O hospital estava silencioso, com apenas o som dos monitores e o murmúrio distante das enfermeiras no corredor. Sn estava sentada ao lado da cama da avó, segurando sua mão com carinho, enquanto Aaron, mesmo depois de dizer que iria embora, ainda estava ali, encostado na parede do quarto, observando tudo em silêncio.
A avó de Sn parecia mais animada, apesar do susto que tinha dado em todos. Ela conversava sobre coisas do dia a dia, perguntando sobre os jogos de basquete, sobre como estava a quadra e até comentando sobre os vizinhos.
Aaron, que nunca foi muito de falar sobre assuntos banais, apenas ouvia. Mas toda vez que a avó de Sn lançava um olhar sugestivo para ele e para Sn, um sorriso travesso surgia em seu rosto.
Sn, por outro lado, revirava os olhos toda vez que percebia as insinuações.
"Vovó, você tá falando como se eu e o Aaron fôssemos amigos."
A avó arqueou a sobrancelha. "E não são?"
Aaron sorriu de canto. "Segundo ela, sou apenas ‘o cara irritante que joga basquete com ela desde criança’."
"Exatamente," Sn confirmou, cruzando os braços.
A avó apenas riu baixinho. "Bom, eu acho que vocês têm uma conexão forte. Nem toda rivalidade é ruim, sabe? Às vezes, as pessoas brigam porque se importam uma com a outra."
Sn sentiu o rosto esquentar, mas tentou ignorar.
Aaron pigarreou e olhou para a avó. "Falando nisso, a senhora já comeu alguma coisa?"
A idosa sorriu. "Ah, querido, as enfermeiras me deram um lanche, mas nada como a comida da minha neta."
Sn levantou a cabeça, surpresa. "Vovó! Você quer que eu vá pra casa fazer comida agora?"
A avó riu. "Não precisa agora, mas um almoço caseiro amanhã seria maravilhoso."
Sn suspirou. "Tudo bem. Vou fazer o seu prato favorito."
Aaron observava a cena com um olhar pensativo. Era raro ver Sn tão atenciosa com alguém. Normalmente, ela estava sempre ocupada tentando vencê-lo nas quadras ou provando que era melhor do que todo mundo.
Foi então que a avó bocejou e uma enfermeira entrou no quarto. "Acho que sua neta e seu amigo deviam ir descansar. Amanhã, se tudo estiver bem, a senhora poderá ir para casa."
Sn assentiu e deu um beijo na testa da avó. "Eu volto amanhã cedinho, tá?"
A idosa sorriu. "Vá descansar, minha menina. E leve o rapaz com você, ele já passou tempo demais aqui."
Sn olhou para Aaron, que deu de ombros. "Vem, Sn. Eu te levo pra casa."
Sn hesitou por um momento, mas acabou concordando.
No Caminho Para Casa
Aaron e Sn caminhavam pelas ruas tranquilas da cidade. O vento fresco da noite batia contra seus rostos, e o silêncio entre eles era diferente de antes. Não era um silêncio desconfortável, mas sim algo... familiar.
"Você tá bem?" Aaron perguntou, quebrando o silêncio.
Sn suspirou. "Agora que sei que minha avó tá fora de perigo, sim. Mas ainda tô meio assustada. Não quero que isso aconteça de novo."
Aaron enfiou as mãos nos bolsos. "Você cuida bem dela, Sn. Não se culpe por isso."
Ela olhou para ele, surpresa com o tom sincero. "Você tá tentando ser legal comigo agora?"
Aaron riu. "Não se acostuma, não."
Sn sorriu de leve. "Obrigado por ter ido ao hospital. Não esperava isso de você."
Aaron deu de ombros. "Sei lá. Achei que você ia precisar de alguém lá."
Sn sentiu um aperto no peito com aquelas palavras. Eles passaram a vida inteira competindo, mas talvez, no fundo, sempre estiveram ali um para o outro.
Quando chegaram em frente à casa de Sn, ela parou no portão e olhou para Aaron.
"Vai querer revanche na quadra amanhã?" ela provocou.
Aaron sorriu. "Sempre."
Ela sorriu de volta. "Boa noite, Aaron."
Ele acenou com a cabeça. "Boa noite, Sn."
Enquanto Sn entrava em casa, sentiu algo diferente dentro de si.
Talvez sua avó estivesse certa. Talvez nem toda rivalidade fosse ruim. E talvez, só talvez, Aaron fosse mais do que apenas um rival.
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Atualizado até capítulo 53
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