Visão

Capítulo 1 - Lothrien

Visão

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      Cinzas, corpos sem vida espalhados por todo lado, sangue em todos os cantos e em todos os lugares. O cheiro metálico de sangue impregnava o ar, misturando-se com a poeira e a fuligem. Os restos de uma vila outrora pacífica agora eram um campo de massacre. membros e corpos esquartejados no chão, era um massacre, tudo isso após uma explosão ser ouvida.

Eu corri.

Meu coração a mil, corri o mais rápido que pude, mais já era tarde, tudo havia sido dizimado e destruído, as pessoas mortas, o chão vermelho com sangue e membros espalhados, corri até a minha casa mais estava destruído também, comecei a chorar, eu não sabia oq estava acontecendo.

Meu coração disparava como se fosse explodir dentro do peito. As pernas mal acompanhavam a urgência do meu desespero.

- Não... não... não pode ser...

Minhas palavras saíam entrecortadas pelo desespero e pela dor. Meus olhos percorriam a cena diante de mim, negando-se a aceitar aquela realidade cruel. O chão encharcado de sangue, os rostos conhecidos agora sem vida, membros esquartejados espalhados pelo solo destruído.

Eu corri até minha casa. Mas...

Estava destruída.

As lágrimas escorreram pelo meu rosto sem controle, e minha respiração se tornou errática.

- Mamãe... mamãe!

Minha voz saiu fraca, trêmula, tomada pelo terror.

- Por quê? O que aconteceu aqui...?

O eco da minha própria voz me assustava.

- Onde está todo mundo...? Onde está minha mãe...?

Dei passos incertos até o centro da vila. Foi quando vi.

Uma sombra.

Alta. Imponente. O brilho de seus olhos cortava a escuridão como lâminas. Ela se mantinha diante de um corpo caído. Havia algo nela... algo arrogante. O sorriso em seu rosto denunciava a satisfação cruel de quem acabara de destruir tudo.

Eu senti um calafrio.

- Akira...

A sombra recuou alguns passos, como se estivesse me convidando a chegar mais perto.

Meu corpo tremia. Meu coração martelava em meu peito.

Deveria continuar?

- Akira!!...

Minha visão turvou por um instante. Eu reconhecia aquele corpo no chão...

Meus pés se moviam sozinhos, um passo de cada vez.

Quando finalmente me aproximei o suficiente para ver quem era-

- AKIRA!!

Um sobressalto.

Meus olhos se arregalaram e meu corpo se retesou. O toque em meu ombro me trouxe de volta à realidade como um choque.

Tsukasa me encarava, preocupado.

- Tá tudo bem, cara? Você tava paradão olhando pro nada já faz uns 15 minutos.

Meu peito subia e descia rapidamente enquanto minha mente ainda tentava processar o que acabara de acontecer.

- Hum... tô... tô bem. Só tava me lembrando de um pesadelo que tive ontem, nada demais.

Yuki, ao meu lado, inclinou a cabeça levemente, preocupada.

- Pesadelo? Quer conversar sobre isso, Akira?

Eu respirei fundo, tentando recuperar a calma.

- Tá tudo bem, pessoal, sério. Não precisam se preocupar com isso...

Queria mudar de assunto. Qualquer coisa.

- Aliás... o que o maluco do Kazuki tá fazendo agora?

Tsukasa soltou uma risada antes de responder:

- Ah, ele disse que se subisse no topo daquele morro ali... ele ia conseguir chegar perto o suficiente pra controlar as nuvens, kakakakak!

Eu pisquei algumas vezes, olhando para o tal morro onde Kazuki, de braços erguidos, parecia tentar invocar alguma magia absurda.

- Isso é sério? Bom... não duvido de mais nada.

Yuki riu junto com Tsukasa, mas, assim como eu, ela sabia que Kazuki tinha um talento absurdo. Quem sabe um dia ele realmente conseguiria mover uma nuvem, nem que fosse só um pedacinho dela.

O vento soprou suavemente pela colina, e eu me peguei olhando para o céu. Meu peito ainda estava pesado por conta daquele sonho estranho, mas agora, cercado pelos meus amigos, me sentia um pouco melhor.

Pelo menos... por enquanto.

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