O banho

Fiz alguma coisa para comermos porque são quase 14h e não almoçamos ainda, está tudo muito confuso.

“Roberto”

Rose saiu e eu fiquei ali ainda tentando entender o que estou sentindo, acho que deve ser o remédio, pensarei com mais clareza depois do banho, tirei a cueca, sentei na cadeira e liguei o chuveiro, a água está tão boa que parece que faz um ano que não tomo banho, olhei meu braço e o machucado da perna ela é habilidosa, os pontos foram bem feitos, se duvidar nem ficará cicatriz, preciso me recuperar e descobrir no que estou envolvido, se for por a vida dela em risco preciso sair daqui, mas por enquanto não estou dando conta nem de mim.

Acabei meu banho saí do chuveiro e sentei na privada para me enxugar, quando fui vestir a cueca não aguentei a dor que senti na perna, acho que terei que pedir ajuda, tenho que me controlar é perigoso ela sair correndo e me deixar aqui se eu tiver alguma reação inesperada, júnior fica bem quietinho a mulher não gostará de te ver em pleno funcionamento, me enrolei na toalha e chamei.

-Rose, eu sei que é constrangedor, mas precisarei que você me ajude, eu não consigo dobrar a perna.

-Espera aí.

Ela veio com outra cadeira e me mandou sentar, pegou a cueca da minha mão e vestiu a perna machucada, esperou eu pôr o pé no outro lado e, quando fui levantar, ela fez sinal para que eu ficasse parado.

-Espera eu sair, aí você tira a toalha e se veste.

Virei e saí sem nem olhar para trás, ele conseguirá me enlouquecer, meu Deus, se isto é um teste, eu acho que o senhor exagerou, praticamente me condenou, colocou um homem jovem e maravilhoso na minha frente e ainda quer que eu cuide dele. O senhor sabe que a carne é fraca e eu nunca fui santa. Eu já tinha me conformado em viver o prazer só dentro de minhas histórias e agora o senhor faz uma maldade dessas comigo?

“Roberto”

Coloquei minha roupa e saí ver se Rose estava bem, peguei ela brigando com Deus, nem sei o que pensar, me senti um Deus ela me chamou de maravilhoso, que a carne é fraca então não sou só eu que estou sentindo alguma coisa.

Fiquei olhando nos cabelos dela e me lembrei do mercado e do atendente me falando para ficar longe que o marido dela é um matador, voltei para dentro antes que ela me pegasse ouvindo a briga dela com Deus, na cozinha vi pão caseiro não consegui resistir. Cortei um pedaço e estava me deliciando com ele. E tentando me acalmar, ela não pode perceber que me lembrei dela, que sei quem é o marido e que tipo de caça ele está caçando. Se ainda estiver aqui quando ele voltar, será que vai me matar? Eu, se fosse esse tipo de gente, com certeza mataria. Ter uma mulher gostosa deve ser difícil para ele, talvez por isso ela fique aqui sozinha e escondida de todos.

-Tenho um ladrão dentro da minha cozinha?

-Nossa desculpa é que amo pão, e esse é muito gostoso.

-Não tem problema, pode comer, mas acho melhor você se sentar, o ferimento na sua perna é muito profundo e não queremos que infeccione ou abra.

-Eu estive olhando, você é ótima em remendar pessoas, se duvidar nem ficará cicatriz.

-Esse é o ideal, mas sempre terá uma marca para você lembrar desses dias. Sente-se na mesa, servirei uma canja e você come com o pão.

Passei por ela e senti o cheiro dos cabelos e meu corpo reagiu com tudo, quase parei para tocar, mas sei que vou me perder se me deixar levar e ela pode me pôr para fora da casa e não quero isso, e se ela contar para o marido, aí não terei salvação.