A sala de estar ainda exalava o cheiro amadeirado da lareira, misturado com o perfume adocicado das velas que iluminavam discretamente os móveis de madeira escura. O ambiente, porém, estava longe de ser acolhedor. A decoração fria e impessoal parecia refletir o vazio que Colin sentia dentro de si. Desde a morte de Evellyn, tudo ali parecia incompleto. 💔
Ele respirou fundo, tentando conter a irritação crescente. O riso infantil ecoava pelo corredor, acompanhado de passos apressados e objetos sendo derrubados no chão. As meninas estavam mais uma vez correndo pela casa, brincando como se fosse plena luz do dia. Colin fechou os olhos por um instante, buscando paciência, mas sua exaustão não colaborava. 😤
— Parem com isso imediatamente e vão para a cama! 😡
Seu rugido ecoou pela casa, cortando a algazarra instantaneamente. Por um breve momento, o silêncio reinou, mas não durou muito. Três pares de olhos brilharam na penumbra, fitando-o com a ousadia típica de crianças que sabiam que tinham o controle da situação.
Malu, a líder natural da rebelião, colocou as mãos na cintura, seu rostinho miúdo carregado de desafio. A pequena, com seus cachinhos bagunçados e pijama de unicórnio, lançou um olhar petulante.
— Mas papai… a gente ainda nem tá com sono! 🥱✨
Colin cruzou os braços, sua paciência já está se esvaindo.
— Eu a odiava. Ela era má e feia e…
— Você fez tudo o que podia para que ela fosse embora! — Colin acusou, apontando diretamente para a pequena estrategista.
— Você sabe que precisamos de ajuda, mas, ainda assim, você…
— Nós não precisamos de ajuda! — Maju gritou, sua voz fina carregada de desafio. Pequena, mas feroz. — A mamãe sempre cuidou de nós só com a cozinheira!
O coração de Colin apertou dolorosamente. 💔 Como explicar para as meninas que nada voltaria a ser como antes? Que a mãe delas jamais voltaria para pegá-las no colo e cantar até que adormecessem?
— Cozinheira de meio-expediente! — exclamou, tentando manter a calma. — E eu não sou a mamãe! Preciso trabalhar para sustentar essa casa, não posso ficar o dia inteiro aqui para cuidar de vocês!
— A mamãe fazia isso!
— Porque eu estava na rua trabalhando!
— No hospital! — acusou Tina, sua voz pequena, mas cortante como um bisturi.
E foi ali, naquele simples apontamento, que algo dentro de Colin se quebrou ainda mais. Ele sentiu um nó na garganta, algo que engoliu rapidamente para que as meninas não percebessem sua dor. Ele se dedicava a salvar vidas, mas falhava em manter a própria família unida. 😔
Exausto, esfregou o rosto com as mãos.
— Vão para a cama, todas vocês. Agora.
Malu e Linda trocaram olhares cúmplices, enquanto Tina o observava com um brilho travesso nos olhos. Elas não tinham medo dele, nunca tiveram. Ele não era o tipo de pai que gritava ou batia. Mas desafiar suas ordens era uma espécie de esporte para elas.
— Quem vai nos colocar na cama agora que a bruxa… Digo, a babá Ana foi embora? 🤭🧙♀️
— Você deveria ter pensado nisso antes de encher os sapatos dela de neve, pequena líder-de-motim! 😠 — Colin arqueou a sobrancelha. — Agora, para a cama antes que eu comece a estalar esses traseiros.
Linda arregalou os olhos, mas logo soltou uma risadinha, saindo em disparada pelo corredor. Malu e Tina a seguiram, gargalhando e cantando:
— ARRA URRU, A BRUXA FOI EMBORA! 🎶😂
Colin massageou as têmporas, sentindo o início de uma dor de cabeça se formando. O que ele faria agora? Ele tinha uma reunião importante com o diretor do hospital no dia seguinte, além de precisar encontrar uma nova babá. Mas quem, em sã consciência, aceitaria cuidar de três pequenas pestinhas?
Ele suspirou, cansado, e arrastou-se pelo corredor até seu quarto. O ambiente frio e impessoal parecia uma extensão do vazio que sentia por dentro. Nem mesmo a lareira conseguia aquecê-lo de verdade. Ele se jogou na cama, puxando o cobertor grosso até o queixo. Talvez, se tivesse sorte, conseguiria algumas horas de sono.
Finalmente, silêncio. Finalmente, paz.
Ou pelo menos foi isso que pensou… até um pequeno dedão puxar sua pálpebra para cima, quase arrancando seu olho no processo. 😳👁️
— Ai! 😣
Colin se afastou num susto, piscando contra a luz fraca do abajur. Linda o observava, seu pequeno rostinho cheio de expectativa e petulância.
— Meu Deus, Tina, quando é que você dorme?
A garotinha fez uma careta de indignação.
— Linda! 😤
— Ah… — Ele suspirou, sentindo uma pontada de culpa por ter confundido as gêmeas. Evellyn nunca errava. Por que ele sempre errava?
Sentindo-se um pai ainda mais inadequado, Colin virou-se na cama, cobrindo o rosto com o braço.
— O que foi agora?
— Tô com fome… 🥺 — murmurou Linda, fazendo biquinho e enfiando três dedinhos na boca.
Paciência, Colin. Respire.
Lembre-se que é mais fácil operar um coração do que criar três. 💆♂️
— Linda… — resmungou, sua voz saindo arrastada pelo sono. — Nós estamos no meio da noite. 😩
Ela o encarou, piscando inocentemente.
— Mas papai… meu estômago tá falando comigo! Ele disse que precisa de bolacha! 😏🍪
Colin enterrou o rosto no travesseiro, sentindo o cansaço pesando sobre seus ombros. No fim, ele sabia que não venceria aquela batalha. Suspirando derrotado, levantou-se da cama e caminhou até a cozinha, com Linda pulando atrás dele como um coelhinho animado. 🐰💕
Ao abrir o armário e entregar um pacote de bolachas à pequena, ela sorriu tão grande que seu coração derreteu um pouquinho. 💖
— Papai, você é o melhor do mundo! 😍
E foi ali, no meio da noite, com uma garotinha de pijama devorando biscoitos na bancada da cozinha, que Colin percebeu que, por mais exaustivo e caótico que fosse… ele não trocaria aquelas pestinhas por nada.
Porque, no final do dia, elas eram tudo o que ele tinha. 💙👨👧👧
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Atualizado até capítulo 49
Comments
Tania Cassia
coitado que meninas impossíveis kkkk
2025-03-18
1
Anita Alves
ele sofre mais são as filha que ele ama /Drool//Drool//Drool//Drool//Drool//Drool//Drool//Drool/
2025-03-27
0
Erlete Rodrigues
elas sabem que mandam nele kkkk
2025-03-20
0