Leonidas

Tessa desce a escada e para mim parece em câmera lenta, o olhar dela apesar de vermelho está sedutor. Sua roupa mesmo não sendo de uma grife cara a deixa ainda mais linda e sedutora. Se controle, Leonidas, ela não vai mais estar na sua vida em seis meses.

— Vou cobrar caro por cada segundo a mais que me encarar. — Ela fala enquanto pega seu celular e fone na mesinha e coloca na bolsa.

— Estou olhando porque não acredito que só tem isso para usar. Nunca comprou algo mais caro para completar seu guarda-roupa? Toda mulher tem uma peça de roupa mais cara para usar.

— É tão importante assim o que minha filha precisa vestir para viajar? — A mãe dela pergunta, me olhando cética.

— Mãe, tá tudo bem, eu resolvo isso. — ela se aproxima devagar e parece se divertir com a situação, eu só consigo sentir esse perfume de morango que vem dela — Senhor Mouzakis, suponho que como eu ainda não comecei a trabalhar para o senhor não preciso usar nada que valha o valor dessa casa. Sobre não ter uma peça cara no meu guarda-roupa, não sou alguém que veio de berço de ouro igual ao senhor, então, não me julgue ou ofenda.

— Se despeça da sua mãe e vamos logo, tenho algumas coisas para resolver e não quero te perder de vista.

— Por que não pode perder minha filha de vista, senhor Mouzakis?

Droga, esqueci que não estou sozinho com a Tessa. Tento não parecer ansioso e atrapalhado com as palavras ao responder:

— É que sua filha é a única pessoa que pode substituir a pessoa anterior neste trabalho. Não é mesmo, Tessa?

— Mãe, eu amo você! — ela me ignora e abraça a mãe — Prometo te ligar assim que eu chegar na Grécia.

— Não esqueça a diferença de sete horas que tem daqui para lá, talvez sua mãe esteja dormindo quando chegarmos lá.

Ela revira os olhos e depois de abraçar a mãe mais uma vez consigo convencê-la de que temos que ir. Quando chegamos no apartamento ela se joga no sofá e encara a vista da janela de vidro que vai do chão ao teto.

— Eu preciso sair, volto em uma hora. Não tente sair daqui, lá fora tem seguranças que não vão permitir você dar um passo para fora desse apartamento.

— Você realmente pensa que sou tola ao ponto de colocar em risco a vida da minha mãe? Se estou aqui com você é por ela, pela segurança dela.

Ela coloca os fones no ouvido e não sei como consegue ouvir nessa altura, provavelmente não quer mais me ouvir. Sigo para fora do apartamento e deixo ordens estritas para ficarem de olho nela.

Não vou embora sem deixar alguém de olho na Eleni e nesse desgraçado do George. Ao chegar no restaurante vejo Kaik à minha espera.

— Quer ser chamado como? Carrasco, Lâmina da morte, Torturador, Mau… Ainda não sei como me dirigir a você. — Kaik fala de um jeito brincalhão.

— Leon está bom! Criamos uma amizade muito forte para ter essas formalidades.

— Meu pessoal está de olho, qualquer movimento que aqueles dois fizerem descobriremos onde estão e serão entregues a você na Grécia.

— Estou indo embora porque deixei muita coisa para resolver na minha volta, mas deixo nas suas mãos essa missão. Quero os dois vivos, vou fazê-los se amarem pela eternidade no porão da minha casa comendo a ração dos meus cães.

— Você é tão poético, Leon. — Kaik fala sorrindo.

Volto para o apartamento uma hora depois, meus seguranças disseram que ela não tentou nada e que ficou o tempo todo dentro do apartamento. Quando entro me deparo com ela deitada no sofá ainda com o fone no ouvido. Ela está dormindo…

Me sento na mesinha que fica de frente para o sofá e olho para ela. Uma mulher jovem, atraente e linda, como aquele desgraçado foi capaz de traí-la e abandoná-la por outra mulher?

Estico minha mão e tiro o cabelo que cobre o rosto dela, seu rosto é tão delicado, traços perfeitos. Sinto meu coração acelerar, meu corpo esquenta ao ponto de me fazer transpirar.

— George… — Ao ouvi-la chamar por aquele filho da puta me levanto e me afasto.

— Tessa… — chamo por ela enquanto olho para fora da janela fingindo não ter sentido minhas emoções tentando me dominar — Tessa, acorde. Nós vamos sair daqui em meia hora, decidi adiantar a viagem.

— O que? — ela esfrega os olhos — Por que adiantou? Quer me infernizar mais cedo?

— Acho bom encarar a situação com o olhar certo! Sabe bem o que vamos fazer e espero que seja uma ótima atriz, sei que ama a sua adorável mãe.

— Idiota. — ela se levanta e para alguns centímetros de mim, empina o queixo e olha para cima ao encarar meus olhos castanhos — Para de falar na minha mãe como se ela fosse um alvo ou não respondo por mim.

— Morango… — Não consigo resistir ao perfume dela.

— O que? — Tessa joga a cabeça para o lado ao perguntar.

— Seu perfume… — me inclino e sinto seu perfume adocicado — Me lembra morango.

Minha mão direita vai para suas costas puxando ela levemente para cima enquanto abaixo meu rosto me aproximando mais do seu pescoço. Sinto o cheiro mais intenso.

— Me… solta, por favor.

— Por que? Fomos traídos e abandonados, ninguém pode nos julgar.

— Não sou o tipo de mulher que paga traição com sexo, sinto muito, senhor Mouzakis.

Tessa me empurra e se afasta, sinto que ela estava tentada a se deixar seduzir, mas seus princípios entrou no meio. Acho que é melhor assim, não gosto de fazer coisas que me causam arrependimento depois.

— Sairemos em poucos minutos, me espere aqui.

Vou até meu quarto e pego minhas malas, no carro indo para o aeroporto lembro que ela não comeu nada até agora. Por saber que os americanos amam fast food mandei parar em um e deixei ela fazer o pedido.

Ela pediu coisas demais pensando que eu iria reclamar do valor, paguei com um sorriso de sarcasmo no rosto deixando-a bem irritada. Estamos num jogo em que dois podem jogar.

Essa viagem vai ser interessante.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***