Sn e Aaron caminharam lado a lado, segurando firmemente as mãos da avó de Sn enquanto a ajudavam a entrar em casa. A idosa estava visivelmente cansada, mas um sorriso tranquilo iluminava seu rosto.
"Ah, como é bom estar de volta," ela suspirou, observando o ambiente familiar ao seu redor.
Sn e Aaron a conduziram cuidadosamente até o sofá da sala. Sn ajustou as almofadas para que sua avó ficasse confortável, enquanto Aaron se certificava de que ela estivesse bem posicionada.
"Vovó, tá tudo certo? Quer um chá? Um cobertor?" Sn perguntou, ainda preocupada.
A idosa riu baixinho. "Minha menina, pare de me tratar como uma boneca de porcelana. Estou bem!"
Aaron, que ainda segurava a mão da senhora, sorriu. "Ela só tá cuidando de você, dona..."
"Pode me chamar de vó também, meu rapaz," a idosa disse, piscando para ele.
Sn arregalou os olhos. "Vovó!"
Aaron riu. "Tudo bem, vó."
A idosa bateu levemente na mão dele. "Agora sim, muito melhor."
Sn suspirou, balançando a cabeça. "Vou pegar um chá pra senhora."
Ela se levantou e foi para a cozinha, enquanto Aaron ficou ali, sentado ao lado da avó de Sn. Ele observava a casa com curiosidade, percebendo pequenos detalhes que nunca havia notado antes – as fotos antigas nas prateleiras, as cortinas floridas e o cheiro acolhedor de um lar que parecia ter muitas histórias.
"Você e minha neta brigam o tempo todo, mas eu vejo que tem um carinho especial por ela," a idosa comentou de repente, fazendo Aaron virar a cabeça.
Ele coçou a nuca. "Bom... a gente se conhece desde sempre. Acho que é normal, né?"
A idosa sorriu de um jeito que fez Aaron se remexer no sofá. "Normal? Talvez. Mas tem algo a mais aí, meu rapaz. Você já percebeu?"
Aaron olhou para a cozinha, onde Sn estava concentrada preparando o chá. Ele se lembrou de todas as discussões, das competições acirradas, das provocações... mas também se lembrou dos momentos em que eles se apoiaram sem perceber. Como no hospital. Como agora.
Ele desviou o olhar. "Não sei do que a senhora tá falando."
A avó riu baixinho. "Claro que não, querido. Claro que não..."
Nesse momento, Sn voltou com a bandeja. "Aqui está o seu chá, vovó."
A idosa pegou a xícara e sorriu. "Obrigada, minha menina."
Sn se sentou ao lado dela, e Aaron permaneceu do outro lado. Os três ficaram ali, em um silêncio confortável, apenas aproveitando o momento.
Talvez aquela casa sempre tivesse sido cheia de amor. E talvez, apenas talvez, Aaron estivesse começando a fazer parte disso.
Aaron mal teve tempo de reagir antes de sentir a mão firme da avó de Sn puxá-lo para mais perto. Com um sorriso travesso no rosto, ela deu um tapinha em suas costas e disse em um tom cheio de certeza:
"Eu sei, rapaz. Você gosta da minha neta. É por isso que vive brigando com ela."
O silêncio tomou conta da sala. Sn, que estava tomando um gole de chá, quase engasgou e olhou para a avó com os olhos arregalados.
"Vovó! O que você tá dizendo?"
Aaron piscou algumas vezes, tentando processar as palavras da idosa. "O quê? Eu... não...!"
A avó apenas riu, cruzando os braços. "Ah, meu filho, eu já vivi muito tempo pra reconhecer quando alguém sente algo por outra pessoa. Desde que vocês eram crianças, você nunca saiu do pé da minha neta. E, agora, ainda tá aqui, preocupado comigo, ajudando em tudo... Se isso não é gostar, eu não sei o que é."
Sn sentiu o rosto esquentar e rapidamente se virou para Aaron, que também parecia desconfortável, mexendo na barra da camisa.
"Vovó, você tá inventando coisas!" Sn protestou.
A idosa apenas balançou a cabeça, divertida. "Ah, minha menina... Às vezes, a gente demora pra perceber o que tá bem na nossa frente."
Aaron passou a mão pelos cabelos, desviando o olhar. "Olha, eu só vim trazer o bolo, ajudar e—"
"—e se preocupar com a Sn mais do que qualquer outra pessoa," a avó completou, dando mais um tapinha nas costas dele.
Aaron ficou sem palavras. Sn, por outro lado, cruzou os braços, tentando ignorar o jeito que seu coração parecia bater mais rápido.
"Eu e o Aaron somos rivais, vovó. Sempre fomos."
A idosa sorriu de canto. "E desde quando rivalidade impede alguém de gostar do outro?"
Sn abriu a boca para responder, mas percebeu que não tinha uma boa resposta.
Aaron, ainda desconcertado, se levantou de repente. "Eu... acho melhor eu ir indo."
A avó deu uma risadinha. "Fugindo, é?"
Ele parou por um segundo, depois deu de ombros. "Eu só não quero ouvir mais teorias malucas hoje."
A idosa piscou. "Ah, meu filho, cedo ou tarde, você vai perceber que minhas teorias nunca são malucas."
Aaron lançou um olhar rápido para Sn, que desviou, fingindo estar concentrada no chá.
"Até mais, vó," ele disse, já se acostumando com o novo apelido.
"Até mais, meu rapaz."
Quando a porta se fechou, Sn soltou um longo suspiro e encarou a avó.
"Vovó, você não tem jeito."
A idosa apenas tomou mais um gole do chá, com um sorriso cheio de segredos.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 53
Comments