Capítulo 2: A Rigorosa Repreensão

O escritório da diretora Margareth era uma mistura de severidade e um toque de antiquado. As paredes eram adornadas com quadros de antigas alunas que, segundo as histórias, eram exemplos de boas maneiras e grandes conquistas. O clima era tenso, e o cheiro de livro velho e desinfetante dominava o ambiente.

Laura e suas amigas entraram, as cabeças baixas e os corações acelerados. A diretora estava sentada atrás de uma mesa de madeira escura, com uma expressão que poderia facilmente congelar o inferno. O cabelo dela, sempre impecável, estava agora levemente desgrenhado por causa da água verde que ainda escorria por seu vestido.

— Senhoritas! — disse Margareth, a voz cortante como uma faca. — O que me diz sobre essa cena que acabei de presenciar?

Laura trocou olhares nervosos com Camila, que estava mordendo os lábios para não rir. Julia estava pálida, e Paula, em um ato de heroísmo, decidiu que o melhor era assumir a culpa.

— Diretora, fui eu quem teve a ideia do balde! — Paula disse, erguendo a mão como se estivesse na escola primária. — Nós só queríamos fazer uma pequena brincadeira...

— Uma "pequena brincadeira"? — interrompeu a diretora, inclinando-se para frente, os olhos ardendo. — Essa é a maneira como vocês descrevem vandalismo e desrespeito?

— Vandalismo? — Laura não conseguiu se conter. — A água com corante não é permanente! É só... um pouco de diversão!

A diretora ergueu uma sobrancelha. A atmosfera era eletricamente tensa, e as meninas estavam à beira da catástrofe.

— Isso não é questão de ser permanente ou não! É sobre o respeito às regras e à instituição! — disse Margareth, gesticulando dramaticamente. — Vocês não têm ideia do quanto isso é inaceitável.

— Mas, diretora, — interveio Julia, com a voz trêmula — nós estávamos apenas...

— Silêncio! — a diretora gritou, fazendo as meninas pularem em seus lugares. — Vocês sabem que isso vai ter consequências, certo?

Laura sentiu o estômago embrulhar. Ela não estava pronta para ouvir sobre “consequências”.

— Eu vou pensar em uma punição adequada para vocês, — continuou Margareth, pegando um bloco de notas. — Algo que ensine uma lição.

E assim começou a lista das possíveis punições. A diretora começou a ditar:

— Primeira: cinco horas de serviço comunitário na lavanderia... — a diretora parou, os olhos brilhando com a ideia. — E também um trabalho escrito sobre as regras do internato. Para que vocês aprendam o valor do respeito.

As meninas se entreolharam, assustadas. Julia estava prestes a ter um colapso nervoso.

— Diretora, isso é... — Paula começou, mas Margareth não estava interessada em suas explicações.

— Segunda punição: terão que limpar os corredores e as salas de aula todos os dias durante uma semana.

— Isso não é justo! — Laura exclamou. — A gente só queria se divertir!

Margareth, impassível, continuou sua lista:

— E, por último, eu vou exigir que cada uma de vocês participe da próxima reunião do conselho escolar e explique o que aprenderam sobre responsabilidade.

Laura ficou em silêncio. As outras meninas também. Era o tipo de castigo que fazia qualquer uma perder a vontade de fazer travessuras novamente. Mas, claro, o que Laura estava pensando era: “Esse não era o fim do nosso reinado de caos.”

Antes que a diretora pudesse terminar, Laura decidiu que era hora de tentar uma abordagem diferente.

— Diretora Margareth, — começou ela, colocando um tom de sinceridade na voz — entendemos que o que fizemos foi errado, mas queríamos apenas trazer um pouco de vida a este lugar. Todos ficam tão sérios aqui... Um pouco de cor não faz mal a ninguém, certo?

Margareth a olhou com uma expressão que misturava ceticismo e surpresa.

— Um pouco de cor, você diz? — disse a diretora, agora interessada. — E se eu dissesse que a vida em um internato é feita de disciplina, e não de cor?

— Mas, diretora! — exclamou Camila, agora animada, como se tivesse encontrado uma solução genial. — Poderíamos organizar um evento! Um dia de atividades divertidas! Podemos criar um mural com cor e convidar todos os alunos!

Dona Margareth ergueu uma sobrancelha, claramente intrigada. O silêncio se estabeleceu enquanto ela ponderava a proposta.

— Um evento... — repetiu a diretora, quase para si mesma. — E isso, de alguma forma, compensaria suas travessuras?

— Sim! — todas responderam ao mesmo tempo, animadas. A ideia estava no ar, e a excitação começava a tomar conta delas.

— Muito bem, então. Um evento. Se vocês conseguirem organizar algo que realmente traga alegria e... disciplina... eu reconsiderarei as suas punições.

As meninas se entreolharam, incrédulas.

— Mas isso vai ter que ser em uma semana — disse Margareth, voltando a sua postura severa. — E qualquer sinal de desorganização e suas punições serão aplicadas imediatamente.

— Pode deixar! — Laura afirmou, a adrenalina correndo em suas veias. A oportunidade estava nas mãos delas.

E assim, saíram do escritório da diretora com uma nova missão: transformar o Internato São Gabriel em um lugar de cores e risadas, mesmo que isso significasse trazer um pouco mais de caos à vida de todos.

Era hora de planejar o “Dia da Diversão”. E, com certeza, não havia limites para as travessuras que poderiam surgir durante esse processo!

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Comments

Jhay_Focas

Jhay_Focas

Viu? Isso vai dar muito ruim

2025-01-07

1

CAPÍTULO maravilhoso envolvente adorando a dinâmica entre elas .

2025-01-07

1

Tatah Oliveira

Tatah Oliveira

Parabéns, autora seu livro é ótimo.

2025-01-14

1

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