"Segredos da Rebelião: A Jornada de Felipe e a Verdade Escondida"

...❤️Dante❤️...

Após aquela garota baixinha ter falado tudo aquilo sobre Brittany, a mesma, praticamente enxotada da casa, começou a rir. Isso me deixou intrigado. Eu não consegui entender o motivo daquela reação, então, movido pela curiosidade, perguntei: "O que ela é, exatamente, deu ao meu irmão que acelerou a sua transformação?"

A garota parou de rir. Ela me olhou fixamente, com uma expressão séria, e, depois de alguns segundos, disse: "No começo, eu não reparei o que era, achei apenas que era alguma coisa comestível, como alface ou algo verde. Mas depois, quando seu irmão começou o processo de transformação tão rápido, eu pensei melhor. Então, durante a noite, enquanto todos vocês estavam dormindo e seu irmão estava no porão, consegui entrar sem ninguém perceber. Afinal, eu carrego um artefato sagrado que me deixa com a aura completamente impossível de ser detectada, o que me facilitou para que nenhum de vocês me visse."

Ela fez uma pausa, como se tivesse se perdido em seus próprios pensamentos por um momento. Continuou: "Quando cheguei lá, logo o cheiro que senti me fez entender o motivo de seu irmão ter ativado o processo tão rápido. Aquela garota... Ela deu uma erva, uma erva de lobos chamada acônito. É uma erva muito usada em feitiços, mas também pode ser usada para acelerar o processo de transformação de lobo jovem. Eu acho que ela fez isso para prejudicar você, porque Brittany trabalha com os caçadores, os mesmos caçadores que pegaram seu pai."

Eu a interrompi, sentindo um arrepio na espinha: "Você está me vigiando desde que eu era jovem? Desde o primeiro encontro com Yuna? Por que você nunca fez nada para achar meu pai?"

A garota parecia mais séria agora, com os olhos refletindo uma mistura de tristeza e compreensão. Ela respondeu calmamente: "Acha mesmo que eu nunca fiz nada? Acha mesmo que a própria Yuna nunca fez nada? Seu pai era um dos lobisomens mais temidos do mundo, alguém a ser admirado, que foi capturado por um caçador covarde que usou você e seu irmão para pegá-lo. Mas procuramos por ele durante anos. Até usamos um feitiço, usando o seu sangue, que sua mãe pegou para mim. Entreguei isso a uma bruxa amiga minha, e ela fez, mas nada. Simplesmente, nem mesmo feitiço de rastrear através do sangue conseguiu achar o seu pai. Ele não está morto, isso eu sei."

Ela fez uma pausa, com uma expressão distante, como se estivesse revivendo os momentos difíceis. Continuou: "Felipe, que não quer ele morto, sabe disso. Ele viu para mostrar que até um dos mais fortes lobos pode cair e mostrar a rebelião que até um dos mais fortes livres pode morrer."

Eu a olhei, completamente perplexo, e perguntei, quase em um sussurro: "Por que Yuna nunca mais apareceu para mim?"

Ela deu um sorriso suave, um daqueles sorrisos encantadores, e respondeu: "Ela não teve muito tempo por causa da guerra. O motivo dela realmente aparecer para você naquela época? Foi naquele dia, naquela semana, que ela descobriu sobre o destino dela, que estava ligado ao seu, e ela tinha que te conhecer. Me deixou protegendo você, mas ela não é alguém que liga muito para ligações ou o amor. Ela se tornou uma garota fria, pois poucos anos depois daquilo, perdeu a mãe, o pai, os tios, o homem e a mulher que ajudaram a criar todos eles. Sua própria avó, querendo poder, destruiu toda a sua família."

Ela hesitou, como se estivesse se lembrando do que aconteceu, e acrescentou: "Eu não sei muito bem sobre ela, como eu disse. A última vez que a vi, foi a três anos, quando houve uma reunião e eu tive que ir. Mas ela mandou outro soldado ficar de olho em você naquela época."

As palavras dela estavam me confundindo ainda mais, mas eu não pude deixar de perguntar uma última coisa: "A rebelião... O que é a rebelião? Quantos membros tem essa rebelião?"

Ela pensou por um momento antes de responder: "Bom, eu não sei ao certo quantos membros tem, mas é um grupo muito grande que reúne humanos, vampiros, lobos, bruxas. Temos também, alguns outros seres no grupo diferentes dos que eu falei, mas sei que os líderes da rebelião, os cinco mais importantes, são as irmãs gêmeas Mei e Jia, a Yuna, a irmã caçula dela, Ara, e o seu primo Rui. Esses garotos se tornaram os mártires, os líderes, aqueles que botam todo mundo contra essa opressão. Lutamos não somente para proteger aqueles que estão ali, não somente para impedir que eles consigam o poder.

A frase exata que Yuna mais usa em batalha, quando alguém pergunta se ela tem medo de morrer ou de perder os outros, é: "Você não tem medo de morrer, Yuna?" E sua resposta é sempre a mesma: "Não, eu não tenho medo de morrer. Lutamos por quem amamos, e isso é algo nobre. A dor da perda faz parte da nossa luta, e é por isso que continuamos lutando. Lutamos pelos povos que não podem lutar sozinhos." Ela e todos os outros se entregam à causa com esse mesmo espírito, lutando incansavelmente para proteger aqueles que não têm voz.

Eu estava em choque, mas ainda assim, minha mente estava cheia de perguntas. Então, eu fiz uma última questão, algo que havia me intrigado por muito tempo: "O que é a marca da alcateia dela?"

A garota de cabelos negros sorriu ligeiramente e respondeu: "A marca é uma lua, onde eu carrego em meu pulso uma lua e um sol. É a marca da alcatéia lendária de Yuna. Mas sinceramente, eu não sei como ela sabia. Fiquei até intrigada, mas acho que a pessoa que contou isso para ela foi uma das únicas pessoas que não se deixou levar pelos sorrisos e pela aparência gentil de Yuna. A minha irmã caçula, ela traiu a gente, e eu tenho quase certeza de que foi por causa dela que não conseguimos achar o seu pai. Porque, como Felipe está nesta guerra com o grupo inimigo, isso significa que ele tem o lado dele, bruxos poderosos entre eles, como Olívia, Lara, Flor, Miguel e muitas outras bruxas muito poderosas. Vamos achar o seu pai e a sua mãe."

Eu fiquei perplexa com o que ela disse. A dor em meu peito se tornou ainda mais intensa, e, com a voz trêmula, perguntei: "Como assim, a minha mãe?"

Ela me olhou com um olhar triste, cheio de pesar, e respondeu: "No mesmo dia em que ela veio por você e seu irmão aqui, ela desapareceu sem deixar rastros. Achamos que ela tenha sido capturada, como fizeram com seu pai. Não tenho certeza."

Essas palavras me devastaram. Eu caí de bruços no chão, lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Todos ao redor tentaram me acalmar, mas a dor e a confusão eram profundas demais. A garota ficou lá, parada, observando tudo em silêncio.

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