Capítulo 1 – Lothrien
Em Um Mundo de Paz
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O dia estava quente e ensolarado, com o céu tão límpido quanto um cristal polido. As risadas das crianças ecoavam pelo rio enquanto brincavam e se refrescavam nas águas claras. Acima delas, os pássaros enchiam o ar com melodiosas canções, harmonizando com as fortes brisas que balançavam as copas das árvores, criando um cenário que exalava paz e tranquilidade.
Em uma cabana de madeira robusta, reforçada com pedras que garantiam resistência e frescor ao interior, vivia Shigure Tsubaki. Apesar de ser o líder de todo o clã Tsubaki e um guerreiro renomado, admirado por sua força e habilidade, ele escolhia uma vida simples, como se fosse apenas mais uma pessoa comum. Ao seu lado, sua esposa, grávida, compartilhava essa vida pacífica. Os fantasmas do passado estavam começando a se dissipar, permitindo que o clã Tsubaki experimentasse uma nova esperança.
Pouco a pouco, os membros do clã se reergueram, restabelecendo-se tanto em número quanto em força. A necessidade de uma força militar poderosa, que outrora era indispensável, começou a perder importância em um lugar tão sereno e distante de conflitos. Lothrien, o país que acolhia o clã, crescia cada vez mais, suas terras vastas e pacíficas atraindo novos povos. Refugiados de guerras e conflitos de terras distantes começaram a chegar, encontrando ali um refúgio seguro.
Com espaço de sobra para todos, Lothrien se tornou um local onde diferentes raças e culturas aprenderam a coexistir, unidas pela busca por paz e um futuro melhor. A tranquilidade que reinava no país oferecia a cada novo habitante a chance de começar de novo, longe do caos e da destruição do mundo lá fora.
Com o tempo passando depressa e o bebê crescendo de forma notável na barriga da mãe, Shigure preparava-se para o momento mais aguardado de sua vida: o nascimento de seu tão esperado filho. Era o dia que ele imaginava desde o instante em que soube que seria pai.
Na vila, o clima era de ansiedade e celebração antecipada. O nascimento de um Tsubaki era visto como um evento único, comparável ao desabrochar de uma flor rara em meio à primavera. Para eles, aquele instante carregava um simbolismo profundo. Afinal, era o descendente direto do homem que um dia havia libertado o clã Tsubaki da maldição, e agora, esse novo membro respiraria pela primeira vez o ar puro de uma terra finalmente em paz.
O grande dia chegou mais rápido do que parecia. Era uma manhã fresca e perfumada pelas flores que balançavam suavemente ao som do vento. No entanto, dentro da casa, o clima era de tensão e expectativa. Os gritos de dor da mãe ecoavam pelos corredores, misturando-se com as instruções firmes das parteiras. Do lado de fora do quarto, Shigure caminhava de um lado para o outro, suas mãos suadas e trêmulas refletindo a ansiedade que quase o consumia.
De repente, o som agudo e angustiante cessou, dando lugar a um silêncio carregado de antecipação. Antes que ele pudesse questionar o que havia acontecido, uma voz suave e enfraquecida chamou por ele.
— Meu amor... venha conhecer nosso pequeno...
Num salto, Shigure ergueu-se da cadeira, empurrando a porta do quarto com rapidez. Seus olhos, arregalados de emoção e alívio, encontraram a cena mais magnífica que ele poderia imaginar: Estella, sua amada, repousava na cama, exausta, mas com um sorriso radiante no rosto. Nos braços, ela segurava com delicadeza o fruto de meses de cuidado, esperança e esforço.
— Dê oi para o papai, Akira... — murmurou Estella com a voz fraca, tão delicada que parecia poder se desfazer a qualquer instante.
Shigure aproximou-se devagar, como se temesse que aquele momento fosse um sonho prestes a se desfazer. Ele recebeu o pequeno em seus braços, com mãos firmes, mas cuidadosas, como quem segura o maior dos tesouros.
— Meu... meu filho... — disse ele, a voz embargada pela emoção que parecia transbordar de seu peito. — Meu garoto... você... você finalmente chegou...
O bebê, com olhos brilhantes e curiosos, mirava o pai com uma expressão quase celestial. Não havia desconforto ou choro, apenas uma calmaria encantadora, como se compreendesse a importância daquele instante. Shigure, tomado por lágrimas de felicidade, apertou levemente o pequeno Akira contra o peito e declarou, com a voz firme e cheia de orgulho:
— Akira. Meu filho. Você finalmente nasceu!
A notícia se espalhou pela vila como um raio. O grito emocionado de Shigure atravessou as paredes da casa e alcançou os moradores, que explodiram em alegria. Em questão de minutos, a vila inteira estava em festa. O nascimento de Akira foi comemorado com tamanha empolgação que logo as celebrações começaram a atrair visitantes de terras distantes. Povos aliados vieram se juntar à festividade, trazendo presentes, comidas e bebidas.
A vila iluminou-se com a energia do momento, e a festa que começou naquele dia fresco e florido durou uma semana inteira. Músicas, danças e sorrisos preencheram os dias e as noites, enquanto todos celebravam não apenas o nascimento de uma nova vida, mas também a promessa de um futuro ainda mais brilhante para o clã Tsubaki.
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Atualizado até capítulo 29
Comments
ser intankavel 🕊
A calma antes da tempestade.
2025-03-19
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