Capítulo 16 – Esperança e Medo
O sol da manhã iluminava suavemente o quarto, mas Elora ainda estava sentada na beira da cama, o pequeno teste de gravidez seguro entre seus dedos trêmulos. O mundo ao seu redor parecia suspenso no tempo, como se tudo tivesse parado naquele momento para que ela processasse o que acabara de descobrir.
Ela passou os olhos pela tela digital novamente, como se esperasse que o resultado mudasse. Positivo.
Seu peito subia e descia em respirações curtas e incertas. Ela estava grávida.
Elora fechou os olhos, pressionando a outra mão contra o abdômen. Havia uma vida crescendo dentro dela. Uma vida que carregava parte de Darian, parte dela… e um futuro incerto.
O som suave da respiração de Darian chamou sua atenção. Ele ainda dormia profundamente, os cabelos bagunçados, o rosto sereno—como se o mundo não estivesse prestes a mudar completamente para ele também.
Ele ficaria feliz? Ou devastado?
Elora queria acreditar que Darian se alegraria, que veria aquela criança como um presente, mas e se ele visse apenas mais um motivo para sofrer?
Porque, no fundo, ela sabia que esse bebê poderia ser tanto uma bênção quanto uma maldição.
Com a doença consumindo seu corpo pouco a pouco, quanto tempo ela teria? Ela viveria o suficiente para segurar seu filho nos braços? Para vê-lo dar os primeiros passos? Ou apenas o traria ao mundo para depois deixá-lo sozinho?
A incerteza era esmagadora.
O leve movimento na cama indicou que Darian estava acordando. Elora imediatamente limpou as lágrimas e escondeu o teste dentro da gaveta de seu criado-mudo. Ela não estava pronta para contar. Ainda não.
Darian murmurou algo baixo antes de abrir os olhos, sonolento. Assim que seus olhos encontraram os dela, ele sorriu, puxando-a delicadamente para perto.
— Bom dia, meu amor... — Sua voz rouca e profunda aqueceu algo dentro dela. Ele a abraçou, enterrando o rosto em seus cabelos. — Você acordou cedo. Está tudo bem?
Elora forçou um sorriso.
— Sim... só não consegui dormir muito.
Darian ergueu o rosto para observá-la melhor. Havia preocupação em seus olhos.
— Você está pálida. — Ele deslizou os dedos pelo rosto dela, como se tentasse captar qualquer sinal de que algo estava errado. — Está se sentindo mal?
Elora hesitou por um segundo.
— Um pouco de enjoo... nada demais. Deve ser só o cansaço.
Ele franziu a testa, claramente desconfiado.
— Eu vou chamar o médico.
Ela segurou a mão dele rapidamente.
— Não! — Sua voz saiu mais urgente do que pretendia. Darian olhou para ela com surpresa. Elora respirou fundo, tentando se acalmar. — Não precisa... é só um mal-estar passageiro.
Ele suspirou, ainda sem parecer convencido, mas assentiu.
— Tudo bem... mas se piorar, você me promete que vamos ao hospital?
Elora sorriu de leve, tentando aliviar a tensão.
— Prometo.
Darian a puxou de volta para a cama e a abraçou, segurando-a como se não quisesse soltá-la nunca mais.
Elora fechou os olhos, sentindo o calor dele, ouvindo as batidas firmes de seu coração. Como ela poderia contar a ele? Como poderia jogar mais essa tempestade sobre eles?
Mas, ao mesmo tempo, como poderia esconder um segredo tão grande?
Ela precisava de tempo.
Tempo para aceitar a realidade.
Tempo para descobrir como lutar por sua vida... e pela vida que agora carregava dentro de si.
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