Capítulo 6

A noite havia caído e por sorte ela chegou ao palácio do imperador a tempo, já que viajar sozinha por um caminho tão longo seria perigoso. Assim que os guardas do palácio a viram, permitiram sua entrada e uma criada a guiou até a sala de visitas, pedindo que aguardasse enquanto notificava a imperatriz sobre sua chegada. Obviamente, ela não conseguiria ver o imperador imediatamente, mas cumprimentar a imperatriz bastaria. Segundo as memórias daquele corpo, a imperatriz sempre fora boa com ela, já que era muito amiga de sua mãe. Agora ela entendia o motivo pelo qual haviam casado facilmente aquela princesa com o príncipe, e se juntava a isso a paixão original por ele da dona do corpo. Aquele príncipe idiota poderia ter tido uma boa vida com uma princesa que recebia o apoio do imperador e da imperatriz, e poderia aspirar a se tornar imperador, mas seu amor absurdo pela concubina Aya o cegava e o limitava a chegar mais longe. Passaram-se apenas alguns minutos para que a imperatriz aparecesse, como de costume, dedicando-lhe uma reverência. Mas a mulher se aproximou e segurou seus ombros para fazer com que levantasse a cabeça. - Minha criança, você não precisa de tantas formalidades quando não estamos no salão do trono. Venha, me acompanhe para jantar. - Majestade, estou grata por me receber sem aviso prévio. - Pequena, você é bem-vinda a este palácio sempre que desejar. Mas estou surpresa por estar aqui tão tarde. O terceiro príncipe veio com você?

Sob o olhar triste, negando a sua pergunta. - Majestade, o terceiro príncipe é tão frio comigo, você não sabe o que passei ao seu lado. É por isso que vim pedir sua ajuda. A mulher franz a testa ao ouvir tal acusação, sabia que o príncipe tinha uma favorita entre seu harém, mas não acreditava que ele estivesse menosprezando a sua esposa legítima; isso exige uma conversa séria com a mãe do príncipe, a segunda concubina, e, claro, ela terá que contar ao imperador sobre isso. - Venha, menina, conte-me o que aconteceu, eu prometo que farei justiça para você. - Alteza, você sempre tão bondosa comigo, como poderia retribuir tanta gentileza? - Não pergunte isso, prometi à sua mãe que cuidaria de você e pretendo cumprir minha promessa, agora você é como uma filha para mim, não posso permitir que sofra por causa de um príncipe tão ingrato. Sabia que se casar com ele não estava correto. - Se eu não tivesse sido tão cega e obstinada, não estaria causando essa angústia, majestade. - Minha menina, se esse casamento continuar causando danos, eu mesma falarei com o imperador para tirá-la de lá. - Agradeço sua oferta, alteza, mas por enquanto, há apenas uma coisa que desejo. Eu não sei como ele vai reagir, mas quero que o general Izumi me ajude a aprender artes marciais.

A imperatriz olhou para ela com surpresa, era incrível que a jovem Saya, uma menina tão delicada e mimada, pedisse algo assim, mas se isso era o que ela desejava e se com isso estaria ainda mais segura na casa do terceiro príncipe.

- as artes marciais normalmente não são para uma mulher\, mas se isso te faz sentir segura\, não vou te deter.

- sabia que você me entenderia\, mas tenho medo que o príncipe não permita.

Ela olhou para baixo, cobrindo parte do rosto com a manga do quimono, mostrando-se um pouco mais preocupada com a situação.

- vou mandar chamar o terceiro príncipe amanhã\, eu e o imperador daremos a ordem para que ele te permita esse treinamento.

Ela sorriu e abraçou a imperatriz emocionada, apesar de rapidamente se afastar para fazer uma reverência, mas a mulher só sorriu.

- não se envergonhe. Por enquanto\, vamos para a sala de jantar\, aproveite este jantar enquanto preparam um quarto para que fique confortável.

- jantar com você será muito agradável\, sou tão sortuda por receber tanto de sua graça\, alteza.

A comida foi servida e ambas tiveram uma agradável refeição enquanto conversavam confortavelmente, sem dúvida, a imperatriz tem sido algo de bom na vida da antiga dona do corpo. Quando a noite avançou, ambas se despediram para ir descansar.