Me sento e agora com a minha visão um pouco mais adaptada consigo ver que estou num quarto, um quarto muito bonito. Olho para o lado e minha bolsa está na mesinha que tem um abajur com lírios lilases estampados nele.

Acendo o abajur e com uma visão melhor do quarto tenho a sensação que ele foi decorado para mim, tem lilás e branco para todos os lados. Mas de um jeito atraente aos olhos nada exagerado.

Pego meu celular, eu dormi o dia todo? São duas da manhã. Bom, pelo menos em Nova York deve ser nove da manhã… vou ligar para a minha mãe. O telefone da dois toques e minha mãe atende aflita.

— “Tessa, pelo amor de Deus, eu já estava indo na delegacia. Minha filha, não dormi a noite toda pensando que aquele homem te fez algum mal.” — Minha mãe começa a chorar e isso me causa um nó na garganta.

— “Mãe?” — tento ignorar o nó e a lágrima querendo lavar meu rosto — “Mãe, por favor, para de chorar e me escuta. Eu estou bem, me perdoa por fazê-la chorar e se preocupar. Não fica assim, mãe. Eu te amo tanto, mãezinha.”

— “Eu não estou acostumada a ficar longe de você, isso tudo está sendo muito difícil pra mim. Por que aceitou esse emprego, Tessa? Não pensou em mim? Em como eu iria ficar com a sua partida e a sua distância?”

— “Mãe, tudo o que eu faço é pensando na senhora, tudo, mãezinha. Prometo que esses seis meses vão passar rápido, daqui a pouco vamos estar rindo e fofocando enquanto tomamos chocolate quente.”

Foi difícil acalmar a minha mãe, conversamos por uma hora até ela lembrar que aqui estava no meio da madrugada. Meu estômago roncou me lembrando que eu ainda tinha duas sacolas de lanche intocado em algum lugar de onde estou no momento.

Não estou com os meus tênis nos pés, não sei onde eles podem estar, mas vejo três portas de onde estou. Abro a que fica de frente para a cama e me deparo com um banheiro do tamanho do meu quarto em Nova York.

Olho mais uma vez para o quarto onde estou, a sala da minha mãe cabe aqui e ainda sobra espaço, nesse quarto além da cama de casal tem um sofá de três lugares, uma televisão na parede, uma estante na parede com livros, uma escrivaninha com um computador completo e mais algumas coisas que decoram o quarto.

Fui até a outra porta e fico surpresa, é um closet do tamanho do banheiro. Tem poucas coisas aqui, me encanto com a otoma lilás de três lugares e o puff branco com flores de lavanda estampado.

Então aquela porta a minha esquerda é a porta de saída do quarto. Ao abrir olho para os lados, mas esse quarto e a porta que está de frente para esse quarto são as últimas portas neste corredor largo.

O corredor é bem decorado com tom azul, dourado e branco, além dos quadros nas paredes que parecem retratar a beleza do lugar onde estou. Sim, estou na Grécia, na mansão de Leonidas Mouzakis.

Vou seguindo a arte até que me deparo com uma linda escada com corrimão de vidro. Desço olhando para a vista linda da sala, tem um jogo de sofá moderno num tom azul água que me lembra o mar.

Toda a sala tem muito luxo, tá aí uma coisa que eu não imaginei viver. Quando olho para o lado vejo um corredor com luzes acesas e sigo pra lá. Quando cheguei no próximo cômodo de cara vejo uma mulher jovem comendo o meu lanche sentada em uma cadeira revestida de tecido camurça na cor bege e a sua frente uma mesa de mármore em outro tom azul perfeito.

— Esse lanche é meu! — Falo cruzando os braços e batendo meu pé.

— É seu? Não vi seu nome na embalagem quando peguei. A propósito, me chamo Chrysa, cunhadinha.

— Não me chama de cunhadinha. Quem levanta as três da manhã para furtar o lanche dos outros? — Congelo onde estou quando escuto a voz melodiosa do Leonidas atrás de mim e sua mão dar a volta na minha cintura de um jeito um pouco possessivo.

— Por que ela não pode te chamar de cunhadinha, amor? É o que vocês são, não concorda? — O aperto sutil na minha cintura me indica que devo responder sim.

— A minha “cunhadinha” está comendo o meu lanche. — Meu olhar para ela é irritado, mas a danada começa a rir.

— Cunhadinha, ainda tem mais um na geladeira. Podemos comer enquanto conversamos e nos conhecemos melhor.

— Eu acho perfeito, vou subir, vejo vocês pela manhã. — Leonidas me dá um selinho que eu não esperava.

Por mais que tenha durado alguns segundos não foi essa a minha sensação. Ele se afasta por pouco centímetros e me olha nos olhos desviando o olhar para os meus lábios a cada piscada. O que está acontecendo aqui?

Mansão do Leonidas:

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Comments

Marilena Yuriko Nishiyama

Marilena Yuriko Nishiyama

que situação Tessa🤣😂,melhor vc entrar no seu papel de noiva 😁

2025-03-21

6

Josigg Gomes Galdino

Josigg Gomes Galdino

Fica tranquila, logo logo a senhora vai morar na Grécia, com a Tessa

2025-04-05

2

Celma Rodrigues

Celma Rodrigues

Gostei muito do encontro das cunhadas. E o jeito possessivo.... todo mafioso é possessivo, não viu nada.

2025-04-07

1

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