UM ENCONTRO DE MULHERES

Alicia estava se arrumando para sair, de tanto a Sra. Graça insistir com ela para encontrar com o seu grupo de amigas ela acabará concordando.

Bento olhava a irmã.

_ Você está ficando muito bonita tata, vai arrumar um namorado.

_ Só você para pensar isso pequeno. Disse Julia, enquanto passava uma maquiagem.

_ Você vai demorar? Porque eu não posso ir junto?

_ A Tata não vai demorar muito, mas você estará a dormir quando eu chegar.

_ Eu quero esperar você chegar. Disse com manhã.

_ Não Senhor, tem hora para dormir. Eu vou deixar o seu tete pronto, do lado da sua cama, e quando chegar a hora de dormir, irá toma-lo e dormir. Seja obediente.

Bento não gostou, mas era um menino obediente e concordou.

Alicia se olhou no espelho, ela escolheu um vestido creme, com alça unilateral, que ia até alguns centímetros antes do joelho, ele não era do tipo justo ao corpo, mas seu caimento seguia os contornos de Alicia. A sandália era preta, assim como a bolsa e acessórios.

Alicia não era do tipo que gastava muito com roupas, mas gostava de ter algumas de alto padrão, como está.

Os seus cabelos estavam soltos.

Depois que se arrumou desceu para fazer o leite na mamadeira, para o Bento, o tete, como ele chamava.

Na cozinha fez o leite e quando estava saindo encontrou sua madrasta.

_ Ainda com isso de dar mamadeira para aquele garoto? Ele não devia tomar leite. O que a psicóloga está fazendo que não dá um jeito nisso?

_ O Bento está melhorando, e somente a mamadeira da manhã foi cortada. Eu já avisei sobre isso.

_ Frescura, tem que cortar as suas regalias e tenho certeza que aquela aberração cresce.

Alicia sentiu o sangue ferver.

_ Quem é você para falar do Bento? Para mim, uma pessoa que não trabalha, e não faz nada útil é muito mais aberração que ele.

_ Olha como fala comigo. Disse Cristina.

_ Eu falo como eu achar melhor, eu não te devo nada. E muito menos o Bento.

_ Vocês moram na minha casa.

_ Não, você mora na minha casa. Não esquece que essa casa faz parte da herança da minha mãe.

_ Vou falar com o seu pai, sobre a sua insolência.

_ Fique a vontade.

Alicia subiu para o quarto do seu irmão.

Trocou e ajudou ele a fazer a sua higiene pessoal, depois o deixou na cama assistindo desenho.

_ Bento, escuta a tata, se precisar ou acontecer alguma coisa, liga-me. Você já sabe como.

Bento concordou e voltou a olhar o desenho. Alicia beijou seus cabelos.

Eram 19:30 quando pegou a sua bolsa e a chave do seu carro para sair de casa,

Na sala encontrou o seu pai, madrasta e a Angélica.

_ A esquisita está saindo de casa, não me diz que tem um encontro. Disse Angélica debochada.

Alicia não respondeu.

_ A Cristina, disse-me foi rude com ela. Falou o seu pai

_ Sinto muito se a sua mulher pensa que pode vir dar-me lição sobre o Bento.

_ E o que ela falou, por acaso é errado?

_ O que ela falou é leigo, e eu estou pouco me importando com a opinião dela.

_ Bento é meu filho, e Cristina minha esposa, se eu resolver mudar as regras da psicóloga eu faço e pronto.

_ Tente, querido papai, só tente, e verá o que eu faço com vocês.

_ Está me ameaçado?

_Nao, estou prometendo, que faço o inferno congelar pelo Bento. Agora me dá licença que eu vou curtir a noite.

Alicia saiu, o seu coração estava inquieto, esperava que nenhum dos que ficaram na casa fosse mexer com o menino.

O restaurante onde as amigas se encontravam era um dos mais chiques de São Paulo, o "Lê bife", na entrada ela deu o seu nome sendo encaminhada para a mesa onde já estavam 4 mulheres.

_ Olha quem chegou! Disse Graça ao avista-la.

_ Não iremos levantar, para te cumprimentar, somos todas idosas e preguiçosas nesta mesa. Continuou a dizer.

_ Boa a noite! A todas. Não se levantem mesmo. Estão bem acomodadas e não é necessário.

Alicia sentou-se e pediu um coquetel, pois as outras faziam mesmo.

_ Graça, fala maravilha de você, e olha que essa rabugenta não gosta de ninguém. Falou uma das mulheres que se chamava Sandra.

_ Eu gosto de você, e se posso gostar de você, eu com certeza posso gostar de outra pessoa. Disse Graça.

_ Gostar da Sandra é fácil, é só tratá-la com coquetel de pêssego e bolinho de bacalhau, e ela irá te amar para sempre. Disse a Sra. Olívia.

_ Olívia, está a dizer que sou gulosa e simplória? Perguntou Sandra.

_ Gulosa sim, simplória com certeza não. Agora foi a Sra. Maisa.

Sandra fez uma cara feia para as amigas.

_ Graça chamou o garçom.

_ Por favor uma porção de bolinhos de bacalhau.

O garçom saiu.

_ Está satisfeita, querida amiga? Perguntou Graça.

_ Com certeza aceito o pedido de desculpas.

Todas riram. A energia das quatro era uma delícia.

_ Tive que aceitar o Theodoro vir buscar-me para poder vir. senti-me uma adolescente, pedindo autorizado para o papai. Disse Maisa a certa altura.

_ Nestor, fez birra e não quis almoçar. Falou Sandra.

_ Lúcio, tinha um jantar de negócios. Disse Olívia

_ E eu deixei o meu cachorro sozinho. Concluiu Graça.

A gargalhada foi geral.

Olivia voltou-se para Alicia e perguntou:

_ E você, Alicia, quem deixou a esperar em casa?

_ Apenas o meu irmãozinho Bento.

_ Está a dizer que não tem nenhum namorado? Falou Sandra.

_ A menina é pura, nunca a vi se quer com um paquera. Disse Graça.

Alicia ficou vermelha de vergonha.

_ Estamos a deixar a pobre tímida, se continuarmos ela nunca mais irá vir.

_ Está claro isso por suas faces vermelhas. Disse Olívia.

_ Meu Deus, nunca julguei que veria uma moça ficar vermelha por um assunto desses. Disse Sandra rindo.

_ Misericórdia, não tem limite mulher. Falou Maisa. E continuou a perguntar para Alicia, tentando mudar de assunto.

_ Graça disse-nos que é dona de uma loja de remédios naturais e outros tesouros.

_:Sim, é uma loja pequena, com a finalidade de oferecer algo a mais que a medicina.

_ Acredita nessas medicinas alternativas? Perguntou Maisa.

_ Eu acredito que somos mais que corpo físico, e que assim cuidar do ser humano na totalidade é um bom caminho.

_ Nisso eu creio, mas nunca usei a medicina alternativa. Disse Sandra.

_ Eu já usei! Disse Maisa sorrindo. Isso através da Graça, que me trouxe uma pomada natural, da loja da Alicia, para minha dor no joelho.

_ Confesso que usei com descrença, mas melhorou muito. Parabéns Alicia.

_ Eu agradeço. Os remédios naturais, como os chás, banho, pomadas óleos e unguentos, nada mais são do que usar o potencial da natureza com menos processo industrial.

Alicia amava falar sobre o que vendia, ela estudou e estudava muito sobre cada produto que vendia.

_ E os tesouros? O que Graça quer dizer com isso? Perguntou Sandra.

_ Este é um hobby, eu gosto de caçar tesouros em feiras de antiguidade, bazar beneficente, antiquários. E assim eu trago para a loja objetos cheios de história.

_ Não é pelo valor financeiro e sim pelo valor emocional. Continuou.

As mulheres compreenderam o sentimento que ela tinha.

_ Maisa, acho que encontrou a sua nora perfeita. Disse Olívia derrepente.

_, Pois eu também acho. Com essa meiguice iria ser a mulher ideal para Leonardo.

_ Nada contra o menino Leonardo, mas ele está amargo nos últimos anos. Disse Graça

_ Por isso mesmo, nada como docilidade para acabar com o amargo. Falou Sandra.

Alicia fez um barulho com a garganta para chamar a atenção das outras.

_ Quem é Leonardo?

_ Ele é o filho de Maisa, um garoto lindo, que infelizmente sofreu um acidente e está numa cadeira de roda. Disse Olívia num fôlego.

_ E que tem um gênio do cão. Disse Graça.

Maisa riu das amigas.

_ Todas estão parcialmente certas, o meu filho é um doce, muito respeitou e gentil, com quem ele quer e ama. Do resto do mundo eu tenho dó.

_ Um pinscher, ama o dono, odeia o resto do mundo. Disse Graça.

_ Uma excelente definição. Concordou Olívia.

Todos riram, a noite passou e Alicia retorno para casa. Sentiu alívio quando viu Bento dormindo e a sua mamadeira vazia.

Deu um beijo nele e foi para o seu quarto. Com certeza a noite foi boa.

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