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Capítulo 10 – O Despertar de um Homem

O amanhecer surgiu com um tom dourado e suave, filtrando-se pelas cortinas de tecido leve. A luz invadia o quarto aos poucos, como um toque gentil da manhã que chegava para selar a noite inesquecível que haviam compartilhado.

Darian acordou primeiro. Seu corpo estava relaxado, mas sua mente parecia um turbilhão. Ele virou-se lentamente para o lado e encontrou Elora adormecida, seus cabelos espalhados sobre o travesseiro, os lábios ligeiramente entreabertos, respirando com tranquilidade.

Ela parecia frágil e forte ao mesmo tempo.

Uma mistura de emoções conflitantes tomou conta dele. Durante toda a sua vida, ele sempre teve certeza do que queria. Nada o abalava. Ele era um homem de decisões frias, práticas, inabaláveis.

Mas agora... tudo estava diferente.

Elora mexeu-se levemente, e Darian não conseguiu evitar o impulso de deslizar os dedos suavemente pelo rosto dela, afastando uma mecha de cabelo. O toque fez com que ela esboçasse um sorriso sonolento antes de abrir os olhos devagar.

— Bom dia... — sua voz saiu baixa, rouca de sono.

Darian sentiu algo dentro dele apertar.

— Bom dia, Elora.

Ela o observou por um momento, seu olhar percorrendo seu rosto como se quisesse memorizar cada detalhe. Então, lentamente, sua expressão suavizou e um brilho especial tomou conta de seus olhos.

Darian sentiu o peito apertar. Por que olhar para ela causava essa reação?

Ele sempre soube que Elora era linda, mas agora... agora era diferente. Agora, cada expressão dela, cada gesto, cada pequeno detalhe parecia capturar sua atenção como nunca antes.

O silêncio se prolongou entre eles, mas não era incômodo. Era um silêncio carregado de significado, de tudo o que haviam compartilhado na noite anterior.

Elora suspirou e apoiou a cabeça no travesseiro, olhando para ele com uma ternura que o desarmava.

— Você está diferente... — ela comentou, um pequeno sorriso brincando nos lábios.

Darian franziu o cenho.

— Diferente como?

Ela o observou por mais um instante antes de responder:

— Como se estivesse vendo algo pela primeira vez.

Ele ficou em silêncio. Porque, de certa forma, ela estava certa.

Ele sempre enxergou Elora como uma presença discreta ao seu redor, uma mulher que se movia nas sombras, sempre distante e intocável. Mas agora, depois da última noite... ele não conseguia mais vê-la da mesma forma.

Agora, ele queria mais.

Mais dos sorrisos dela. Mais do toque de sua pele. Mais das palavras suaves e dos olhares intensos.

Mas junto com aquele desejo crescente, veio a dúvida.

O que era aquilo que sentia? Apenas desejo? Ou algo muito mais profundo, muito mais perigoso?

Ele nunca questionou seus sentimentos antes. Nunca precisou. Mas agora, ao olhar para Elora, ao sentir seu cheiro, ao lembrar do gosto dela... tudo estava fora de controle.

E Darian odiava perder o controle.

Ele desviou o olhar e respirou fundo.

— Precisamos descer para o café da manhã.

Elora piscou, surpresa pela mudança repentina de tom. Mas não insistiu. Ela apenas assentiu, puxando o lençol para cobrir-se enquanto ele se levantava da cama.

Darian pegou a camisa caída no chão e vestiu-a rapidamente. Mas, enquanto abotoava os botões, não pôde evitar a sensação de que, naquela noite, algo dentro dele havia mudado para sempre.

E essa mudança o assustava mais do que ele jamais admitiria.

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