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Capítulo 8 – Segredos à Flor da Pele

O corredor do hotel estava quase deserto. Apenas a luz suave dos lustres dourados iluminava o ambiente, projetando sombras longas contra as paredes elegantes. A música abafada da festa ainda ecoava ao fundo, mas ali, naquele espaço isolado, parecia que um novo mundo havia se formado — um onde apenas Elora e Darian existiam.

Ele a puxara para longe dos olhares curiosos do salão sem dizer uma única palavra. O silêncio entre os dois não era apenas ausência de som, mas uma tensão palpável, carregada de coisas não ditas, de sentimentos que se recusavam a ser ignorados.

Darian parou de andar abruptamente e virou-se para ela. Sua expressão era uma mistura de frustração e confusão, como se estivesse tentando se agarrar a algo sólido enquanto tudo desmoronava ao seu redor.

— O que você está fazendo comigo, Elora? — Sua voz soou grave, quase rouca.

Ela cruzou os braços, ignorando o arrepio que percorreu sua pele ao ouvir o tom carregado dele. Tentava manter a compostura, mas seu corpo ainda pulsava com a lembrança do beijo que haviam compartilhado minutos antes.

— Eu? — ergueu uma sobrancelha, a voz repleta de uma calma calculada. — Achei que fosse você quem me beijou.

Darian soltou uma risada curta, mas não havia humor nela. Ele passou as mãos pelos cabelos, bagunçando-os em um gesto de frustração.

— Isso nunca deveria ter acontecido.

Elora inclinou a cabeça, estudando-o.

— E mesmo assim, você não conseguiu evitar.

O olhar dele encontrou o dela, e o que Elora viu fez seu coração acelerar. Desejo. Raiva. Culpa. Uma batalha interna violenta.

Darian balançou a cabeça, desviando o olhar por um momento, como se tentasse organizar os próprios pensamentos.

— Eu tenho uma noiva.

As palavras saíram como uma confissão amarga, mas Elora não recuou.

— Você tem um contrato.

Ele a encarou, como se não acreditasse no que estava ouvindo.

— Você realmente acha que é só isso?

— Eu acho que você está preso a algo que não te faz feliz.

Darian respirou fundo. O momento que vinha evitando há anos estava acontecendo diante dele, e não havia mais como fugir.

Elora deu um passo à frente, diminuindo a distância entre eles. Sua presença era intoxicante, como algo que ele nunca percebera que desejava até ser tarde demais.

E então, antes que perdesse a coragem, Elora falou:

— Eu sempre te amei, Darian.

O impacto daquelas palavras foi como um raio cortando o céu.

Darian ficou completamente imóvel. Seus olhos brilharam com algo indefinível, como se quisesse acreditar no que ouvira, mas não soubesse como.

— Desde quando? — Sua voz saiu baixa, quase cautelosa.

Elora sorriu levemente, mas havia um toque de melancolia em seu olhar.

— Desde sempre. Antes mesmo de você saber que eu existia.

Darian fechou as mãos em punhos ao lado do corpo, lutando contra a avalanche de emoções que ameaçava tomá-lo.

Ela continuou:

— Passei anos te observando, te amando em silêncio, sonhando com o momento em que você finalmente me notaria... Mas tudo o que vi foi você olhar para todas as outras mulheres, menos para mim.

Darian fechou os olhos por um instante, como se aquilo o atingisse mais fundo do que ele gostaria de admitir.

Quando os abriu novamente, sua expressão estava sombria.

— E agora, de repente, você aparece assim... me fazendo questionar tudo?

Elora soltou uma risada baixa, um som sem amargura, mas carregado de verdades.

— Eu não estou te fazendo questionar nada, Darian. Estou apenas deixando você ver.

O ar entre eles ficou carregado de eletricidade. O olhar de Darian percorreu lentamente cada traço do rosto dela, como se estivesse vendo Elora pela primeira vez.

E talvez estivesse.

— Você sempre esteve aqui... e eu nunca percebi. — Sua voz saiu rouca, carregada de uma emoção que ele não conseguia nomear.

Elora assentiu, o coração batendo forte dentro do peito.

— Mas agora você percebe.

Darian observou-a intensamente, como se procurasse uma saída para a confusão que se espalhava dentro dele. Então, como se não pudesse mais resistir, sua mão deslizou para a nuca dela, puxando-a para mais perto, seus lábios pairando a um fio de distância dos dela.

— Isso... — ele murmurou contra sua boca — isso é perigoso.

Elora sentiu seu coração disparar, sua pele queimando onde os dedos dele tocavam.

Ela poderia recuar. Poderia evitar o abismo que se abria diante deles.

Mas não queria.

— Algumas coisas valem o risco.

E, dessa vez, foi ela quem o beijou.

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Comments

Nathália Maria!

Nathália Maria!

Só espero que ele não seja cafajeste com ela.

2025-03-26

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