15 as boas vindas.

Safira.

Hoje finalmente é segunda e estamos dentro do jatinho. O meu coração está triste, pois estou deixando a casa em que tão fui feliz depois da morte da minha mãe.

Mas, por outro lado, estou feliz, pois também irei conhecer lugares novos. O Sheik Samir vem sendo tão atencioso comigo, sempre as nossas conversas têm sido bem leves, temos muito coisa em comum e outras que não se combinam em nada.

Agora estou aqui de frente para ele, tia Zara, que estava em uma conversa com ele que parece tão interessante.

Eu aqui com o meu caderno de desenho, capturando esse momento em um desenho dos dois. Que nem o vi se sentar no meu lado. Levo um baita susto quando escuto a sua voz.

Samir — vejo que você tem muito talento, Samir.

Safira — está falando isso só para me agradar!

Falo brincando e dando mais alguns retoques no desenho.

Samir — Claro que não! Você realmente tem talento. Onde aprendeu a desenhar assim?

Safira — com a minha mãe, ela sim! Tinha talento, os desenhos dela eram maravilhosos.

Falo com nostalgia ao lembrar dos meus momentos com a minha mãe desenhando.

Eram momentos únicos e mágicos.

Samir — Desculpe, não queria lhe deixar triste!

Safira — não estou triste, só com saudade.

Falo dando um sorriso para ele, o mesmo retribui.

Safira — Onde está a tia Zara?

Pergunto, pois só agora me dou conta de que ela não está sentada no seu lugar, o Samir se ajeita na sua poltrona.

Samir — Ela estava cansada novamente, então ela foi descansar no quarto do jatinho, pois ainda falta uma hora para chegarmos a Dubai.

Safira — ela a cada dia tem se cansado, mas rápido.

Falo triste, o mesmo só concorda com a cabeça.

Samir — Também notei isso. Assim que chegamos, irei marcar uma consulta para ela passar os seus dias, mas tranquila.

Safira — ela está tão alegre fazendo os planos para o noivado que nem brigou conosco quando falamos que iríamos levar ao médico.

 Começamos a rir, ambos.

Samir — Se com o noivado ela já está eufórica assim, imagina quando for o casamento.

Safira — você acha que ela ficará mais ansiosa do que está agora?

Samir — conhecendo a minha mãe do jeito que a conheço, pode ter certeza de que sim.

Safira — o importante é que todos estamos sendo felizes.

Samir — minha mãe e eu estaremos felizes se você estiver feliz!

Nesse momento, ele fala, puxando o meu rosto para que eu olhe em seus olhos negros que tanto me fascinam. Meu coração disparou como da primeira vez que vi. Meu rosto agora deve estar mais vermelho como um tomate maduro.

Samir — Você está feliz, safira?

Ele me perguntou com expectativa da minha resposta.

Safira — Sim, eu estou feliz.

Falo sorrindo para ele. O resto da viagem correu rápido, logo estávamos aterrissando na pista de pouso. Samir foi auxiliando a sua mãe a descer as escadas, eu fui logo atrás dele, avistei vários carros e alguns homens com a cara nada amigável.

Samir — Não se preocupe, eles são meus seguranças!

Olho para Samir, que estava a me observar com a tia Zara do seu lado, que me dá um sorriso discreto.

Safira — precisa de tantos assim?

Pergunto, espantada, tia Zara solta uma risada, provavelmente pela minha cara de espanto. Mas logo o seu sorriso sumiu, escuto ela falar aborrecida com o Samir.

Zara — Não acredito que esse homem está aqui, Samir!

Samir — Eu não sabia que ele iria vir até aqui, mãe.

Olho para onde ambos estão olhando, vejo um homem de meia-idade se aproximando da onde eles estão e me ignorando por completo. Como se eu fosse uma formiga insignificante.

Amir — meu querido genro soube que estava voltando hoje, então fiz questão de vir receber Los.

Samir — Não era necessário, senhor Amir.

Amir — Senhora Zara, há quanto tempo não nos vemos.

Zara — Senhor Amir, como vai?

Tia Zara fala sem empolgação. Ela se afasta do Samir e vem até onde estou segurando no meu braço.

Zara — me leve até o carro, minha querida, estou cansada.

Ela fala com a voz tão falsa que me dá vontade de rir.

Vejo que ela só quer se afastar do tal Amir, que só agora notou a minha presença. Ele ficou a me encarar enquanto me afasto com a tia Zara.

Vejo ele falando algo com o Samir, mas não consigo escutar nada. Vamos para um dos carros, um homem abre a porta e a tia Zara entra. Entro logo depois. A porta do carro se fecha, a tia Zara respira aliviada.

Zara — Odeio esse homem.

Ela fala bufando, se encostando no banco do carro. Eu não digo nada, mas não gostei daquele homem. Olho pela janela do carro e vejo o homem indo embora com cara de poucos amigos. Vejo o Samir vir, em direção ao carro, a porta é aberta e ele entra e se senta ao meu lado, me dá um pequeno sorriso.

Fazendo o meu coração acelerar, ele manda o motorista ir ao caminho. Vou admirando a vista da cidade lá fora, as quais é simplesmente magnífico. Eu só havia visto as paisagens do nosso pequeno vilarejo e ver esses grandes prédios modernos de Dubai são ainda mais lindo do que cheguei a imaginar.

Logo os prédios vão ficando para trás, então começam a se passar as mansões, uma mais linda que outra.

Sinto os olhos da Samir me observando logo o carro para enfrentar a um palácio praticamente.

Samir — bem-vinda! À sua nova casa.

Safira — Ai, nossa! Essa casa é linda?

Falo segurando a sua mão que estava estendida para me ajudar a sair do carro e depois ajudar a sua mãe a sair no carro.

Zara — Nossa, esse lugar me traz tantas lembranças.

Ela fala, saindo do carro e vamos em direção à casa. Quando adentramos, a casa era ainda mais bonita por dentro.

Nessa hora, vejo uma mulher descendo as escadas. Tudo nela gritava poder e elegância, ela era tão altiva, mas quando olho em seus olhos só consegui ver a tristeza, mesmo ela tentando disfarçar.

Hadassa — vejo que a minha paz acabou.

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