Suponho

No dia seguinte, acordei extremamente cansada, minha empregada apareceu, dizendo que durante a tarde, deveria ir tomar chá com minhas irmãs. Infelizmente só foram apenas duas semanas que pude faltar por conta da minha maioridade, mas agora serei obrigada a ir novamente. Era um ambiente desgastante. Tinha mais encontros durante a manhã, então não faria a refeição com minha família. Durante a noite, também tinha compromisso com esses homens.

...— O que faz em seu tempo livre? — perguntou o pretendente da vez....

...— A leitura é meu único passatempo. — não é como se eu tivesse liberdade para fazer outras coisas....

...— É entediante. Imagino que esteja cansada, não sou grande admirador de leitores, muitos deles deixam sua vida de lado por histórias fictícias. — ele está tentando me insultar?...

...— E se for apenas um meio de fugir da realidade? — ele me encarou, pensativo....

...— Por que uma princesa iria querer fugir? Tem tudo que precisa, riqueza, roupas, jóias. — ele disse....

...— Não se conhece completamente a realidade em que alguém está inserido, ao menos que esteja diretamente ligado a isso. — tomei uma xícara de chá, e peguei alguns biscoitos....

Foram tantos chás que tomei durante esses encontros, que estava começando a me sentir enjoada. Não aguentava mais olhar, porém era obrigada.

...— Tem razão, princesa. Gostei do nosso encontro, talvez haja um segundo! — ele beijou minha mão, e saiu....

Suspirei, cansada dessa situação. Para oferecerem um bom preço, esses homens se encontraram comigo para saber se valia a pena. Me perguntava: meu pai me venderia na primeira oferta, por me considerar problemática? Era bem provável. Me encontrei com mais dois homens, e depois, voltei para o meu quarto. Havia mais vestidos chegando, significava que ainda tinha muitos encontros. Minhas duas irmãs também estavam passando pelo mesmo processo que eu, pois nosso pai iria nos vender. Durante a tarde, das uma até às duas da tarde, me encontrei com três homens. Depois disso, às três horas, me troquei para ir encontrar minhas irmãs naquele tormento que chamavam de festa do chá.

Todas já estavam lá. Esperando que fizessem algo, fiquei atenta se meu lugar não estava molhado ou sujo. Notando que não, sentei-me sem cumprimentá-las, pois já estava farta.

...— Boa tarde, Arabella! Como foram os seus encontros? — Eloisa perguntou....

...— Bem. — respondi....

...— Seja mais detalhista! Soube que muitos idosos gostaram de você. — Mérida disse....

...— É, talvez. — continuei seca em minhas respostas....

...— O Duque em breve irá me cortejar, Evan já está cuidando de tudo. Serei uma Duquesa, um título digno de uma princesa tão nobre quanto eu! — ela disse, mas duas palavras incomodaram Eloisa, que ia se casar com um conde....

...— ... — fiquei em silêncio....

...— Ha, sinceramente... sua presença é tão incômoda. — logo, ela mostrou sua verdadeira face....

Ela pegou seu chá, e derramou no meu vestido.

...— Isso combina mais com alguém como você! — ela me empurrou da cadeira....

Sabia que se fizesse algo com ela, receberia punição, mas estava cansada de aguentar em silêncio. Levantei-me, e a empurrei. Peguei um pedaço de bolo, e esfreguei no cabelo dela. Alicia e Anelise me puxaram, e Eloisa ajudou Mérida a se levantar.

...— Não a soltem! — Mérida me deu uma bofetada no rosto....

Puxando os meus cabelos, chutou minhas pernas várias vezes, fazendo-me perder as forças. Eloisa riu, e Alicia e Anelise estavam com pena de mim, mas continuaram me segurando. Elas me tentavam mal, para ficar bem bom Mérida.

— Eu vou me casar com o Duque, e você, Arabella, vai passar o resto da vida sofrendo! — minhas irmãs me soltaram. — Rasteje de volta! —

Não conseguia me levantar, e elas sentaram em seus lugares, rindo. Alicia me olhou de relance, e me ignorou. Anelise nem sequer olhou para trás.

Não sai de lá, preferia ficar do que me rastejar diante dela. Minha mãe apareceu mais tarde.

...— Arabella! — ela correu, tentando entender a situação. — Ha, de novo... — ela chamou um empregado, e ele me deu apoio para sair....

Não repreendeu minhas irmãs, apenas saiu comigo. Chegando no quarto, ela agarrou meu rosto, analisando meu estado.

...— Você tem mais encontros, não pode ir assim! Vou pedir para reforçar a maquiagem. — era apenas com isso que se importava....

...— Mãe, não consigo andar. — ela levantou meu vestido, olhando meu estado....

...— Não é problema. Ficará apenas sentada, alguém te levará antes, faça sua parte! — ela saiu depois disso....

Comecei a gargalhar sozinha, sentindo-me uma grande idiota. Minha serva apareceu para me arrumar. Não foi nenhum pouco paciente, mesmo que estivesse machucada. Depois de pronta, um servo apareceu, me ajudando a ir. Não quis me pegar no colo, simplesmente me fez usá-lo de apoio, e ainda brutalmente, andando rápido.

Fiquei mais ou menos trinta minutos sentada, esperando o pretendente chegar. Foi uma conversa chata e desgastante, assim como as outras.

Então, depois:

...— Esse era o último, mas, ninguém virá me buscar? — esperei e esperei, mas ninguém apareceu....

Provavelmente foi uma ordem de Mérida que o servo não voltasse, e minha mãe não se importava o suficiente para procurar saber se voltei.

...— Vai apenas ficar aí? — Reinan apareceu, sentando-se....

...— Senti que você viria, mas pasme, não estou lhe esperando. Minha irmã me machucou mais cedo, não consigo andar direito. Minhas pernas estão doendo muito, e ninguém sequer cuidou de mim. — ele pareceu irritado....

...— A quarta princesa, suponho? — ele se aproximou de mim. — Onde se machucou?...

...— Foi ela. Minhas pernas, ela chutou várias vezes. Estou com muita dor. — ele me pegou no colo....

...— Está tarde, provavelmente ninguém nos verá entrando, vou levá-la até seu quarto. — está tudo bem ir com Reinan?...

...— Por que está me olhando tanto? É pela minha beleza? — ele brincou....

...— Queria saber quem realmente é. Reinan não é um nome muito comum, gostaria de saber de que família é. — estava curiosa....

...— Sinceramente, penso em lhe dizer várias vezes, porém é divertido quando não sabe nada sobre mim....

...— É por querer fugir sem assumir a responsabilidade? — era o que parecia....

...— Jamais faria isso com uma princesa tão bela e delicada. Não vou sumir, mas quer que eu assuma a responsabilidade por você? — perguntou....

...— Estaria disposto? Acho que provavelmente meus pais me matariam ao saber que não poderão me vender a um bom preço. — não tinha dúvidas....

Ele começou a andar, me levando para o castelo. Disse a Reinan qual a direção, principalmente para evitar sermos vistos. Nos braços dele, me sentia segura, apesar de não saber nada sobre ese homem. Ele é bem rápido, os guardas não nos viram, mas ele também não parecia tão preocupado em ser visto, quanto eu.

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