Minutos depois, Adrian e Helena chegaram ao quarto de Leonardo, trazendo um ar de tranquilidade.
Helena: Está tudo bem agora. Não entendemos o motivo do circuito ter caído, mas já verificamos e está tudo em ordem.
Leonardo assentiu, embora seus olhos permanecessem focados em Isabella, que estava em silêncio no fundo da sala, observando a conversa se desenrolar. Sentindo-se deslocada, ela se levantou.
Isabella: Acho que já vou indo… Ainda tenho que trabalhar no cassino.
Helena, sempre atenta, não perdeu a oportunidade de cuidar da jovem que tanto a impressionava nos últimos tempos. Aproximou-se de Isabella e a envolveu num abraço caloroso, o que a pegou de surpresa.
Helena: Você pode tirar uma folga hoje e amanhã. Descanse. Adrian, faça o favor de acompanhá-la até em casa. Quero que ela se sinta segura.
Adrian assentiu com um sorriso, enquanto Isabella lançou um olhar debochado para Leonardo, erguendo uma sobrancelha provocativa.
Isabella: Tchauzinho, Leonardo.
Leonardo apenas a observou, sua frieza habitual escondendo qualquer sinal de reação, mas algo em seus olhos indicava que aquela despedida não era tão simples. Sem mais uma palavra, Isabella seguiu Adrian até o carro. Durante o breve trajeto até o apartamento dela, Adrian tentou iniciar algumas conversas, mas Isabella parecia perdida em seus pensamentos, como se estivesse sempre um passo à frente.
Chegando ao apartamento, Adrian, num impulso de cavalheirismo misturado com a intenção de se aproveitar da situação, a acompanhou até dentro de casa.
Adrian: Pronto, aqui está segura.
Mas antes que ele pudesse sair, Isabella, com um ar calculado, o surpreendeu.
Isabella: Fica um pouco? Ainda estou com medo... Não quero ficar sozinha.
Aquela vulnerabilidade repentina desarmou Adrian, que se viu aceitando o convite, pensando que poderia tirar algum proveito da situação. Ele entrou, se acomodando enquanto ela começava a preparar um jantar simples. Na mansão, o ambiente era outro.
Helena, sentada ao lado de Leonardo, suspirava aliviada.
Helena: Eu orei a Deus, agradecendo por você ter salvado meu filho.
Leonardo, sem desviar o olhar, respondeu com a frieza característica.
Leonardo: Quem o salvou foi Isabella.
Helena parou por um segundo, refletindo sobre o que ele havia dito, e então concordou.
Helena: É verdade. Eu orei por ela também. Ela é... surpreendente.
A palavra pairou no ar por um momento, antes que Helena continuasse.
Helena: Ela é imprevisível, não acha?
Leonardo, sem hesitar, respondeu, seu tom carregado de uma sinceridade inesperada.
Leonardo: Sim. Ela é diferente de todas.
Helena: Ela é mais além do que uma dançarina de um cassino, sorte do homem que estiver ao lado dela!
Leonardo: Sim…
Helena sorriu levemente, parecendo compreender mais do que ele estava disposto a admitir. No fundo, havia uma admiração silenciosa por Isabella, mas também uma inquietação que Leonardo não conseguia ignorar.
Enquanto isso, no apartamento, Isabella finalizava o jantar enquanto Adrian a observava, curioso. Durante a refeição, ele começou a contar histórias de sua infância, de quando seu pai ainda era vivo. A princípio, suas histórias pareciam leves e descontraídas, mas conforme o vinho fluía, Adrian revelou detalhes mais pessoais, histórias que ele não compartilhava com frequência. A atmosfera era estranhamente íntima, mas Isabella, com sua habilidade nata, mantinha o controle da situação. Ela o ouvia com atenção, participando da conversa quando necessário, mas sempre ciente de seus próprios objetivos.
Depois do jantar, com um copo de vinho nas mãos, Adrian flertou discretamente, lançando olhares e jogando indiretas, mas, ao contrário de Leonardo, ele respeitava o espaço dela. Ainda que houvesse tensão no ar, Adrian não forçou nada, mantendo uma postura inesperadamente gentil, quase cavalheiresca, apesar das insinuações.
Isabella, por sua vez, jogava o jogo com maestria, rindo de algumas investidas, mas deixando claro que, por enquanto, ele não passaria da linha.
O fim da noite chegou tranquilo. Isabella, após um jantar agradável e algumas conversas descontraídas com Adrian, decidiu que era hora de encerrar. Ela preparou um lugar confortável no sofá da sala para ele dormir, garantindo que ele ficasse bem, mas sem qualquer tipo de envolvimento além da hospitalidade.
Isabella: Boa noite, Adrian.
Adrian: Boa noite, Isabella. Durma bem.
Com um leve sorriso, ela subiu para o seu quarto. Ao entrar, sentiu o cansaço da noite pesar sobre seus ombros. Ela tirou a roupa e vestiu algo mais confortável, deitando-se na cama macia. Seus olhos pesaram rapidamente, e logo ela adormeceu profundamente, o sono trazendo-lhe um alívio silencioso e necessário.
No dia seguinte, a luz do sol atravessava suavemente as cortinas do quarto, acordando Isabella. Ela se espreguiçou lentamente e se levantou, sentindo-se renovada. Ao chegar à sala, notou que Adrian já havia ido embora, mas em cima da mesa de centro, um buquê de flores frescas a esperava. Junto ao buquê, um pequeno recado de Adrian: “Flores para ti.”
Isabella pegou o bilhete com um sorriso irônico nos lábios, sabendo exatamente o que faria com aquilo. Uma ideia travessa rapidamente tomou forma em sua mente. Ela tirou uma foto do buquê, ajustando o ângulo para parecer ainda mais romântico, e enviou diretamente para Leonardo, junto com uma mensagem provocativa.
Isabella [mensagem]: “Obrigada pelas flores, Adrian! São lindas!”
Minutos depois, ela seguiu com outra mensagem.
Isabella [mensagem]: “Desculpa, mandei para o contato errado.”
Satisfeita com sua pequena brincadeira, ela desligou o celular, rindo sozinha. Cheirou as flores e, ainda com um sorriso no rosto, voltou para o quarto para tomar um banho relaxante, sentindo-se revigorada pela manhã.
Enquanto isso, na mansão, Leonardo acordava com batidas firmes na porta. Ainda sentindo dor da ferida, ele gemeu de leve, tentando se ajustar na cama.
Leonardo: Entre.
A porta se abriu suavemente, revelando uma empregada com uma bandeja de café da manhã. Ela se aproximou silenciosamente, colocando a bandeja ao lado da cama. Leonardo, ainda grogue, sentou-se na cama, segurando o lençol ao redor do corpo enquanto olhava para a bandeja.
Leonardo: Obrigado.
A empregada assentiu e saiu sem dizer uma palavra, deixando-o sozinho com seus pensamentos. Ao pegar o celular para verificar as horas, ele viu as notificações de mensagens de Isabella e rapidamente abriu. Ao ler a primeira mensagem, suas sobrancelhas se franziram.
Leonardo [pensando]: Flores? Adrian?
Ele abriu a segunda mensagem, onde Isabella fingia ter enviado para o contato errado, mas o estrago já estava feito. Uma onda de ciúmes queimou dentro dele, sua mandíbula se apertou, e ele precisou de um momento para se acalmar. Sabendo que algo estava errado, ele chamou a empregada de volta, sua voz carregada de frustração.
Leonardo: Adrian dormiu aqui ontem?
Empregada: Não, senhor. Ele saiu com a senhorita Isabella ontem à noite.
Leonardo fez um sinal com a mão, dispensando-a, ainda tentando processar aquilo. Adrian e Isabella juntos? A ideia queimava em sua mente como uma brasa. O fato de Isabella estar flertando com Adrian, mesmo que só para provocá-lo, mexia profundamente com ele. O ciúme se misturava à raiva enquanto ele começava a comer seu café da manhã, seus movimentos bruscos e cheios de tensão.
Cada mordida parecia mais amarga, o gosto sendo apagado pela irritação que o consumia. Ele mal conseguia pensar direito, seu corpo todo fervendo de frustração enquanto lembrava da ousadia de Isabella em provocá-lo daquele jeito.
Leonardo [pensando]: Isso não vai ficar assim. Ela está brincando com fogo...
Enquanto comia, ele planejava mentalmente como confrontaria Isabella quando a visse novamente, não disposto a deixar sua provocação passar despercebida.
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Atualizado até capítulo 56
Comments
Mara Frazao
eu já sabia que ele iria se apaixonar
2025-01-19
1
Andressa Silva
kkkkkkkkk
2024-10-19
1