Capítulo 19: O Peso da Ausência e as Sombras do Passado

Melissa sentia um aperto esmagador no peito enquanto olhava para Colin. Ele estava ali, tão próximo e, ao mesmo tempo, tão distante, como se sua mente estivesse vagando por lugares sombrios que ela jamais poderia alcançar. Os olhos dele carregavam histórias não contadas, feridas não cicatrizadas, dores que não ousavam ser ditas em voz alta. 💔

Parecia que o mundo inteiro pesava sobre seus ombros. Como se ele estivesse se afogando em um mar de incertezas, perdido em um oceano revolto, sem um porto seguro, sem uma âncora para se agarrar. 🌊😞

Melissa sabia bem o que era essa sensação. Desde que fugira de Vitor, sua vida tinha sido uma corrida desesperada contra o tempo, uma fuga incessante de cidade em cidade, de vilarejo em vilarejo, sempre olhando por cima do ombro, sempre temendo a sombra que nunca deixava de persegui-la. 🏃‍♀️💨💔

Duas vezes ele quase a pegou.🫴

Duas vezes o terror congelou seu corpo.🥶

A sensação de ter o coração martelando tão forte no peito que parecia prestes a explodir. A respiração curta, o desespero se agarrando a sua pele como uma segunda sombra. O medo de ser encontrada, de ser arrastada de volta para um pesadelo do qual lutara tanto para escapar. 😢

A última vez, há cinco meses, foi por um triz.

Ela correu. Fugiu como um pássaro ferido que mal conseguia bater as asas, mas ainda assim voou o mais alto que pôde, para longe do monstro que a perseguia.

Mas ela nunca ousou se permitir acreditar que ele tinha desistido.

Vitor nunca desistiria.

Ele a caçaria até os confins da terra, até que não houvesse mais para onde fugir.

E agora, quando finalmente começava a vislumbrar um futuro, um lugar seguro, uma esperança tímida nascendo em seu peito, Colin aparecia como um lembrete cruel de que a paz era uma ilusão distante.

Ele estava ali, com seu olhar perdido no vazio, tão quebrado quanto ela.

E Melissa perguntou, com o coração apertado, se duas almas tão feridas poderiam se salvar mutuamente, ou se estavam apenas destinadas a se afundar ainda mais juntas. 💙💔

— Em que está pensando? 🤔

A voz dele a pegou desprevenida. O silêncio da noite os envolvia, a casa mergulhava em uma tranquilidade frágil. As crianças já dormiam, e Colin supostamente deveria estar lendo algum material para uma reunião.

— Terminou sua leitura?

Ele passou a mão pelos cabelos, um gesto cansado.

— Não exatamente. Eu fiquei entediado.

Ela riu baixinho.

— Seguros não são para mim. 😩

— Não? Bem, você encontrará algo.

Mas Mel hesitou. E se ela não encontrasse? E se sua vida fosse apenas fugir, sempre fugindo, sem nunca pertencer a lugar algum? 😞🌌

Ela pegou uma xícara no armário, alcançou o pote de chocolate em pó e sorriu suavemente.

— Sente-se. Vou fazer uma xícara para você. ☕️❤️

O silêncio entre eles era confortável. Dois corações quebrados compartilhando um momento de calmaria em meio ao caos.

Finalmente, ela perguntou:

— O que você realmente quer fazer, Colin? Já pensou sobre isso?

Ele respirou fundo, como se tivesse sido atingido por aquela pergunta. Como se nunca tivesse permitido a si mesmo encarar essa verdade. 😔💔

Ele empurrou a xícara para o lado e passou as mãos pelo rosto, exausto.

— Eu me sinto como se estivesse tropeçando no escuro, abrindo porta após porta, mas nenhuma delas se abre para mim. 🚪🔒

A angústia dele era palpável.

— Passei a vida inteira sendo médico. Era simples. Você estuda, aprende seu papel, salva vidas. 🏥💉

Ele abaixou o rosto e suspirou.

— Agora, de repente, sou apenas um pai. E não há regras, não há manual para isso. Eu estou perdido, Mel. 😞👨‍👧‍👧

Mel sentiu o coração apertar.

— Não é culpa das crianças, Colin. Elas só precisam de você.

Ele fechou os olhos, balançando a cabeça.

— Eu sei. Você acha que eu não sei?

Ele hesitou antes de continuar.

— Se Evellyn não tivesse morrido naquele acidente horrível… 💔😞

Mel pousou a mão sobre a dele, um gesto de conforto.

— Colin… suas filhas sempre precisaram de você. Isso não mudou quando Evellyn se foi. A única diferença é que agora você não pode ignorar mais.

Ele soltou sua mão abruptamente.

— Não era só por mim, Mel. Evellyn queria que fosse assim.

Ele se levantou, começou a andar de um lado para o outro, como se estivesse tentando escapar de suas próprias memórias.

— No começo, ela ia para onde eu ia. Mas nunca gostou da vida de hospital, dos plantões, das mudanças constantes. Ela odiava ficar em hotéis sozinha. 🏨💔

Ele riu amargamente.

— Quando Malu tinha um ano, fui convocado ao hospital do exército. Então levei Evellyn para perto da minha família e ela ficou encantada com a vida dos Ferrari.

Ele olhou para Mel.

— Eu sei que o nome Ferrari não significa nada para você.

— Não sou estúpida, Colin. Eu sei quem são os Ferrari. 🏎️✨

— Para Evellyn, ser uma Ferrari era mais importante do que ser minha esposa.

A dor em sua voz fez o coração de Mel doer.

— Quando minha missão terminou, ela me disse que ficaria aqui. Eu aceitei porque sabia o quanto ela odiava minha vida de médico militar naquela época.

Ele suspirou, derrotado.

— Eu pensei em divórcio. Mas nossas vidas já estavam tão separadas que parecia inútil.

Ele esfregou as mãos no rosto, tentando conter a frustração.

— Se Evellyn alguma vez se arrependeu, nunca me disse. E a verdade é que, no final de cada licença, estávamos sempre discutindo. 😞⚡️

Ele olhou para Mel, seus olhos cheios de dúvidas.

— Talvez, se eu tivesse desistido antes…

Sem perceber, as mãos de Mel se entrelaçam às dele.

Por um instante, pareciam duas almas perdidas se encontrando na escuridão.

— Colin, suas filhas sentiram sua falta. Elas precisavam de você. 😢💔

Ele soltou um riso triste.

— Elas sentem falta da mãe, Mel. E, francamente, acho que gostam mais de você do que de mim.

Ela franziu a testa, balançando a cabeça.