O vento frio cortava pela janela entreaberta, fazendo com que Colin se encolhesse ligeiramente. Ele abriu o álbum de fotos com os dedos hesitantes, como se estivesse revivendo cada lembrança ao tocá-lo. Seus olhos percorreram as páginas amareladas pelo tempo e pousaram na foto do casamento de seus pais. Eles foram o casal perfeito. Ou pelo menos, era o que ele sempre acreditou. 💔💍
Quando pensava em casa, na infância e na juventude, a figura de sua mãe surgia em sua mente como um refúgio seguro. Ela era sua fortaleza, sempre sorrindo, sempre tentando justificar a ausência do marido.
"Ele tem todo o peso do negócio de família nos ombros", ela dizia com doçura. "Muitos dependem dele. Ele está fazendo o melhor que pode."
Essas palavras ecoavam como um mantra na mente de Colin, e por anos, ele acreditou. Mas à medida que crescia, percebeu a verdade: seu pai estava sempre ausente, sempre distante, sempre colocando os negócios acima da família.
Ele virou mais algumas páginas, sentindo o coração apertar ao ver cada marco de sua vida. Seus primeiros passos, festas de aniversário, campeonatos de futebol, partidas de hóquei, formaturas... As imagens mostravam sua família crescendo—de filho único, ele se tornou irmão mais velho de Jéssica, depois de Isa, e por fim dos gêmeos. 📸👨👩👧👦
Mel estava errada. Ele estava presente em quase todas aquelas fotos. A única pessoa que sempre faltava era seu pai.
A raiva cresceu dentro dele como uma chama ardente. Quem Mel pensava que era para julgá-lo? Para repreendê-lo por não chegar em casa a tempo de elogiar suas filhas sobre um castelo de neve? Ele estava fazendo o melhor que podia, não estava? Isso não deveria contar?
Deveria.
Ele empurrou os álbuns para longe e pousou sua taça de conhaque sobre eles. Levantou-se, sentiu o corpo pesado e arrastou-se até a cama. Nem sequer abriu o segundo álbum. O diário ilustrado meticulosamente montado por sua falecida esposa... Aquela que registrou cada momento da pequena família que ele havia perdido.
🌹 O Dia Seguinte 🌹
Mel esperava um confronto. Esperava que Colin gritasse, discutisse, mandasse que ela cuidasse da própria vida. Mas, para sua surpresa, na manhã seguinte ele apareceu para o café da manhã sorrindo. 😳
Ele não mencionou a noite anterior. Não perguntou nada. Apenas olhou para ela por um longo instante antes de se virar para as filhas e elogiar o castelo de neve.
Mas o que aconteceu a seguir foi ainda mais doloroso.
As crianças trocaram olhares incertos entre si. Ninguém sorriu. Nenhuma delas comemorou o elogio do pai. As gêmeas apenas seguiram o exemplo de Malu e se curvaram sobre suas tigelas de cereal em silêncio.
Colin sentiu o impacto daquele silêncio mais do que qualquer palavra poderia expressar.
Ele pegou seu jornal, ergueu a barreira invisível entre ele e a realidade e fingiu que tudo estava normal.
Mas nada estava normal.
Esse passou a ser o padrão das manhãs na casa dos Ferrari. Colin chegava tarde para o café da manhã. As crianças apenas lançavam olhares discretos para ele. Mel tentava manter um clima leve, mas a tensão era palpável. E, no final, ele sempre saía sem se despedir.
O que mantinha alguma estabilidade era o fato de que ele ao menos chegava a tempo para o jantar. E, pouco a pouco, com a paciência e a persistência de Mel, a família começou a criar uma nova rotina.
No início, era apenas um "boa noite" mecânico das crianças para ele. Mas, com o tempo, Colin começou a se inclinar e fazer carinho nas costas e nos ombros delas. Depois, vieram os abraços. 💕
E Mel sabia... o próximo passo seria um beijo de boa noite.
Ela vivia para ver esse momento acontecer. Se pudesse ficar até o dia em que visse Colin dar o primeiro beijo em suas filhas antes de dormir, sentiria que sua missão estava cumprida.
Mas, ao mesmo tempo, sabia que não poderia ficar para sempre.
🌫️ 👻Os Fantasmas do Passado👻 🌫️
Mel acordava no meio da noite, suando frio, os pesadelos vindo como um vendaval. Vitor ainda estava lá.
Ele sempre estaria.
A lembrança daquele dia há sete meses atrás, ainda era vívida em sua mente.
Ela o seguiu, achando que ele a traía com outra mulher. Mas o que encontrou foi muito pior.
Vitor era um traficante.
Ela o viu naquela casa abandonada, assistiu em choque enquanto um fluxo constante de pessoas entrava e saía—algumas cambaleando, outras desesperadas, outras não saindo nunca.
Foi ali que ela entendeu de onde vinha o dinheiro dele.
Foi ali que seu mundo desmoronou.
E seu erro foi confrontá-lo.
Ele riu na cara dela, a chamou de ingênua, disse que ninguém a ouviria.
E então ele a espancou.
Ela passou semanas presas naquele inferno, vigiada pelo capanga de Vitor, Josh. Suportou a dor, suportou o medo. Mas, quando teve a chance, ela fugiu.
Ela se jogou pela janela, desceu uma corda improvisada do terceiro andar, correu com uma mochila nas costas e menos de cem dólares no bolso.
Ela correu para salvar a própria vida. 🏃♀️💨
E agora, pela primeira vez em meses, ela sentia que estava segura.
Mas por quanto tempo?
Ela olhou para Colin e as meninas. Eles estavam se tornando sua família.
Ela queria ficar.
Mas sabia que Vitor poderia encontrá-la a qualquer momento.
E quando esse momento chegasse… ela teria que correr novamente. 💔💨
✨ Continua... ✨
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Atualizado até capítulo 49
Comments
Erlete Rodrigues
que barra pesada ‼️ pior que se você contar é a capaz de te mandar embora
2025-03-21
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Tania Cassia
mas tem que falar a verdade as meninas virem perigo
2025-03-22
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