Capítulo 4: A Consequência Inesperada

O sol se pôs sobre o Internato São Gabriel, mas a energia do Dia da Diversão ainda pairava no ar. Após a hilariante e inesperada participação da diretora Margareth, os alunos estavam mais animados do que nunca. O evento tinha sido um sucesso absoluto, e, embora as meninas soubessem que haviam escapado de um castigo mais severo, uma nova sensação de liberdade as envolveu.

— Eu não posso acreditar que conseguimos! — disse Paula, com os olhos brilhando de alegria. — A diretora realmente dançou! Nunca pensei que veria isso!

— Foi épico! — Laura respondeu, rindo, enquanto se recostava na parede do corredor. — Agora, só precisamos esperar até que a poeira assente e a diretora se esqueça desse pequeno “detalhe” da gincana.

Mas o que as meninas não sabiam era que, embora Margareth tivesse se divertido, ela também era uma mulher de ação. Logo depois do evento, a diretora decidiu que o internato precisava de uma mudança e se reuniu com os professores para discutir novas atividades extracurriculares — uma ideia que, a princípio, parecia inofensiva.

No dia seguinte, enquanto as meninas ainda estavam radiantes com o sucesso do evento, elas se reuniram na cantina para um café da manhã. O clima estava leve e divertido, até que Julia entrou na sala com uma expressão sombria.

— Gente, temos um problema. — Ela se sentou, olhando para o prato de panquecas como se ele fosse seu pior inimigo.

— O que aconteceu? — perguntou Camila, tomando um gole de suco.

— A diretora Margareth decidiu que, para manter a energia positiva do Dia da Diversão, o internato terá uma nova atividade obrigatória: dança!

— O quê? — Laura quase engasgou com o suco. — Você está brincando, certo?

— Não, é sério! — Julia continuou, nervosa. — Todas as alunas terão que participar das aulas de dança uma vez por semana... e adivinha quem será a instrutora?

As meninas trocaram olhares de incredulidade.

— A diretora? — Paula perguntou, tentando imaginar a cena.

— Exatamente! E ela já está planejando um grande espetáculo no final do mês. — Julia suspirou, como se estivesse levando uma pesada carga nas costas.

— O que pode dar errado? — Laura disse, tentando manter o otimismo. Mas, no fundo, ela sentia um frio na barriga.

A primeira aula de dança chegou, e as meninas se encontraram na quadra, agora decorada com faixas e uma enorme bola de espelho pendurada. A diretora estava lá, vestida de forma casual, mas com a mesma seriedade de sempre. Ela observava os alunos, pronta para liderar a primeira aula de dança do novo programa.

— Bom dia a todos! — disse Margareth, forçando um sorriso que mal escondia seu lado autoritário. — Estou muito animada para começar a nossa nova atividade. A dança é uma forma de expressão e também uma maneira de criar laços. Vamos nos divertir e trabalhar em equipe!

Os alunos estavam claramente nervosos. A ideia de dançar na frente da diretora, e do resto do colégio, era aterrorizante. Mas, de alguma forma, todos estavam lá, prontos para enfrentar o desafio. A música começou a tocar, e Margareth fez um movimento de dança que parecia uma mistura de uma bailarina e uma pessoa tentando espantar moscas.

As meninas começaram a se mover, mas a situação rapidamente virou uma comédia. Os passos de dança da diretora eram tão rígidos que parecia que ela estava lutando contra um ataque de cãibras.

— Vamos lá, pessoal! — gritou Margareth, sem perceber que ninguém estava acompanhando seus movimentos. — Sintam a música!

Laura, que estava sempre em busca de diversão, decidiu que essa era a oportunidade perfeita para transformar a aula em algo mais interessante. Ela trocou olhares cúmplices com Paula e Camila e, com um movimento rápido, começou a dançar de forma exagerada, fazendo poses ridículas.

Aos poucos, mais e mais alunos se juntaram a Laura, fazendo uma espécie de dança coletiva. Julia, mesmo relutante, não conseguiu resistir e acabou se juntando a elas.

O que era para ser uma aula de dança séria se transformou em uma verdadeira apresentação de dança doido, com todos os alunos fazendo movimentos desengonçados e exagerados. A diretora, agora perdendo a batalha contra sua própria rigidez, decidiu entrar na dança e se juntar a eles, embora de forma hesitante.

E então aconteceu. Quando Margareth tentou executar um giro elegante, seu pé escorregou e ela acabou caindo, derrubando a bola de espelho que se despedaçou ao atingir o chão, resultando em uma chuva de pedaços brilhantes.

O que foi seguido foi um momento de silêncio absoluto, até que todos começaram a rir descontroladamente. Laura e suas amigas estavam em um ataque de riso, e a diretora, mesmo caída, começou a rir também.

— Ok, ok! — ela gritou, rindo enquanto tentava se levantar, com um pedaço de espelho grudado na roupa. — Acho que precisamos ajustar a abordagem!

Laura não pôde conter seu riso.

— A dança é, de fato, uma forma de expressão! — ela disse, piscando para a diretora.

E assim, a primeira aula de dança se tornou um evento memorável no internato. A partir daquele dia, as aulas se tornaram menos rígidas e muito mais divertidas, com todos fazendo o melhor para se soltar e rir um do outro.

E, claro, a diretora Margareth aprendeu a importância de ser um pouco mais flexível — tanto no corpo quanto na mente.

As meninas saíram da aula rindo e com um novo plano em mente. Laura, mais animada do que nunca, já estava pensando em mais ideias para apimentar as aulas. Afinal, se havia uma coisa que o Internato São Gabriel precisava, era um pouco mais de alegria e confusão.

E, como sempre, Laura estava determinada a liderar o caminho!

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