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...Arabella:...
Me pergunto: não tenho nenhum outro papel além de ceder meu corpo a um nobre? Por que meu valor é decidido assim? Não é esse o futuro que desejo. Estou cansada, não quero continuar assim.
Andando pelo jardim, em plena madrugada, escutei o som do vento mexendo as folhas, e tornava-se cada vez mais frio. As flores já não pareciam tão belas, pois eu me via nelas. Uma vida frágil, que pode ser esmagada a qualquer momento. Cuidadas diariamente para enfeitar o belo jardim, se estiverem murchas, ou estranhas, são cortadas. Não há espaço para diferenças, defeitos, impurezas.
...— Ha, sinto-me completamente vazia. — parada no mesmo lugar que encontrei o homem daquele dia, peguei-me pensando nele novamente....
E pensar que estava tão ousado comigo. Provavelmente é apenas mais um que quer o meu corpo e nada mais. Porém, eu me sinto da mesma forma, sem sentimentos, apenas o desejo intenso. Afinal, não poderia julgá-lo, já que eu mesma pensava da mesma forma.
...— Desejar vê-lo agora, seria tão ruim? — não sabia, a única certeza que tinha, era que esse homem dominava completamente os meus pensamentos....
Era bom, principalmente para esquecer minha dor intensa. Voltei para o meu quarto, é claro que ele não apareceria, já o dispensei. O que realmente quero? Não faço a mínima ideia.
No dia seguinte, de manhã cedo, fui convocada pelo meu pai na sala do trono. Dessa vez, era hora de enfrentá-lo sobre o problema. Se minha mãe reagiu daquela maneira, seria pior com ele. Engoli seco, sabendo que seria punida, mesmo que não fosse minha culpa.
...— Arabella, de novo você. — ele me olhou de cima a baixo....
Fiquei em silêncio, esperando uma conclusão. Minha mãe estava ao seu lado, já esperava algo ruim.
...— Recebemos vinte e cinco propostas importantes. Estamos analisando, esteja atenta, provavelmente em uma semana, conhecerá os possíveis pretendentes. — seu olhar demonstrava frieza....
...— Sim, meu rei. — disse, de cabeça baixa....
Era de se esperar, querem me vender de uma vez. Apesar de estar decepcionada, não havia nada que eu pudesse fazer em relação a isso.
...— O Duque lhe salvou daquela situação. Espero que saiba, Arabella, que sua beleza e pureza são as únicas coisas que possui. Se os perder, é como estar morta. Saiba bem se cuidar, pois não preciso de uma imunda no meu castelo! Muito menos quero ser como seu pai, pois aqui, eu sou apenas seu rei, entendeu bem? Não irei te punir, desta vez, pois logo, como disse, conhecerá alguns presentes que irão avaliar o seu corpo, aparência e personalidade. Pode se retirar. — para mim, essa foi a gota d'água....
Meu desejo era desaparecer e chorar, mas tive que ir à aula da professora Suzy. Cheguei atrasada, minhas irmãs apenas me ignoraram, como sempre.
...— Sente-se, não sou paga para ficar além do horário por sua causa. — ela estava irritada....
...— Está certa, até onde sei, deveria fazer apenas o que é paga, não é? — era como uma indireta sobre o ocorrido daquele dia....
...— Do que está falando? — ela me olhou desconfiada....
...— Nada, comece a aula, não disse que não quer ficar mais tempo? — sentei-me no meu lugar....
Dessa vez, prestei bastante atenção na aula. Algumas vezes, me lembrava daquele homem. Quando a aula acabou, estava indo ao meu quarto, terminar as tarefas passadas por outras professoras. Depois da situação que me ocorreu, todos os tutores homens foram substituídos por mulheres.
Quando estava passando pelo corredor, escutei vozes perto da porta do quarto de Eloisa, estava meio aperta. Ela estava conversando com Mérida.
...— Como eu ia adivinhar que o Duque estaria no castelo? Droga, se ele não tivesse chegado! — Mérida disse, com irritação....
...— Mas você deveria apenas ter saído! Agora ele sabe que você foi a culpada daquilo. — Eloisa falou....
...— Você não entende! Se ele tivesse demorado mais um pouco, ela teria sido tomada. Sabia que não era tempo suficiente, por isso tentei segurá-lo, achei que se o atrasasse, seria tarde para salvá-la!...
Ela me odeia, eu sei, mas por que fez isso comigo? Nunca sequer fiz nada contra ela.
Estava culminando de raiva, tentando me segurar para não fazer nada. Saber que toda minha família era ruim, estava cansada de todos.
...— Mas não vai acabar assim, Eloisa! Aquela coisa inútil precisa sumir do meu caminho, ou eu nunca terei paz! Talvez eu devesse contratar pessoas para sequestrá-la? Ou então, pedir a Evan que convença o papai a vendê-la para o homem mais feio e velho que oferecer dinheiro! Ajudarei com minhas economias para o comprador oferecer um bom preço por ela! — não posso ficar calada....
Por que todos tentam decidir a minha vida? Não tem uma pessoa aqui que deseja o meu bem?
Empurrei a porta com toda a minha força, e empurrei Mérida no chão. Avançando sobre ela, não quis puxar cabelos ou qualquer coisa, parti para a agressividade.
...— SEU MONSTRO! É ISSO QUE VOCÊ É! EU NUNCA TE FIZ MAL, MAS VOCÊ TEVE A CORAGEM DE CONTRATAR ALGUÉM PARA ME TOMAR A FORÇA? — Eloisa tentou me puxar, porém, eu me prendi totalmente a Mérida....
...— ELA ESTÁ SANGRANDO, PARE! — Eloisa gritou. — SOCORRO, ARABELLA ENLOUQUECEU! — ela saiu do quarto às pressas....
Descontei toda a minha raiva em Mérida, que mesmo tentando, não conseguiu se livrar de mim.
...— ME SOLTA, SUA ASQUEROSA! — cada insulto que ela dizia, fazia minha raiva aumentar....
...— ASQUEROSA? SÃO SUAS ATITUDES! TENHO NOJO DE VOCÊ, NOJO! — então, fui repentinamente puxada por duas pessoas ao mesmo tempo....
Ainda assim, continuei tentando avançar sobre ela. Mérida tentou, mas meus irmãos foram chegando, e nos impedindo de brigar.
...— ARABELLA, QUE MERDA ESTÁ FAZENDO? — Carlos gritou....
...— ESSA MALUCA, DOENTE! ELA MANDOU O PROFESSOR FAZER AQUILO COMIGO! EU OUVI, FOI ELA, E ELOISA SABIA DE TUDO! — disse tudo....
...— Mérida, o que ela está dizendo é verdade? — ele se virou para ela....
...— Óbvio que não, irmão! Eloisa e eu somos inocentes, essa maluca me atacou repentinamente! — ele se virou para mim....
...— Ha, já sei... vai acreditar nas palavras da sua "queridinha irmã". — sempre foi assim....
...— Olha, eu-... — nesse momento, Evan chegou, e fez sinal para que ele parasse de falar....
Vindo até mim, Evan ficou a minha frente, enquanto estavam me segurando, e me deu uma bofetada no rosto.
...— Pare de ser uma decepção, Arabella! Você tem provas para acusar sua irmã? Escutei tudo de Eloisa, se quiser acusá-la, mostre suas provas. Todos sabemos que você e Mérida têm problemas, agora quer causar problemas a sua irmã por vingança? — era nítido seu desprezo por mim....
...— ... — eu não disse nada, pois ele é como meu pai, qualquer coisa que fizesse, causaria um grande castigo....
...— Tirem-na daqui. Vou contar ao rei o que aconteceu, logo, ela será punida a altura! — fui arrastada para fora, pelos meus próprios irmãos....
Eles me empurraram para longe.
...— Você não se cansa de agir feito criança? Acabou de ter sua maioridade! — Manuel, o quinto príncipe, disse....
...— Deveria ter vergonha de suas atitudes! Está manchando a reputação da nossa família! — Johan, o sexto príncipe, completou....
...— Gostaria de nunca ter nascido nessa família de monstros! — eu saí correndo, em desamparo....
Ninguém estava do meu lado, e novamente eu sofreria por conta da ação dos outros. Sou obrigada a aceitar as coisas ruins que fazem comigo? Por que apenas eu? Sou irmã deles também, ser odiada pela favorita do príncipe, contribuiu para que minha vida no castelo se tornasse pior.
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Atualizado até capítulo 80
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