Tessa

Esse homem está pensando que é quem para sussurrar isso no meu ouvido e sair fingindo naturalidade? Meu corpo entra em conflito com a razão, uma guerra se inicia em mim virei um maldito campo de batalha humano.

— Vem logo, eu aqueci tudo no microondas, vai acabar esfriando. Para de olhar para o meu irmão com cara de apaixonada e vem comer. — Escuto Chrysa falar rindo. Me viro para ela mais rápido que a velocidade da luz.

— Quem está apaixonada?

— Você pelo meu irmão, não é por isso que vão se casar? — Ela está calmamente separando tudo num prato com o olhar atento.

— Ah… tá. É, vamos comer.

Droga, não posso dizer que não sinto nada por aquele idiota. Estou aqui para fingir ser a noiva perfeita até ele decidir que já está na hora de parar com a farsa.

Me sento e começo a comer, minha fome diminuiu depois do meu encontro com Leonidas. Será que vai dar certo isso de deixá-lo me tocar e me beijar durante seis meses?

— Leon é um homem bom… — Chrysa fala, será que eu estou pensando alto demais?

— O que? — Pergunto fingindo indiferença.

— Não magoe o meu irmão, ele negou a si mesmo por muito tempo pelo bem de tudo e todos. Se você estiver usando ele para ter status e riqueza, faço sua morte parecer um infeliz acaso.

— Como você ameaça minha vida assim sem nem ao menos me conhecer com a maior naturalidade do mundo?

— Pelo meu irmão, faço até o impossível! Você não faria pelo seu?

— Não tenho como saber… sou filha única!

Ela para de comer e me olha, sinto pena em seu olhar e isso me deixa completamente desconfortável até que ela começa a falar:

— Eu sinto muito, não sabia.

— Ei, sem problemas, ok? Não tem como sentir falta de algo que nunca se teve.

Ela muda de assunto, ao conversarmos mais um pouco descobri que ela tem vinte anos e sua irmã tem vinte e quatro, um ano mais velha que eu.

— Tessa, sabe quantos anos o meu irmão tem?

— Trinta e cinco? — Ela dá risada e responde:

— Quarenta e três!

— Mentira! — olho na direção que Leonidas seguiu e depois volto meu olhar para Chrysa — Como ele tem a aparência de ser mais jovem? Já sei, ele usa maquiagem e é rato de academia? Fez cirurgia plástica? Pinta o cabelo?

— Calma, mulher… — ela solta uma gargalhada — Meu irmão apenas se alimenta bem e cuida da saúde. Ele até malha, só que raramente. A vida que levamos acaba nos mantendo em boa forma física.

— Como assim? Pode explicar?

— Na máfia, temos que ser bem treinados para não sermos assassinados. Isso ajuda a manter a boa forma.

Eu estava tomando um gole de refrigerante quando escutei o que ela disse e me engasguei. Comecei a tossir feito uma louca à procura de ar. Máfia? Ela disse que eles são da máfia? Eu estava dançando com a morte o tempo todo?

Por isso ele me ameaçou usando a minha mãe. Leonidas pode sumir com nós duas a hora que quiser que o mundo não vai sentir falta. George, o que você fez com as nossas vidas por causa de uma mulher?

Não posso ser tão impulsiva quando Leonidas me provocar posso acabar não voltando pra minha mãe quando esses seis meses acabar. Tenho que manter o foco e tratar esse estranho relacionamento como um trabalho.

— Tessa, está se sentindo bem? Você está pálida. — Chrysa pergunta preocupada.

— Está… — pisco algumas vezes — Sim, claro, está! Eu vou subir agora, acho que o remédio voltou a fazer efeito.

— Mas você não comeu quase nada.

— Pode comer por mim, até mais tarde.

Volto para o quarto pensativa, me jogo na cama e pego meu celular. Tudo aconteceu tão rápido que não tive cabeça para mudar o papel de parede da tela principal e da tela de bloqueio do meu celular.

Na tela de bloqueio tem uma foto minha com o George num piquenique que fizemos numa tarde ensolarada no Central Park. Ele fez uma cara engraçada nesse dia para me fazer rir, tive uma discussão com o Hector naquele dia mais cedo e George sabia o quanto eu estava chateada.

Sabe quando a ficha cai e a dor te dá uma surra de te deixar arriada? Estou assim agora, as lágrimas, o choro descontrolado vem com tudo.

Três dias atrás eu estava tomando sorvete com o George, não imaginava o que iria acontecer depois. Confiei nele nos últimos anos, iria me casar com ele e ter filhos.

Peguei no sono com lágrimas ainda escorrendo pelo meu rosto. Desperto com uma sensação estranha, de estar sendo observada. Quando abro meus olhos vejo Leonidas encostado na parede ao lado da janela olhando diretamente pra mim.

— O que você está fazendo aqui? — Me sento rapidamente.

— Levante-se, precisa se cuidar. Minhas irmãs estão à sua espera lá embaixo.

— Isso não justifica você entrar aqui comigo ainda dormindo. Espiar os outros desse jeito é coisa de gente louca.

— Coisa de gente louca? — ele dá uma risada alta — Não demore, o dia de vocês vai ser longo.

Ele sai do quarto rindo, sou uma piada pra ele. A diversão do momento… que ótimo. Nunca esquecer de trancar a porta do quarto, lembrete para mim.

Onde será que está meu tênis? Vou até o closet e começo a procurar até que encontro meu tênis numa gaveta. Levo ele para o quarto e coloco perto da cama.

Depois de um banho e arrumada com o que cheguei aqui, desço. A cena é linda, os três irmãos conversando enquanto tomam o café da manhã.

Me surpreendo com o sorriso sincero do Leonidas, com as irmãs o sorriso dele brilha, tem amor ali. Me aproximo devagar e a “Kat” me olha batendo palmas.

— Leon, como ela é linda. Oi, sou a Katerina, sua cunhada. Muito prazer, Tessa. Chrysa já falou muito de você e o Leon também.

Ela vem na minha direção e me abraça. Katerina é tão animada, divertida e contagiante quanto Chrysa.

— É, muito prazer também, Katerina.

— Por favor, apenas Kat. Tenho um dia cheio de diversão feminina para nós… compras, comidas e vários drinks.

— Katerina, nada de bebidas alcoólicas quando estiverem longe de mim. — Leonidas fala sério olhando para Kat.

— Não seja careta, Leon. Sabe que algumas lojas e salões de beleza oferecem champanhe. Não podemos recusar. — Kat cruza os braços e bate o pé feito uma criança contrariada.

— Chrysa, não quero que a Kat beba, você está responsável por afastar qualquer taça direcionada a ela.

Depois de dar a ordem, Leonidas vem até mim e me dá um selinho um pouco demorado e depois sai da sala.

— Mas que ótimo, terei uma babá. — Kat fala irritada.

Eu me sento para tomar café da manhã e minutos depois eu já estava nas ruas de Santorini. Esse lugar é um paraíso tropical.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***