É engraçado ver como ela se comporta do meu lado, parece uma adolescente pronta para me provocar o tempo todo. O que ela não imagina é que já passei por isso duas vezes cuidando das minhas irmãs e adquiri uma certa prática com elas.
No avião observei que Tessa está nervosa em pensar nas horas de voos em um avião de pequeno porte. Ela até tentou fingir que isso não estava afetando-a, mas seu corpo começou a tremer, ela não conseguia abrir os olhos e sua respiração ficou irregular.
Peguei meu celular mesmo sabendo que não podia usá-lo no momento. Pesquisei rapidamente e constatei que ela estava tendo um ataque de pânico, uma das coisas que li por cima foi que abraçar a pessoa e fazê-la focar no som da nossa voz ajuda, não pensei muito… abri meu cinto mesmo sabendo ser arriscado e a abracei.
A princípio Tessa me pediu para soltá-la e voltar para o meu lugar, mas um leve movimento da aeronave a fez me abraçar e suas mãos seguraram no meu terno com firmeza enquanto seu abraço me apertava cada vez mais forte.
Senti seu aperto tão forte que deixou minhas costelas doloridas, não me importei. Aos poucos o coração dela, que eu sentia bater forte contra mim, foi se acalmando e sua respiração normalizando. Ao som de uma cantiga de ninar que minha mãe cantava para mim quando era menino consegui fazer Tessa se livrar do pânico que se instalou dentro dela.
Voltei para o meu lugar, o problema agora era lidar com o perfume dela que está grudado em mim por causa do abraço. Quando já estávamos no ar rumo à Grécia pego uma garrafa de água e um comprimido para dormir.
— Toma, vai te ajudar a encarar as horas de voo.
— Eu não vou tomar isso! — Ela empurra minha mão e não aceita o remédio.
— Por que não vai tomar? É para o seu bem, não vai ver nada e será mais fácil pra você.
— Sim, claro, eu vou apagar e você vai ficar livre para fazer o que quiser comigo por horas… sem chance.
— Está dizendo que… — coloco a garrafa de água e o comprimido no porta copos no braço da cadeira e me inclino sobre Tessa, ela se encolhe — Se eu fosse um monstro pervertido que abusa e agride mulheres pode ter certeza que teria feito isso na casa da sua mãe e não com você dopada no meio de um voo. Não me ofenda assim novamente, senhorita Adams.
Deixo o remédio e a água no braço do assento, me sentei virando meu rosto para fora apreciando a vista enquanto tento esquecer que Tessa me comparou com a escória humana que abusa de mulheres por pura crueldade sádica.
Quando olho para ela de soslaio vejo que tomou o remédio e está quase pegando no sono. Deve ser realmente difícil para ela confiar em um estranho dada as circunstâncias da nossa relação no momento.
Me pergunto como ela vai reagir ao descobrir que sou um mafioso e que tenho as mãos vermelhas do sangue dos meus inimigos. Mas eu nunca na minha vida toquei agressivamente numa mulher, normalmente minhas irmãs que ficam responsáveis por esse trabalho.
É impossível conter meu olhar, me pego olhando para ela a cada minuto dessa viagem que parece levar uma eternidade.
O piloto finalmente avisa que já iremos pousar, eu tento despertar a Tessa, mas não consigo. Suponho que ela não esteja acostumada a tomar remédio para dormir, vou ter que pegá-la no colo.
— Senhor Mouzakis, quer ajuda? Posso levá-la se o senhor preferir. — Joe, meu chefe da segurança sugere. Lanço meu olhar mais odioso para ele e aviso:
— Se sugerir tocar nela mais uma vez te dou trinta dias da tortura mais intensa que alguém já recebeu das minhas mãos. Deixe os outros avisados do que pode acontecer se eles sequer tiverem a audácia de olhar para ela por mais de três segundos.
Saio da aeronave com Tessa nos braços, o carro já está à minha espera na pista ao lado da aeronave. Coloco ela no banco do passageiro com cuidado, prendi o cinto e reclinei o banco.
Dirijo para a mansão com muito cuidado, acho melhor ela acordar já em seu quarto. Ligo para Katerina que não me atende, então ligo para Chrysa.
— “Saudade do meu maninho lindo.” — Chrysa atende com uma voz animada.
— “Também estou com saudades, maninha. O quarto da Tessa está preparado?”
— “Como você pediu, maninho! Decoramos com a cor favorita dela em todos os mínimos detalhes. Não foi fácil, você nos deu poucas horas, mas conseguimos.”
— “Ótimo! Amanhã quero que você e a Kat levem a Tessa para comprar roupas, ela precisa de tudo. Um closet completo.”
— “Leon, você disse que a cor favorita dela é lilás, por que as cores do casamento são vermelho, dourado e branco?” — Chrysa pergunta me deixando num beco sem saída.
— “Vamos mudar as cores para branco e lilás, mude as flores, arranjos de mesa, mude tudo… por favor. Em poucos minutos estarei em casa, mande fechar as cortinas do quarto dela, acho que a Tessa vai dormir por mais duas horas.”
— “Dormir? Por um acaso você perdeu sua noiva e sequestrou uma pobre coitada para colocar no lugar dela?”
— “Perguntas demais, maninha! Por que tão enxerida?”
— “Está no meu sangue, sabe que investigo bem. Primeiro você muda as cores tema do casamento e agora diz que a sua noiva está dormindo… muito estranho, não acha?”
— “Eu te amo, vou desligar!” — Uma verdade precisa ser dita: Chrysa é a melhor quando se trata de investigar e descobrir algo importante.
Se eu der abertura, ela vai descobrir a verdade, eu só preciso segurar essa situação por seis meses. Claro que ela também vai estranhar a mudança na data do casamento, mas acho que consigo arrumar uma desculpa para isso.
— “Eu te amo, maninho.” — Ela dá sua famosa risada gostosa de ouvir e desliga.
Meu olhar alterna entre a estrada e Tessa. Preciso blindar meu coração e não me deixar levar por sua beleza e seu caráter sedutor, tudo entre nós é só um contrato e vingança contra os dois traidores.
Acelero mais um pouco para chegar logo em casa, preciso de um tempo longe dessa tentação em forma humana.
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Atualizado até capítulo 40
Comments
Polly 💜
vai arriar os 4 pneus e fura o estepe kkkk
2025-03-21
11
Damares🧚🍃
meu querido já pode é assumir o a sente 😅🤣
2025-03-22
1
🦊Guminho🦊
o rei das galhas já está com ciúmes
2025-03-29
2