Mel mordeu o lábio, uma mistura de nervosismo e curiosidade a invadindo. Não podia evitar a pergunta que pulsava em sua mente como um pequeno pássaro inquieto.
— E você, quantos anos tem? 🐦
Ele sorriu, os olhos brilhando com um calor afetuoso que fez o coração de Mel acelerar um pouco mais. Era como se, naquele momento, o mundo ao redor deles tivesse parado.
— Trinta e três. 🌟
— Você ainda não é um idoso. Está se encaminhando para ser. kkkkkkkkk.... 😂 Mel não conseguiu conter a risada, achando graça da própria piada, enquanto Colin ficou em silêncio por um instante, sem saber como reagir.
— Não, não sou — respondeu Colin, tentando explicar-se, mas a timidez parecia dançar em suas palavras. — Eu sou 12 anos mais velho que você e ouvindo meu pai falar... alguém pode supor que sou praticamente um adolescente ainda.
A risada deles ecoou pelo corredor, criando uma conexão leve e descontraída entre eles. Mas logo a expressão de Colin mudou, como se uma sombra tivesse cruzado seu rosto.
Vendo seu constrangimento, Mel decidiu mudar de assunto rapidamente.
— Hum, sobre a noite passada… Eu não estava bisbilhotando sua briga com seu pai. Eu estava indo pelo corredor e não pude evitar ouvir. 👂
— Sim, está tudo bem em relação a isso… Nós sempre terminamos gritando e a sua entrada foi excelente. Obrigado.
Mel sentiu um alívio ao ouvir isso. O clima tenso parecia ter se dissipado como nuvens escuras após uma tempestade.
— Eu não tinha a intenção, na verdade. Eu odeio conflito; simplesmente odeio. 😔
— Bem, conflito é tudo o que existe entre mim e Anthony.
O nome do pai pairou no ar como uma nuvem pesada. Mel mordeu o lábio novamente, sentindo a tristeza que emanava das palavras de Colin.
— Eu nunca conheci meu pai… — disse ela suavemente.
— Sério? Isso é...Triste.
Colin continuou, sua voz agora mais baixa e reflexiva.
— Não é que não gostemos, Anthony e eu. É somente… eu não sei, talvez sejamos parecidos demais. O ponto é que ele foi forçado a trabalhar no negócio da família quando o que queria na realidade era ser médico. Era o primogênito…
A história dele era como um filme triste passando diante dos olhos de Mel. Ela podia sentir a dor nas palavras de Colin.🎬📽️🎞️
— Eu penso que ele nem tentou lutar contra isso, e eu vi o que isso fez com ele. Bem, eu decidi há muito tempo que isso não aconteceria comigo, mesmo sendo o primogênito também. Eu sou médico. Eu quis ser. Lutei. Estudei e trabalhei para pagar meus estudos. Meu pai não me deu um centavo sequer... Sou o que sou graças ao meu esforço e desempenho. Me sacrifiquei demais... 💪
Mel sentiu uma onda de admiração por ele. A luta de Colin era inspiradora; ele havia conquistado seu lugar no mundo com garra e determinação.
— É uma pena que vocês não possam evitar essa questão — disse ela.
Colin gargalhou com amargura.
— Evitar a questão com Anthony Ferrari? Isso seria impossível.
Mel balançou a cabeça em compreensão.
— Não é da minha conta, afinal... Eu tenho essa coisa com família; é só isso — disse ela com sinceridade nos olhos tristes. — Você sabe como é: quando você não tem algo que todos os outros têm, parece que é a coisa mais importante para se ter no mundo.
Colin concordou lentamente, seus pensamentos viajaram para tempos passados.
— Minha avó era assim... Ela foi criada em um orfanato antes da Segunda Guerra Mundial. 🏠
— Eles não os chamam mais de orfanatos — disse Mel lentamente — Eles os chamam de Internatos ou Casa de Apoio, mas ainda são a última parada para uma criança sem ninguém e sem lugar para ir...
Colin pareceu escolher as palavras com cuidado enquanto refletia sobre sua avó.
— Você não tem nenhum parente?
Mel suspirou profundamente antes de responder.
— Não... Meus pais eram filhos únicos... Meus avós já eram falecidos quando eu nasci... Meu pai morreu em algum tipo de acidente na fazenda quando eu era apenas um bebê... E minha mãe… Bem, nós nunca soubemos se ela tomou pílulas demais por acidente ou de propósito... Afinal, eu só tinha cinco anos na época... 😢
A idade das gêmeas ecoou na mente de Colin; uma tristeza profunda envolveu aquele momento compartilhado entre eles.
— Mais ou menos… — respondeu Mel vagamente.
Uma pausa pesada pairou entre eles antes que Colin perguntasse:
— E você foi para um desses lares comunitários?
Ela assentiu lentamente.
— De início fui transferida de uma guarda para outra por tanto tempo que eu esqueci quantas foram... Morei em um lar comunitário durante o início da minha adolescência; depois me candidatei ao colégio interno católico para os tutelados do estado e fui aceita porque minhas notas eram bastante boas... E foi ali que conheci a Irmã Agnes... 👩🏫
Os olhos de Colin brilharam ao ouvir sobre essa figura importante na vida dela.
— Ela era especial para você…
Mel sorriu levemente ao recordar:
— Sim... era...
Mas logo seu sorriso se desfez ao lembrar das circunstâncias tristes daquela relação especial.
— Então vocês ainda mantêm contato? — perguntou ele gentilmente.
A dor nublou os olhos de Mel enquanto balançava a cabeça negativamente.
— A Irmã Agnes morreu no meu último ano de escola… Ela era muito velha e… — Ela parou abruptamente e disse com vivacidade: — Bem, é melhor eu ir ver as crianças! 🧒👧
Colin sorriu compreensivo.
— Oh sim! Eu também tenho de ir embora! Tenho consultas e pós-operatórios para fazer...
Ela queria perguntar sobre aquelas consultas e procedimentos médicos, mas algo dentro dela impediu-a; já havia compartilhado demais naquele curto espaço de tempo.
Não conseguia lembrar da última vez em que mencionou a morte de sua mãe para qualquer pessoa; esse pensamento era doloroso demais para ser revivido frequentemente.
Levantou-se e seguiu Colin até o escritório onde encontrou as crianças em seus pijamas coloridos sentadas em frente à TV assistindo aos desenhos animados matutinos 🎉📺.
— Estou indo crianças! — anunciou Colin pegando sua pasta com determinação nos braços fortes. — Sejam boazinhas com a Mel! Eu os verei mais tarde!
As crianças mal olharam em sua direção; estavam completamente absortas nas aventuras animadas na tela à sua frente. Mas Colin parecia achar aquilo estranho enquanto se virava para ir embora.
— Há um cartão com o número do meu escritório perto do telefone da cozinha e o meu celular está escrito no verso em caso de emergência — lembrou ele preocupado 📝📞.
Mel sorriu calorosamente para as crianças:
— Nós ficaremos bem! Prometo!
Colin assentiu vivamente antes de dar seu último aviso:
— Cuidado com as estradas! 🚗💨
Ela sorriu novamente ao ouvir isso:
— Eu prometo!
E então ele partiu com um aceno de mão suave que parecia dizer mais do que palavras poderiam expressar: amizade, apoio e talvez algo mais profundo surgindo entre eles naquela manhã ensolarada 💖✨.
Enquanto Mel observava Colin desaparecer pelo corredor, sentiu uma mistura estranha dentro dela – esperança entrelaçada à saudade – sentimentos complexos surgindo à superfície como borboletas coloridas prestes a voar livres pela primeira vez após muito tempo enclausuradas 🌈🦋.
Aquilo estava apenas começando…
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Atualizado até capítulo 49
Comments
Dulce Gama
estou anciosa pra saber qual o mistério de Melissa ❤️❤️❤️❤️❤️🎁🎁🎁🎁🎁🌹🌹🌹🌹🌹👍👍👍👍👍
2025-03-29
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Erlete Rodrigues
estou muito curiosa ‼️
2025-03-21
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Tania Cassia
muito interessante ,/Angry//Angry//Angry/
2025-03-19
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