capítulo 4-Poder

A suave luz do sol do entardecer filtrava-se através das grandes janelas de vidro do palácio, pintando a sala de conferências com um tom dourado. Giulia Moretti embaralhou os papéis à sua frente, mas seus olhos permaneceram fixos neles, encarando Vitor Bellucci sem piscar. O Ministro da Defesa estava sentado à cabeceira da mesa, com a expressão impassível e os olhos afiados, focados nas discussões em andamento.

A reunião terminou e os ministros começaram a se dispersar, restando apenas duas pessoas. O silêncio era quase ensurdecedor. Embora Julia estivesse acostumada a estar em uma sala de controle cheia de pessoas poderosas, ela ainda sentia que tinha um poder especial sobre Vito. Ele é diferente.

"Presidenta Moretti", ele começou, quebrando o silêncio. Sua voz era baixa, mas seu tom era leve. “Eu diria que sua abordagem às reformas econômicas é muito boa. Não dizem à toa que você representa a nova esperança deste país. "

Giulia ergueu uma sobrancelha e um sorriso cauteloso apareceu em seus lábios. "Tome cuidado, Bellucci. Isso pode soar como um elogio excessivo. Você me admira? ”

Ele se inclinou ligeiramente para frente, apoiando-se na mesa “Não estou exagerando, presidenta. Gosto de ser... proposital. "Os olhos dele encontraram os dela e ele a encarou por um momento, mais tempo do que deveria." "Mas se me permite ser um pouco ousado, devo dizer que sua liderança não foi sábia nem encorajadora."

Giulia de repente sentiu seu rosto esquentar, mas ela se recuperou rapidamente. Ou você está apenas testando seu charme em reuniões diplomáticas?"

Ele riu, com uma voz baixa e sarcástica. "Suponha que eu soubesse como mudar meu discurso para uma audiência." Então, com um sorriso irônico, ele acrescentou: "Embora eu admita que a plateia está particularmente atônita hoje.

"Ah, senhor presidente", disse ele com os olhos, "isso não é medo real. respeito e admiração."

Ele recostou-se na cadeira e observou-a por um momento. “Bellucci, você fez um trabalho muito bom em termos de segurança. O trabalho que liderou no Sul foi elogiado pela comunidade internacional. Parece que temos mais em comum do que eu pensava.

“Talvez mais do que eu gostaria de admitir”, ele respondeu calmamente, sorrindo.

Giulia olhou para ele, encarando-o, mas sem tentar esconder o interesse que começava a aparecer. “Tudo bem, Vitor. Vamos ver como esse... seu elogio pode nos levar lá. "

Por um momento o ar pareceu estar cheio de uma tranquilidade. Então ele se levantou e pegou os papéis. "Tenho outra reunião agora. Obrigado pelo seu apoio. ”

Vitor também se levantou e abriu a porta para ela. Ao sair, ele fez uma leve reverência e sussurrou: "Em seu dever, Sra. Presidenta

Giulia não pôde deixar de sorrir enquanto saía da sacada.Bellucci estava misterioso — pela primeira vez em muito tempo ela estava curiosa.

****************

O relógio marcava o início da noite, mas as luzes da sala de reuniões continuavam acesas, lançando sombras suaves nas paredes. Giulia Moretti, com sua postura altiva e a mente afiada, analisava os documentos à sua frente quando ouviu passos firmes ecoando pelo corredor. A porta abriu-se sem cerimônia, revelando Vitor Bellucci, impecável em seu terno escuro e com um sorriso contido que parecia ser sua marca registrada.

"Presidenta, desculpe-me pela interrupção. Esqueci de entregar um relatório complementar sobre as operações no norte," ele disse, aproximando-se lentamente.

Ela ergueu os olhos, avaliando-o com a serenidade que sempre exibia, embora sentisse o familiar calor que sua presença despertava. "Muito bem, ministro. Deixe o relatório na mesa. Estou certa de que terei tempo para analisá-lo depois."

Ele obedeceu, mas não se afastou imediatamente. Pelo contrário, cruzou os braços e inclinou ligeiramente a cabeça, como se ponderasse algo. "Presidente, não posso deixar de notar sua dedicação incansável. Não é todo dia que se encontra alguém disposto a sacrificar tanto por um país."

Giulia deixou os papéis de lado e o encarou diretamente. "Dedicação vem com o cargo, Bellucci. Eu poderia dizer o mesmo de você."

Ele sorriu de lado, aproximando-se mais um pouco. "Ah, mas a minha dedicação é fácil de entender. É difícil não dar o melhor de si quando se trabalha ao lado de alguém tão... inspirador."

Ela arqueou uma sobrancelha, escondendo o sorriso que ameaçava surgir. "Isso é outra tentativa de me bajular, ou é só o seu charme militar em ação novamente?"

"Por que não os dois?" respondeu ele, com um tom leve e um brilho no olhar. "Embora, confesso, com você, presidente, o charme parece surgir naturalmente. Deve ser a gravidade da sua presença."

Giulia soltou uma risada curta, balançando a cabeça. "Você é perigoso, Bellucci. Um homem com palavras afiadas pode ser mais letal que uma arma."

Ele riu, mas havia um traço de sinceridade em sua expressão. "Fico aliviado que a senhora esteja tão bem equipada para se proteger. Apesar disso, não me importaria de estar ao seu lado como reforço."

Ela se recostou na cadeira, observando-o com um misto de curiosidade e diversão. "E o que te faz pensar que eu preciso de reforço, ministro?"

"Não precisa," ele respondeu rapidamente. "Mas acho que até os líderes mais fortes merecem alguém em quem possam confiar plenamente. Além disso, nunca é demais ter alguém disposto a lutar por você."

O silêncio que se seguiu foi carregado de significados não ditos. Os olhos de Giulia permaneceram fixos nos de Vitor, e por um momento, o mundo além daquela sala deixou de existir.

Ela finalmente quebrou o momento, levantando-se e ajustando o blazer. "Obrigada pelo relatório, Bellucci. E pelo... reforço."

"Disponha sempre, presidente," ele disse, abrindo a porta para ela. Antes que ela saísse, inclinou-se levemente e murmurou: "E lembre-se, se precisar de algo além de relatórios, sabe onde me encontrar."

Ela parou por um instante, olhou por sobre o ombro e disse, com um sorriso discreto: "É bom saber."

Enquanto se afastava pelo corredor, Giulia sentiu o coração ligeiramente acelerado. Vitor Bellucci era um enigma intrigante, e, mais do que nunca, ela estava disposta a desvendá-lo.

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