Capítulo 1 – Lothrien
Primeiros Passos
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As festividades haviam chegado ao fim, e, um a um, os moradores da vila retornaram para suas casas. No entanto, a alegria e o espírito festivo ainda pairavam no ar, como um doce resquício daqueles dias de celebração. A cada encontro, sorrisos eram trocados e lembranças da grande festa eram recontadas com entusiasmo.
Os meses passaram e, pouco a pouco, o pequeno Akira começava a dar seus primeiros passos. A cada tentativa desajeitada, Shigure o segurava pelas mãos, guiando-o pacientemente. Seu olhar transbordava orgulho enquanto incentivava o filho, que, mesmo tropeçando, insistia em se equilibrar.
— Isso, Akira! Vamos lá, tente mais uma vez — dizia ele, com um tom encorajador.
Do outro lado do quintal, Estella observava os dois com um sorriso terno nos lábios. A cena diante dela era reconfortante: seu amado esposo, o poderoso espadachim da vila, agora se dedicava a ensinar algo tão simples, mas tão significativo, ao filho.
O tempo continuou seu curso e, em um piscar de olhos, Akira já não era mais um bebê. Aos quatro anos, ele demonstrava uma independência impressionante para sua idade. Caminhava por toda a casa com passos confiantes, comia mais do que o esperado e tinha uma energia inesgotável.
Em um certo dia, Shigure decidiu levá-lo para assistir a um de seus treinamentos diários. Akira, curioso como sempre, ficou maravilhado ao ver os movimentos precisos e graciosos do pai manejando a katana. A forma como a lâmina cortava o vento com velocidade e fluidez capturou sua atenção por completo. Fascinado, ele correu pelo quintal em busca de algo que se parecesse com uma espada. Ao encontrar um simples galho de madeira, tentou imitar os movimentos do pai, balançando-o no ar sem qualquer técnica.
Embora seus golpes fossem desajeitados, sua determinação era inegável.
Shigure, ao notar o interesse do filho, sorriu de canto. Seu plano havia funcionado. Desde o início, ele desejava despertar em Akira a paixão pela esgrima, e agora estava claro que o garoto estava completamente envolvido.
Decidido a lapidar aquele talento em potencial, Shigure passou a treinar Akira pessoalmente, dedicando-se a transformá-lo em um espadachim formidável.
— Eu não vou perder pra você, pai! Pode apostar! — exclamou Akira, segurando firme a katana de madeira que havia ganhado do pai.
Shigure cruzou os braços, avaliando a postura do filho com um olhar crítico antes de sacar sua própria katana de madeira.
— Então venha com tudo, Akira.
Sem hesitar, o garoto avançou. Seus movimentos, embora ainda crus, eram surpreendentemente ágeis para sua idade. Seus ataques vinham de diferentes direções, buscando brechas na defesa do pai. Mas, sem dificuldade alguma, Shigure bloqueava cada investida, desviando os golpes com facilidade.
Akira não se deixou desanimar. Ele mudava de posição, experimentava diferentes ângulos, buscava surpreender o pai de todas as formas. Mas, por mais que tentasse, seu ataque sempre era interceptado antes de chegar ao alvo.
— Se quer acertar o inimigo, precisa ser mais rápido do que a velocidade de reação dele — provocou Shigure, com um sorriso divertido.
— Argh! Eu vou te acertar, pai! Pode apostar!
— Se você se envolver com apostas, vai acabar arrumando problemas.
— Grrr...
A raiva crescia dentro de Akira, e, num ímpeto de frustração, ele avançou com ainda mais intensidade. No entanto, dessa vez, algo mudou. Seus movimentos tornaram-se mais rápidos, seus golpes mais ferozes.
Shigure ergueu uma sobrancelha, percebendo a súbita mudança de ritmo.
— Se você se deixar levar pelas emoções, nunca vai conse—
Antes que pudesse concluir a frase, sentiu um leve impacto no pescoço.
Surpreso, Shigure recuou um passo e arregalou os olhos. Em um instante inesperado, Akira havia saltado, girando no ar e, de cabeça para baixo, conseguiu desferir um golpe contra ele. Mesmo com sua pequena estatura, a madeira da katana do garoto roçou contra a pele do pai, arranhando-o levemente.
Mas a aterrissagem não foi tão bem-sucedida. Sem equilíbrio, Akira caiu de mau jeito, deslizando até colidir com força contra a parede de pedra do quintal.
— Akira!! — Shigure largou sua espada e correu em direção ao filho, seu coração acelerado de preocupação.
Ao se ajoelhar ao lado do garoto, sacudiu-o levemente pelos ombros.
— Akira, você está bem?! Responda!
Por um momento, o silêncio reinou. Então, com um sorriso fraco e os olhos semicerrados, Akira murmurou:
— Tá me... devendo... eu consegui te acertar, pai... haha...
E, antes que pudesse dizer mais alguma coisa, desmaiou.
Shigure soltou um suspiro profundo, entre o alívio e a exasperação.
— Esse pirralho... — murmurou, cruzando os braços e balançando a cabeça. Em seguida, ergueu o filho com cuidado. — Vamos pra casa. Mas só depois que você acordar... do contrário, sua mãe me mata.
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Atualizado até capítulo 29
Comments
ser intankavel 🕊
KAKAKAAKAKAKAKA MAN O MLK QUASE MORRI
2025-03-19
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