Capítulo 13

Durante a viagem de carruagem, adormeceu, sonhando com os dias em que era Izumi Kyoko, a orgulhosa filha do general, a mais forte entre seus irmãos, pronta para lutar ombro a ombro com seu pai durante a guerra, preparada para ser uma guerreira, já que seu pai lhe ensinou tudo o que sabia desde criança, é claro, sua mãe faleceu quando ela tinha apenas cinco anos, então seu pai a criou como se fosse um menino da família, nunca a discriminando por ser mulher, pelo contrário, tendo melhores atenções com ela, mas sendo rígido quando a situação pedia, no entanto, seu destino foi muito diferente do que sempre desejou, longe de ser enviada para a guerra com o valente exército de seu pai, o imperador, soube de sua coragem e acreditou que ela era a mulher perfeita para o seu amado filho, o terceiro príncipe.

Mesmo que ela tenha se recusado, a ordem já havia sido entregue por escrito e desobedecer só traria problemas para sua família, mas ela se sentia um pouco sortuda, pois não iria sozinha. Sua prima Yuna também iria ao mesmo lugar, entrando no harém do príncipe como concubina. Embora elas não fossem tão próximas, nunca houve rivalidades entre elas, pois tinham objetivos diferentes. Antes de partir, Kyoko disse a Yuna que, se ela gostasse do príncipe, a deixaria ser feliz com ele, desde que ele correspondesse a ela. Yuna não estava muito feliz, mas aceitou, sem saber que ela ansiava ser a esposa legal e não apenas uma simples concubina. Ela estava com raiva porque o imperador havia escolhido uma maria-rapaz como Kyoko para ser princesa e a ela só davam sobras.

Chegou o dia de partir e ambas estavam em carruagens separadas quando de repente pararam. Era um grupo de bandidos atacando e querendo levar tudo o que elas tinham. Claro, ela não permitiria algo assim, desceu de sua carruagem para lutar contra aqueles homens, ajudada pelos poucos guardas que a acompanhavam. Ela ouviu o grito de Yuna e correu para sua carruagem, mas ao entrar e tirar um homem de cima dela, Yuna pegou uma faca e a enfiou direto em seu peito. "Eu sou a única que merece ser a terceira princesa, uma coisa como você só está aqui para morrer".

Como perdia muito sangue e força, Yuna a empurrou para fora da carruagem e ela caiu ao chão. Tentou se levantar mas, por detrás, o homem que havia afastado Yuna dela, deu-lhe outro golpe e enfiou a espada pelas suas costas. Incapaz de suportar mais, tudo à sua volta desapareceu.

Abriu os olhos e estava deitada no ombro de Lili. Esfregou os olhos e se sentou melhor, pedindo desculpas por ter adormecido, ainda assim sorriu, pois, apesar da traição de Yuna, seus planos não saíram como ela desejava e para sua má sorte, agora encontrava-se abaixo de outra concubina.

- Princesa\, acaso aconteceu algo de bom? É raro vê-la sorrir do nada.

- Não\, Lili\, apenas me lembrei de algo\, não dê importância.

O coachman anunciou que já haviam chegado. Desceram da carruagem e foram recebidas por uma senhora mais velha, que se apresentou como a Sra. Kaede, era a fiel serva de sua vida anterior, assim que, sem mais delongas, lhe prestou reverência.

- Obrigada por me permitir estar aqui.

- Alteza\, não é necessário\, só sou uma humilde serva.

- Não se preocupe\, é a minha maneira de mostrar respeito a uma pessoa mais velha\, independentemente do estatuto.

A Sra. Kaede ficou surpresa com essas palavras, pois pelos rumores havia ouvido falar de que a terceira princesa era uma menina mimada e, portanto, não era bem tratada na mansão do príncipe, mas, como as coisas são, são apenas rumores.

- Venha comigo\, eu te levarei para o quarto de hóspedes. O general não está hoje\, mas me pediu para cuidar de você adequadamente. Também tenho uma mensagem para você: ele disse que seu treinamento começa cedo\, por isso\, vou acordá-la cedo para se aquecer com os novatos.

- Tudo bem\, vou me lembrar disso. Muito obrigada\, senhora Kaede.

- Não hesite em pedir qualquer coisa que precisar. Também posso mostrar a cozinha para sua empregada para ajudá-la com a comida\, quando precisar.

Chegando ao quarto de hóspedes, Kaede abre as portas, mostrando o quão espaçoso e bem equipado está. Ela se retira para que a pessoa possa descansar.